Capitulo 7

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Na manhã seguinte, enquanto as gotas do chuveiro caíam, o vapor se espalhava pelo banheiro, criando um ambiente acolhedor e propício à reflexão. Cada gota parecia ecoar meus pensamentos inquietos sobre a conversa da noite anterior entre o rei e a rainha. Era como se as respostas estivessem ali, escondidas, esperando para serem decifradas.

Saí do banho sentindo-me revitalizada, mas os mistérios que rondavam minha mente persistiam. Enquanto me vestia, ponderava sobre como abordar o assunto com Edward. A ideia de compartilhar meus receios com ele era tentadora, mas também reconhecia a importância de agir com cautela, especialmente levando em consideração que isso poderia me trazer uma série de problemas, e para meu pai também... eu estava entre a ética e o pedido do meu pai de não causar problemas.

Antes que pudesse decidir, uma batida na porta interrompeu meus pensamentos. Lydia e Lucia, com seus sorrisos calorosos e bandeja de café da manhã, trouxeram um breve alívio à minha mente tumultuada.

— Bom dia, Sophia — cumprimentaram em uníssono, seus olhares curiosos indicando que algo não estava bem.

— Bom dia, meninas — respondi com um sorriso forçado, tentando dissimular minha agitação.

Conversamos sobre trivialidades enquanto tomávamos o café da manhã na varanda, mas minha mente estava distante, absorta em preocupações mais profundas. Lydia e Lucia, percebendo minha quietude, tentaram animar o ambiente com suas histórias engraçadas e observações divertidas, mas eu mal conseguia prestar atenção.

— Você está tão quieta hoje de manhã, parece preocupada — observou Lucia, seus olhos perspicazes buscando os meus em busca de respostas.

— Eu... — hesitei, lutando contra o impulso de confiar nelas com meus segredos mais sombrios. Mas, por mais que confiasse em suas amizades, sabia que certos fardos precisavam ser carregados sozinhos.

— Eu só não estou me sentindo muito bem — menti, desviando o olhar para minha xícara de café.

Lydia franziu a testa, preocupada. — Você pode estar pegando um resfriado. Ontem à noite, vi você caminhando no jardim, e estava muito frio. Deveria se cuidar — sugeriu com gentileza.

Balancei a cabeça, forçando um sorriso reconfortante. — Não será necessário. Eu me sinto bem, apenas um pouco cansada.

As palavras escaparam de meus lábios como uma tentativa desesperada de esconder a verdade que ardia em minha alma. Mas, por enquanto, era tudo o que eu podia fazer.
As meninas perceberam minha relutância em falar sobre o assunto e decidiram não pressionar mais. Agradeci silenciosamente por sua compreensão enquanto terminávamos o café da manhã em um silêncio contemplativo.

Com um suspiro resignado, levantei-me da mesa e me preparei para enfrentar mais um dia. O peso do segredo que carregava parecia mais pesado do que nunca, mas eu estava determinada a descobrir a verdade, mesmo que isso significasse enfrentar meus medos mais profundos.

Caminhei em direção à biblioteca, onde o príncipe e o professor me esperavam, prontos para mais um dia de estudos. A incerteza pairava no ar, mas eu estava determinada a encontrar as respostas que procurava, mesmo que isso significasse mergulhar mais fundo no desconhecido.

— Você está mais quieta hoje, Sophia. Aconteceu algo? — Edward perguntou, seu olhar azul expressando preocupação genuína assim que o professor se afastou.

— Eu só não estou me sentindo bem — murmurei, sentindo o peso de minhas preocupações se acumularem em meus ombros.

— Se precisar de algo, pode contar comigo, certo? — Ele colocou a mão sobre a minha que repousava na mesa, um sorriso gentil iluminando seu rosto. Retribuí o gesto com um sorriso fraco, apreciando sua oferta de apoio em meio à minha turbulência interior.

Sombras do tronoOnde histórias criam vida. Descubra agora