Capitulo 6

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Após o jantar, a atmosfera na sala de jantar gradualmente se transformou, os ecos das conversas diminuíram à medida que os convidados se dispersavam, deixando para trás apenas os resquícios de uma noite bem passada – Ou quase –. Pelo menos, sem Caspian ao meu lado, pude desfrutar do delicioso pudim, em paz, sem aquele olhar de reprovação sobre mim.

Quando finalmente me levantei da mesa, percebi que quase todos já haviam se retirado, deixando-me entre os últimos a deixarem a sala. Caminhei em direção aos meus aposentos, ansiando pelo conforto reconfortante da cama. No entanto, antes que eu pudesse alcançar a tranquilidade dos meus próprios quartos, uma voz conhecida cortou o silêncio suavemente.

— Sophia! - chamou o príncipe, cuja presença ao subir as escadas me trouxe um sorriso instantâneo.

— Edward! - respondi, meu sorriso se ampliando ao encontrá-lo.

— Está prestes a partir? - indagou.

— Sim, estou exausta - confirmei, sentindo o peso do dia se acumulando.

— Então, permita-me acompanhá-la. - insistiu ele, com gentileza.

— Claro, seria ótimo ter sua companhia - concordei, grata por seu gesto.

Enquanto subíamos as escadas juntos, uma voz conhecida interrompeu nosso trajeto.

— Edward... - chamou Caspian, aproximando-se de nós.

A aproximação dele me trouxe uma raiva, virei o rosto, cruzei os braços o revirei os olhos.

- Caspian, o que foi? - Perguntou o loiro ao primo.

- Após a sua aula amanhã, pode ir para o escritório do seu pai? Temos um assunto muito importante para tratar. - Falou em um tom sério.

- Ah, tudo bem, eu vou estar lá. - Ele respondeu.

Caspian levou o olhar para mim, e logo se despediu do seu primo e nos deixou a sós.

- Finalmente... - Murmurei feliz com a sua saída.

- A briga de vocês dois no jantar foi muito engraçado. - Falou.

- Não tem ideia do quanto eu fiquei envergonhada... mas não pude me conter. - Confessei. - Espero que seus pais não fiquem com uma má impressão sobre mim.

- Na verdade, eles acharam muito engraçado, ninguém tem a coragem de falar daquele jeito com ele como você teve. - Revelou - Então, você irá começar a estudar junto comigo? - Ele perguntou, seu entusiasmo transparecendo em seus olhos.

- Sim, eu estarei lá - respondi com um sorriso, compartilhando sua empolgação.

- Será ótimo ter uma companhia - ele expressou sinceramente, seu tom revelando uma pitada de alívio.

- Se sempre quis estudar junto com outras pessoas, por que não foi para uma escola? Ao invés de estudar aqui. - Questionei, curiosa para entender sua história.

- Meu pai... Ele nunca me permitiu sair sozinho - explicou ele, sua voz carregada de tristeza. - Ele achou melhor que eu estudasse aqui, sob sua vigilância constante.

Compreendi a gravidade de sua situação, sentindo um aperto no coração diante das restrições impostas a ele.

- Vejo que nunca teve qualquer tipo de escolha, sua vida sempre foi ditada. - Comentei, tentando oferecer algum conforto.

Sombras do tronoOnde histórias criam vida. Descubra agora