Capítulo 12 - Leitura com os amigos e outra surpresa desagradável.

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— Por Marie Antoinette! Onde você estava, monsiur? — disse a vela, preocupada — por um segundo achamos que você foi para a ala oeste!

— Ah, sinto muito, monsiur Angel. Sem querer confundi os corredores. E não, não fui para a ala oeste — Lúcifer não se considera um bom mentiroso já que em poucas vezes de sua vida teve que dizer alguma mentira.

Lúcifer considera a mentira um ato covarde de não aceitar a realidade (mesmo que semanas atrás ele mentiu para a sua filha sobre sua própria saúde. Que hipocrisia).

— Haha! Ainda bem. O amo arrancaria nossas cabeças de madeira e cera se você por acaso fosse para a ala oeste — Sr. Pentious estava claramente perturbado com a ideia de que Lúcifer poderia ter ido para a ala oeste, e pareceu se aliviar quando o inventor disse que apenas confundiu os corredores. Não poderia dizer se é a verdade ou não, já que realmente o castelo é deveras confuso até mesmo para os habitantes do mesmo.

— Então... — hesitou — vocês ainda poderiam me mostrar a biblioteca? — perguntou. Estava genuinamente curioso para saber como seria a biblioteca desse tão grande lugar, visto que tudo em si é grande.

— Claro. Vamos lá! — Angel deu pequenos pulos de alegria, o que fez o inventor dar risadas altas que ecoaram pelas as paredes.

O que o relógio, a vela e o inventor não imaginavam, era que a fera estava os observando pelo o espelho. Estava irritado, furioso pelo o fato de que o prisioneiro estar feliz. Como ele ousa?! Pensou a besta. Já não bastava toda a cantoria que ele ouviu e agora tinha que aturar as risadas entre seus servos e seu prisioneiro se divertindo.

Pena que Alastor não imaginava que todo o ódio que ele tinha pelo o inventor eventualmente se transformaria no mais puro dos sentimentos.

Enquanto a fera se remoia de ódio, o pequeno trio explorava cada canto da enorme biblioteca.

— E este daqui? — o inventor pegou mais um livro — parece ser bem antigo.

— Escolha interessante, meu caro. O livro que tu acabará de escolher é um belo conto de fadas. Se chama "branco de neve e os seis anões".

— Não seria "branca de neve e os sete anões"? — questionou.

— É a versão mais antiga do conto, a melhor também — respondeu Angel no lugar de Sr. Pentious.

— Nunca ouvi falar dessa versão. Posso ler? Quero dizer... não sei se teu amo me permite ter tal prazer — Lúcifer realmente tinha um certo medo em relação e fera, Angel percebeu.

— Bobagens! Ele não seria tão grossier. Venha, sente-se! Eu e meu colega vamos ouvir-te ler — disse Angel, guiando o inventor até um sofá luxuoso, porém empoeirado — sinto muito pela a falta de higiene, haha... fazem tempos que ninguém usa.

— Oh, não tem problema — tranquilizou a vela — veja... — pegou um pano de baixa qualidade e cuidadosamente removeu a poeira do sofá. Espirrou um pouco, provando que o que Angel disse era realmente verdade, deveria fazer tempos que ninguém sentava no sofá, até mesmo ir à biblioteca ler algum dos interessantes livros que possuía.

— Não há mau algum em um pouco de poeira. Nada poderia ficar limpo para todo o sempre. Venham, commençons — disse Lúcifer, sentando-se no sofá agora limpo, acompanhado de Sr. Pentious e Angel, que se apoiaram no colo do loiro.

— Vamos lá... — começou a ler — "este livro é uma versão da história original; preta de barro e os sete negões"...

Estranho, porém tudo bem.

— "Era uma vez"... — no momento em que começou a ler, Lúcifer sentiu um calafrio na espinha, o ambiente parecia ter ficado mais tenso — "existiu uma rainha que..."

A cada palavra que o loiro lia em voz alta, tudo pareceu ficar mais escuro. Era como se tivesse outro ser além do pequeno trio na biblioteca, os observando de longe sem eles saberem.

— "A rainha o nomeou de..." — Lúcifer parou de ler, a tensão estava insuportável, como se algo estivesse o sufocando. Sr. Pentius parecia estar congelado no lugar, e virou-se para Angel, que parecia não entender o motivo do convidado interromper a própria leitura.

— Por que parou? Poxa, sua voz é tão boa de ouvir! — perguntou a vela.

— Angel... — Sr. Pentious parecia tentar o avisar de alguma coisa, mas o que seria?

— Pare de ser chato, relógio enferrujado. Vamos querido, continue. Se não quer continuar por causa do amo...

— Angel... — a voz do Sr. Pentious ficou abafada e visivelmente nervosa.

— Ah, por favor Sr. Pentious. Não vou deixá-lo parar a bela leitura por causa do machista ao contrário! Não é culpa do coitado que o nosso amo seja um completo imbecil.

— Anthony! — O relógio praticamente gritou.

E no segundo em que Sr. Pentious falou seu verdadeiro nome, A vela pareceu finalmente entender a situação — ele está atrás de nós, não está? — sussurrou.

— É... — O relógio estava quase se desmanchando de medo.

Lúcifer sentiu uma presença fria e medonha atrás de si. Sentia como se estivesse no mar, afogando-se cada vez mais, até não conseguir ver a luz e seus olhos estiverem praticamente fechados. Um nó se formou em sua garganta, o fazendo engolir seco.

Como ousas ficar à vontade em minha propriedade, verme insolente?! — rugiu.


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Foi bom te conhecer, Lúcifer✊️

Ah sim, não sei se vocês repararam, mas eu estou tentando melhorar minha escrita, tanto para deixar meus leitores confortáveis como para não assassinar o português.

Depois de terminar essa fic vou escrever outra fic radioapple: "Branca de neve e os sete anões - versão radioaplee"

887 palavras!

A bela e a fera | Radioapple (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora