Capítulo 8 - Tentando fazer o amor funcionar.

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Não acreditou nisso. E agora?! O que ele iria fazer? Como ele poderia viver sabendo nunca mais iria poder ver sua única felicidade, Charlie? Soluços e mais soluços eram abafados pelo o travesseiro antes seco e agora encharcado por lágrimas. Desejou voltar tempos atrás, quando ainda tinha uma esposa.

Sua não tão mais amada Lilith. Ah, como ele sentia sua falta. Porém, Lúcifer era racional o suficiente para saber que ela foi a causa de seus pesadelos, o motivo de ter sido expulso da sua família, o motivo de seu pai o ter o rejeitado ao trono. O motivo de Charlie nascer, e com certeza, essa é a única coisa por qual ele é grato à ela.

Maldita seja a mulher que se aproveitou de sua inocência. E Lúcifer não duvida nada de que ela agora esteja no palácio que ele costumava chamar de casa, bebendo vinho e se aproveitando da luxúria e da riqueza.

- Chorando por nada, branca de neve? - O loiro arregalou olhos, levantou a cabeça e olhou freneticamente para os lados, e então, pôde perceber que era o armário.

Sinceramente, depois de tudo o que aconteceu em tão pouco tempo, nada mais o abalava. O armário era feito de madeira, com detalhes dourados em forma de flores. Era tão pouco pequeno. Na verdade, escutou uma voz feminina, então supôs que o correto seria "era tão pouco pequenA".

- A madame também é amaldiçoada? que nem os outros que eu vi? um tal de... - se esquecerá do nome no gato ranzinza - ... não sei, acho que é "Pusk". Ele me disse que todos vocês, sem exceção, estavam condenados a serem objetos e animais por contra gosto. Estou certo?

- Isso mesmo querido! e o correto é Husk. Por falar em nomes, meu nome é Mimzy. Um prazer em te conhecer, monsiur.

- Meu prazer é o mesmo, madame.

- Bem, o monsiur ignorou minha pergunta anterior. Por que estavas chorando? Foi por causa do amo? - perguntou o armário, ou armária.

- O que? Não, não. Eu só...

- Saudades da filha? - interrompeu o armário, ficando satisfeita ao ver pela a cara do loiro que ela tinha acertado em cheio - Ha! Te peguei.

- Isso mesmo...

- Bem, limpe seu rosto! Daqui a pouco o monsiur vai jantar.

- Jantar? Achei que teu amo havia me proibido de comer um sequer petisco.

- Ele é assim mesmo! Mas por dentro é apenas um jovenzinho que tem a mania de querer estar no centro de tudo.

Lúcifer não disse mais nada. Não sabia o que sentir pelo a fera que o aprisionou. Havia tido pouco tempo para odiá-lo.

E então, sua atenção foi roubada quando a porta se abriu. Era um relógio meio enferrujado, que como os outros, também falava.

- Cof-Cof... o jantar está na mesa.

Ah não.

[...]

A fera estava andando para um lado e para o outro, ansioso.

- Por que ele está demorando? eu disse para avisarem a ele para descer! Por que ainda ele não está aqui?!

- Tenha um pouco de paciência, senhor - a chaleira, Cherri, tentou acalmar seu amo - o monsiur perdeu a filha e a liberdade em um dia.

- Mestre, já pensou que talvez esse homem possa quebrar a maldição? - Perguntou a vela, Angel.

- Claro que não! eu não sou idiota. Ele é um homem.

- A feiticeira nunca disse qual seria o gênero da pessoa!

- E isso lá importa? tem que ser com uma mulher. Essa discussão acabou - disse a fera, bufando e voltando a andar de um lado para o outro.

- É só os dois se apaixonarem e depois transarem e PUFF! em meia noite voltaremos a ser humanos - disse a vela, longe dos ouvidos da fera.

- Não é tão fácil assim, Angel. Essas coisas levam tempo. E você sabe como o amo é, ele odeia ser tocado - disse Cherri, fazendo a vela murchar em desânimo.

E então, a porta rangiu e os todos os olhares caíram na pessoa que iria aparecer.

- Aí está ele - disse a fera.

Porém, pessoa alguma surgiu. Apenas o relógio enferrujado, Pentious, com uma voz nervosa.

- Boa noite... - disse sem graça. O relógio parecia estar se segurando muito para não se desmanchar de medo diante do seu amo.

- Bem, onde ele está? - perguntou a fera, sentindo sua paciência sair lentamente de seu corpo.

- Quem? Ah! O monsiur, claro. O monsiur. Na verdade ele está justamente... ah... devido as circunstâncias... ele não vem.

- O que?! - um rugido ecoou pela as paredes cheias de poeira. E então, sem esperar por explicações, correu até o quarto do inventor.

- Ai, ai. Sua graça! Eminência! - os servos correram atrás do seu amo, temendo pelo o pior - não seja impulsivo!

Lúcifer, entretido com a conversa entre ele e Mimzy, nem percebeu o barulho do outro lado. E pulou de susto quando ouviu batidas fortes e apressadas na porta.

- Achei que tivesse lhe dito para ir jantar! - Rosnou.

- Não estou com fome - respondeu Lúcifer, mesmo com os lamentos de mimzy para ele repensar suas ações.

- Saia ou derrubarei a porta! - ameaçou.

- Mestre, posso estar enganado. Mas creio que está não é a melhor forma de conquistá-lo - disse Angel, calculando suas palavras para não serem mal entendido como ofensas.

- Quem disse que eu quero conquistá-lo?! Quem te deu a permissão para me contrariar? Eu já falei que este assunto estava encerrado - disse sem nem um pingo de delicadeza.

- Por favor, tente ser um cavalheiro - Pentious tentou o convencer.

A fera suspirou - mas ele está sendo tão difícil...

- Com calma. Por favor - Falou Cherri.

A fera demorou alguns segundos para pensar se ele iria se rebaixar a esse nível, porém, sua dignidade há foi perdida há muito tempo.

- Você vai descer para jantar?

- Não!

A fera Rosnou novamente, arqueado uma sobrancelha enquanto para seus servos.

- Suave, gentil.

- Seria um grande prazer se me acompanhasse no jantar... - falhou miseravelmente em parecer suave, por causa de tanto tempo sem utilizar seus costumes humanos, nem adiantava tentar.

- Urm-urm... "por favor" - sussurrou Pentious.

- Por... favor.

- Não, obrigado! - disse Lúcifer, apesar de estar se tremendo de medo.

- Não pode ficar aí para sempre!

- Posso sim!

- Muito bem! Então morra de fome! - rugiu e depois se virou para seus servos - se ele não vai comer comigo, então não vai comer nada.

E então, a fera se foi.

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Ahhh nossa eu tô tremendo de meeedooo😱 olhai aí como eu tô tremendo de medo😖 Ahhhh meu deus do céu🤕

1061 palavras!

A bela e a fera | Radioapple (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora