Sombras do trono

Capitulo 5

Após desfrutar de um banho relaxante, envolvida pela suavidade das bolhas e o aroma delicado dos óleos essenciais, me envolvi em uma toalha felpuda e macia, enquanto as gotas d'água cintilavam em meu corpo, refletindo a luz suave que inundava o banheiro luxuoso do palácio.

Adentrar o closet era como entrar em um mundo de contos de fadas, onde cada vestido era uma história a ser contada. Diante da variedade de opções, meus olhos se encantaram com um vestido especial, um presente de meu pai que guardava não apenas beleza, mas também memórias preciosas.

Abri a caixa com cuidado, e ali repousava um vestido de um azul profundo, digno de realeza. O tecido sedoso acariciou minha pele enquanto o vesti, ajustando-se perfeitamente às minhas curvas sem a necessidade de qualquer ajuste. As mangas longas conferiam uma elegância clássica, enquanto a saia levemente rodada adicionava um toque de graciosidade.

Para acompanhar o vestido, escolhi um par de sapatos adornados com detalhes sutis, proporcionando conforto para explorar os corredores majestosos do castelo. Um colar de pérolas emoldurava delicadamente meu pescoço, adicionando um brilho suave que complementava a beleza do vestido.

Meus cabelos, soltos em ondas suaves, caíam delicadamente sobre meus ombros, conferindo um ar de leveza e naturalidade ao visual. Pronta para explorar meu novo lar, envolta na elegância deste vestido especial, senti-me grata pelas lembranças preciosas que ele evocava, lembrando-me sempre do amor e apoio generoso de meu pai.

Saí do meu quarto com uma mistura de empolgação e curiosidade, pronta para desbravar a imensidão daquele lugar e desvendar cada mistério que aguardava. Enquanto eu caminhava e admirava os quadros que adornavam os corredores, fui surpreendida por um guarda.

— Senhorita! — Ele se curvou em sinal de reverência.

— Ah, não precisa dessas formalidades — respondi com um sorriso gentil.

Ele parecia tenso, e perguntou se eu tinha visto um jovem loiro passando por ali. Senti um calafrio de tensão no ar.

— Não, não vi... por quê? Algum problema? — perguntei, tentando ocultar minha inquietação.

— Nenhum problema, não se preocupe — ele respondeu, mas sua expressão preocupada dizia o contrário. — Se por acaso o vir por aí, avise a um dos guardas, tudo bem?

— Certo, avisarei — assegurei, lançando-lhe um sorriso tranquilizador enquanto ele se afastava.

Continuando minha jornada, decidi descer para o jardim. Havia algo especial naquele lugar que me atraía, uma espécie de calmaria que contrastava com a agitação dos corredores internos do castelo. Ao me aproximar da porta que levava ao jardim, os guardas a abriram para mim, e eu agradeci antes de seguir em frente.

O caminho de pedras me convidava a explorar cada canto, enquanto as árvores verdes e os pássaros cantantes criavam uma atmosfera de serenidade. Respirei fundo, absorvendo o ar fresco e revigorante.

Absorta em meus pensamentos, não percebi as pedras no caminho, e acabei tropeçando e caindo no chão áspero.

— Ai! — gemi, sentindo uma pontada de dor.

— Meu Deus! Eu sinto muito — uma voz surgiu de trás de um arbusto. — Eu coloquei essas pedras para atrasar os guardas que estão atrás de mim, não imaginei que outra pessoa viesse caminhar por aqui hoje.

Era um rapaz loiro, com olhos tão azuis quanto o céu em um dia claro. Ele usava roupas elegantes que denotavam sua posição de destaque naquele lugar.

Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar, mas ele percebeu o sangue em minhas mãos antes mesmo de eu notar.

— Está tudo bem! — tentei tranquilizá-lo com um sorriso, apesar da dor. — Acho que nem me machuquei tanto.