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Ana Luísa

Segunda-feira chegou e junto com ela veio minha rotina cansativa de todos os dias.

Acordei às 06:30 com o despertador e fui logo pro banho pra conseguir tirar a preguiça do corpo. Lavei meus cabelos e ensaboei meu corpo enquanto escutava uma música bem calminha e baixa pra não acordar os vizinhos. Sai enrolada na toalha colocando uma calça e uma regata preta, juntamente com o meu tênis de guerra. Penteei meus cabelos e passei perfume, arrumei minha cama e desci pra tomar café. Minha mãe já estava acordada dando um jeito na casa antes de ir faxinar o salão pra começar a semana com ele limpo.

Ana: Bom dia mamis! - dei um beijo em sua cabeça antes de sentar, pegando uma xícara e me servindo café.

Luzia: Bom dia, minha Analu! - Sorriu pelo gesto feito por mim - Como foi o final de semana? Conseguiu estudar para suas últimas provas?

Ana: Consegui sim, foi bem produtivo. Acho que consigo fechar pelo menos com uma média 9. - Peguei os pãezinhos que minha mãe costumava assar todos os dias para nós e me servi.

Luzia: Que bom meu amor! Fico feliz de ver o quanto você é esforçada. - Sorriu passando a mão pelos meus cabelos ainda úmidos pelo banho - Já fui atrás do vestido que vou usar na sua formatura. Acho que você vai gostar, ele é um verde bem clarinho, quase menta.

Ana: Nossa, ainda bem que você me lembrou mãe, preciso ir atrás do meu vestido, as duas últimas lojas que eu fui provar não gostei de nenhum modelo. - faço um biquinho - Não é possível que não tenha uma boutique nesse Rio de Janeiro que não tenha um vestido vermelho bonito para formatura. Todos os que vi são tão chamativos, com decotes e fendas enormes no mesmo vestido. - Fazia semanas que estava atrás do vestido perfeito, com um decote de tamanho bom e uma fenda um pouco mais extravagante, em perfeito equilíbrio, afinal, era minha formatura e não um cabaré.

Luzia: Então faz o seguinte, depois da aula almoça no shopping e já vai atrás desse vestido. Falta três semanas pra sua formatura minha filha, você não pode deixar pra última hora! Te dou o dia livre pra correr atrás dessas coisas, e pode usar o cartão de despesas especiais, não tem uma quantia enorme de dinheiro, mas tem o suficiente pra você alugar o vestido e contratar o salão pra você.

Ana: Mãe, não precisa disso! O dinheiro que você me dá já é o suficiente pra pagar tudo, não preciso de um vestido caríssimo. - digo fechando a cara, odeio quando ela acha que sempre preciso estar a altura dos meus colegas de curso. Todos tem rios de dinheiro, pais advogados e médicos e ela acha que me sinto rebaixada só por morarmos no morro e ela ser dona de um salão de beleza. Nunca liguei pra coisas matérias, ela tendo saúde e tendo comida em casa já é o suficiente. - E outra que eu mesma vou fazer meu cabelo, ou até a senhora. Minha maquiagem fica por conta da Vic, não precisamos de todos esses gastos.

Luzia: É um dia especial meu amor! Você vai se tornar advogada, a primeira formada da família. É um motivo para comemorarmos, não acha?

Ana: Prefiro gastar comemorando com você e com a Vic aqui em casa, não no salão com pessoas desconhecidas que só estão atrás do meu dinheiro. - Digo me levantando e pegando as minhas louças que sujei durante o café. - Nós podemos pedir alguma coisa em casa e adorar a companhia uma da outra que vou estar mais que satisfeita - Abro um sorriso e olho no fundo dos seus olhos, logo após indo até a pia lavar as coisinhas pra ir pegar o primeiro ônibus rumo a faculdade.

Minha mãe levanta e fica diante de mim, segurando meu rosto e me dando um beijo. Sei que ela sente orgulho de mim, e pretendo dar ainda mais motivos pra ela sentir isso.

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Chego na faculdade por volta das 08:20. Ainda é um pouco cedo em compensação ao meu horário, mas é isso ou chegar meia hora atrasada na aula. Sigo em rumo às mesas do refeitório, pedindo um suco de laranja e um pão de queijo, pois depois entro em aula e só tenho intervalo depois das 11:40. Como enquanto vejo as notícias do celular, enquanto espero dar o horário para entrar na sala. Olho ao redor me sentindo observada, mas não vejo ninguém conhecido ou prestando atenção em mim, então retorno ao que estava fazendo e assim que meus colegas de curso começam a chegar, me levanto rumo a minha sala.

Os 4 primeiros horários passaram se arrastando, principalmente por ser um aulão pré-provas com vários exercícios e leituras importantes. Como não estava com tanta fome, pedi um salgado assado e mais um suco, só pra aguentar até eu chegar no shopping e realmente conseguir almoçar. Não pretendo sair tão tarde de lá, porque ainda vou fazer uma revisão de todo o conteúdo e os exercícios que foram passados hoje, não posso vacilar nessas provas finais. Elas são decisivas pra eu finalmente conseguir meu diploma e focar somente na OAB. Eu poderia ter feito a prova antes, mas queria focar 100% nela e não dividir entre as provas da faculdade.

Meu intervalo foi até 12:00, e assim que deu o horário já voltei para o meu lugar, anotando e tentando absorver tudo o que os professores estavam passando pra nós.

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Saio da faculdade e pego um uber até o shopping mais próximo, estava morrendo de fome e com uma vontade enorme de chegar em casa e só me deitar na cama pra tirar um cochilo antes de voltar a enfiar a cara nos livros e cadernos.

Sinto novamente aquela sensação de estar sendo observada e mais que imediato mando minha localização pra Vic, explicando o que estava sentindo e pedindo pra ela ficar esperta caso algo acontecesse ou eu sumisse. Nunca se sabe né.

Desço do carro e vou direto procurar algum lugar pra eu comer, e acabo optando por um mc mesmo, já era mais de 15h e se eu comesse comida naquele horário, não iria jantar com certeza. Como tudo rapidamente e quando me levanto, esbarro no braço de alguém.

Ana: Opa, desculpa. Foi mal mesmo - digo me estabilizando e dando um tapinha no braço do moço.

MK: Olha só quem é - olho pra cima e dou de cara com o mesmo moço do camarote de sábado.

Eu fico tão sem reação que com certeza estou vermelha e sem palavras, mas é aí que tudo faz sentido.

Ana: Peraí, você tá me seguindo?

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