capítulo 4 - no castelo da fera.

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Lúcifer chegou a trilha da feira, e percebeu que havia um caminho aposto, muito mais obscuro do que o outro caminho. Iria para o lado sem atalhos, mas sua consciência lhe disse que não era o caminho que Charlie tinha percorrido.

E então, nem chegando a pensar que poderia se encontrar com lobos famintos, foi com toda a velocidade para o atalho escuro.

Nem muito tempo depois, deu de cara com portão enorme com muros ao lado. O grande portão parecia estar enferrujado, de tantos anos, os muros não estavam tão diferentes. Ele se perguntou se existia a possibilidade de Charlie ter atravessado as grades.

Razzle parecia desconfortável e agitado, então, Lúcifer desceu e tentou o acalmar.

— Razzle... não sei o que está te incomodando, mas se você quiser, pode voltar para casa. - Lúcifer sabia que o cavalo havia decorado o caminho inteiro. E além de mais não queria forçá-lo a ficar onde não queria. Até mesmo ele sentiu calafrios ao encarar o enorme portão á sua frente.

— Oh meu deus... - no chão estava o chapéu rosa de Charlie. E nesse momento Lúcifer soube que sua filha havia entrado dentro do que sabe lá que fosse por de trás dos muros.

[...]

— Olá? Tem alguém aí? - olhou em volta dos arredores. Havia um corredor gigante a sua frente, e tudo se tornava mais macabro pelo o fato de estar escuro, e Lúcifer não poder enxergar nada. — Olá? Charlie, você está aqui?

Continuou chamando pela a sua filha, com apenas um vela em sua mão para iluminar sua visão. Estava quase perdido. Ainda bem que quando era criança o ensinaram a andar por um castelo sem se confundir.

— Charlie? Filha? - ouviu o ranger de um porta. Olhou pra trás vendo que não havia ninguém além de si. Entrou pela a porta, reconhecendo uma masmorra — Filha? Você está aí?

Quando menos esperava, viu uma luz subindo as escadas e imediatamente a seguiu — Espere! Você viu a...

Porém, não tinha ninguém. Apenas o escuro e uma vela no canto, servindo como iluminação.

— Tem alguém aí? - perguntou, com esperança de obter uma resposta.

— Pai?

— Charlie!

Lúcifer foi correndo até onde a voz veio. Uma cela no meio de várias outras.

— Pai, Como me encontrou? - Lúcifer não entendeu por que Charlie falava tão baixo, sua filhota era a própria animação em pessoa, não era comum tanta hesitação vindo dela. Segurou as mãos de Charlie, sentindo as frias.

— Está congelando.... vamos Charlie! Vou te tirar daí. Vamos voltar para casa e eu vou fazer sua sopa de legumes favorita. - tentou aquecer as mãos da sua filha, esfregando contra as suas.

— Pai, acho que não são minhas mãos que estão congeladas...

— Bobagem! Você está sem casaco e sentada no chão frio, vai pegar um resfriado. - pegou uma presilha de sua bolso. Estava pronto para resgatar Charlie deste horrendo lugar.

— Pai, você tem que sair deste lugar. - ainda falava com o tom de voz baixo, como se quisesse evitar algo.

— Quem fez isto contigo?!

— Não há tempo para explicações. Você deve partir. Agora!

— Não vou a abandonar!...

Um rugido, alto, como um animal faminto pronto para caçar. Seus ombros foram agarrados e jogados para longe da sua filha, que o olhava desesperada. Lucifer, por um momento, sentiu todo o seu mundo girando, como se tivesse parado.

A bela e a fera | Radioapple (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora