Ana Luísa
Eu e a Victoria passamos o resto do domingo no mood que nós mais gostávamos: de pijama, na frente da tv e tomando sorvete.
Já passava das 20h quando minha mãe chegou, quieta. Cumprimentou a gente mas logo subiu pro quarto dela, o que era estranho já que ela adorava fofocar sobre as amigas dela que viviam no asfalto. Eu e a Vic nos entreolhamos, mas eu decidi deixar pra lá, amanhã de qualquer forma ela iria contar.
Vic: O que você acha da gente descer na pracinha pra comer um lanche? – olhei pra ela, que olhava pro celular com um sorriso sugestivo no rosto.
Ana: Por acaso, terei que ficar de vela?
Vic: Só se você quiser né mor! Se parar de cu doce pode muito bem ficar com um certo alguém. – Levantou rápido antes que eu pudesse argumentar com ela, e eu revirei os olhos enquanto subia pra tomar banho e me arrumar.
Tomei um banho rápido, e vesti um vestido canelado de alcinha, jogando uma melissa qualquer nos pés, enquanto a Victoria usava um short jeans e uma blusinha também de alcinha. Descemos e por incrível que pareça, minha mãe não havia saído do quarto desde o momento que ela havia chego.
Vic: Tu não acha estranho ela nem falar nada com a gente? Não comentou nem sobre a festa e nem nada. – estávamos já descendo o morro chegando perto do carrinho de lanche.
Ana: Eu tô achando é que ela tá escondendo alguma coisa, ela nunca soube guardar segredo. – Victoria concordou comigo, e logo chegamos pedindo nosso lanche.
BH chegou 5 minutos depois que a gente se sentou, e um pouco atrás dele tava o MK e o Neguinho, os dois discutiam sobre alguma coisa que eu não havia entendido ainda, ja que tinha me feito de besta e estava mexendo no instagram.
Neguinho: To te falando pô! Gabigol vai meter uns 3 gol nas galinha quarta. O jogo já é nosso filhão. – eu continuava com a cabeça baixa, mas no meu rosto ocupada um sorriso irônico. Neguinho bebia uma cerveja enquanto MK olhava pra ele, evitando de me olhar.
BH: A gente podia vir assistir o jogo aqui no bar, beber uma cerveja, ver jogo do mengão e ficar com a minha gata! Só vejo vantagem – deu um cheiro no pescoço da Vic, que sorriu mas logo voltou a mexer no celular também.
Neguinho: Tô contigo irmão! E no sábado nós podia fazer uma resenha pra comemorar a vitória.
Vic: Quem vai jogar mô? – ouvi BH respondendo que seria Flamengo x Corinthians, e logo senti o olhar dela sobre mim. – Não vai falar nada amiga?
Senti o olhar dos 4 em cima de mim, mas o MK tentou disfarçar quando olhei pra cima e peguei ele no flagra.
Ana: Não falo com pessoas desprovidas de inteligência irmã! Deixa eles baterem cabeça.
BH: Caô! Tu é corinthiana? – afirmei com a cabeça, e escutei os 3 marmanjos darem risada – que carioca é tu mulher?
Vic deu uma cotovelada na costela dele, como se tentasse calar o que ele iria dizer, e ele reclamou de dor sem entender nada.
Ana: Meu pai era paulista. Antes de morrer me ensinou a amar esse time. – dei de ombros e todo mundo se calou – qual foi gente? pode voltar a conversar aí.
Neguinho coçou a cabeça enquanto tentava puxar um assunto, e eu dei risada, porque consegui deixar os 3 desconfortáveis de uma só vez.
Nosso lanche chegou, e os meninos continuaram conversando sobre as coisas da boca, o que me espantou um pouco eles estarem falando sobre isso em um lugar público. Tipo, sei lá né? Eles falam que existem tanto x9 e ficam dando informação de bandeja.
Vic: Sabe o que eu acho? Que amanhã a gente deveria ir no shopping.
Ana: Numa segunda-feira Victoria?
Vic: Ué irmã! Você não tem mais aula, agora tem o dia todo livre. Faz mais de anos que a gente não passa a tarde no shopping.
Ana: Tá bom amor, e que dinheiro você tá pensando em gastar? Eu tô falida.
Ela ficou uns 2 minutos quieta pensando, mas logo deu um cutucão no BH.
Vic: Mô, você pode me dar dinheiro pra eu ir no shopping amanhã? – Neguinho e MK começaram a gastar ele enquanto ele coçava a cabeça, apenas concordando e fazendo um pix pra minha amiga.
Logo a notificação caiu e pá... simplesmente 2 mil reais pra gastar amanhã.
Ana: Porra, fácil assim? Desse jeito vou ter que arrumar um namorado envolvido.
Senti uma risada de escárnio vinda do MK, e a mesa decidiu que era um bom momento pra calar a boca naquela hora. Arqueei minha sobrancelha.
Ana: Não entendi o deboche. – cruzei meus braços enquanto o olhar dos outros 3 acompanhavam com os olhos entre o MK e eu.
MK: Nada não pô, é que eu acho engraçado a cara de pau de algumas pessoas. – parou de me encarar e olhou pra qualquer outro lugar que não fosse o meu rosto.
Minha paciência havia esgotado, não queria mais lembrar de nada que envolvesse ele, e só queria que aquele dia acabasse de uma vez. Pedi licença e fui rumo a minha casa, mesmo com a Victoria me chamando pedindo pra eu esperar ela.
Ele estar com raiva de mim, ok. Mas agora vir falar dessa forma comigo? Minha vontade era de mandar ele pra casa do caralho, mas por um milésimo de segundo lembrei que ele pagaria meu salário daqui uns meses, então achei melhor não.
Enquanto ia pra casa senti as malditas lágrimas descendo pelo meu rosto, aquelas que eu estava segurando desde o momento que o desastre começou. Cheguei em casa, deixei a porta aberta pra Victoria entrar depois, e fui direto pro meu quarto para dormir e tentar esquecer a tragédia que foi esse dia.
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Loucura de Amor
Non-Fiction"Faz uma loucura por mim Fala que ninguém te pega igual o teu nego Coloco tanta grife no teu corpo Sou tão carinhoso e tão longe de apego (...) Faz uma loucura por mim Assiste o jogo do meu time mesmo sem cê torcer por ele Divulga nosso lance em t...