Ana Luísa
A semana passou voando. Hoje já era sexta-feira, já havia chegado da aula e estava ajudando minha mãe no salão, os finais de semana eram os dias que mais lotavam. As meninas disputavam por horário aqui, já que nós temos o único salão do morro, então minha mãe não negava uma mãozinha.
Comecei minhas provas na quarta, e acredito que fui muito bem nas 4 primeiras. Terça que vem tenho as duas últimas e aí só esperarmos as notas e a festa de formatura. Não estava ansiosa, mas não tem como negar que quando se está chegando perto, começa a dar um frio na barriga.
Depois do dia do shopping, não falei mais com o MK, mas pretendia pedir o número dele pro BH quando ele fosse buscar a Vic lá em casa hoje. Pensei bem na proposta que ele me fez, e decidi aceitar. Qualquer escritório que eu entrar depois da minha formatura não irá me pagar tão bem quanto ele, só precisamos acertar quanto vai ser esse "bônus" dos casos que ele havia me dito. Além do mais, ele se propôs a pagar minha prova da OAB, e você acha que eu vou recusar? Nunca minha filha, dinheiro não se dá em árvore por aí não.
Falando na Vic e no BH, acho que esse rolo deles vai dar em namoro uma hora ou outra. Ela iria lá pra casa mais tarde, se arrumar e pegar uma roupa emprestada, e depois o BH iria deixar ela lá novamente pra ela poder dormir comigo. A Victoria é uma menina de ouro, ela é uma das melhores pessoas que eu tive o prazer de conhecer nessa vida, e infelizmente a estrutura familiar dela não é nada boa. Por isso ela sempre vive comigo e com a minha mãe. Espero que o BH esteja certo em se envolver com ela e que não faça ela sofrer, porque se mexer com ela, vai tá mexendo comigo também!
Luzia: Filha, chegou carregamento dos produtos, você pode ir lá assinar pra mim? - pede segurando em meu ombro e pegando a escova da minha mão, já que estava terminando de escovar um cabelo.
Desci as escadas pro primeiro andar, que era onde ficava a porta do salão, e comecei a colocar as caixas pra dentro pra contabilizar antes de assinar com o fornecedor.
Neguinho: Olha quem eu encontrei, a princesa do morro - parou de moto do meu lado assim que o caminhão foi embora.
Ana: Oi Neguinho, tudo bem? - ri do seu apelido e abri um sorriso para cumprimentá-lo - De onde saiu esse apelido doido?
Neguinho: É que tu é a mais bonita daqui né, o apelido tem que fazer jus a verdade. - revirei os olhos e dei uma risadinha - Ai, vim aqui pra te convidar pra ir num churras que tamo organizando, topa ir?
Ana: Achei que você tivesse desistido de me paquerar depois do baile - cruzei os braços e ergui a sobrancelha segurando um sorriso
Neguinho: Não é porque tu me deu um toco que a gente não pode ser amigos né - bagunçou meu cabelo - Chama a morena também, mulher do BH. É amanhã às 16h, e nem precisa levar nada que vai ter fartura de carne e cerveja.
Ana: Vou tentar ir sim, não sei se consigo chegar no começo por conta do salão, mas vou dar uma passada. Vai ter outra coisa além de cerveja pra beber? - faço uma careta, por mais que eu tente não consigo gostar do sabor.
Neguinho: Tá vendo como é princesinha, não bebe nem uma gelada pô - cruzou os braços se fazendo de malandro - mas vai ter sim, vai ter gin, vodka e uns bagulho doido lá que o MK pediu.
Continuamos conversando por um tempo e me despedi porque chegaram mais duas clientes, que eram as últimas do dia. Por mais que minha mãe se esforçasse ao máximo no salão, ela não ficava até tarde trabalhando. Então fechávamos no máximo às 20h, e como eu já tinha combinado de fazer o cabelo da Vic, minha mãe iria atender a última cliente enquanto eu adiantava pra dona Victoria sair com o seu romance.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Loucura de Amor
Non-Fiction"Faz uma loucura por mim Fala que ninguém te pega igual o teu nego Coloco tanta grife no teu corpo Sou tão carinhoso e tão longe de apego (...) Faz uma loucura por mim Assiste o jogo do meu time mesmo sem cê torcer por ele Divulga nosso lance em t...