Competição - Bruna Marquezine

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Maya Fiore
21 de março de 2024
Los Angeles

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- Mia! - Disse assim que abri a porta e vi a gatinha, me abaixando e fazendo carinho nela. Eu estava ligeiramente alterada, acabamos por beber quatro vinhos e eu estava em um ponto exatamente entre estar sóbria e bêbada. - Sua mãe tá acordada? Pensei muito no que ela me disse.

Mia não me respondeu, apenas voltou pro canto que sempre deita e me deixou ali. Caminhei até meu quarto e tirei minha roupa, colocando um pijama e por fim me deitando. Era como se minha cabeça não conseguisse parar, as palavras de Marquezine dançavam pelos meus pensamentos, elas se misturavam com meus sentimentos, se misturavam com o meu desejo de ter ela ao meu lado, de parar com esse orgulho idiota.

Era complicado, havia amor, mas havia medo. Todas as situações que eu poderia pensar era complicadas.

Se a gente tentasse e desse errado teríamos que conviver juntas, como um casal, por alguns meses.

Mas se desse certo, seríamos verdadeiramente um casal, espero que por todos os próximos anos.

Eu respirei fundo e olhei em meu celular, já eram quase quatro da manhã, eu não iria conseguir dormir.

Eu respirei fundo e caminhei lentamente para o quarto de Bruna, a porta estava fechada, abri lentamente uma fresta e vi que a garota estava com a televisão ligada, mas dormia. Eu entrei e desliguei a televisão, cobri a garota com o edredom que estava quase todo no chão e apaguei as luzes que estavam acesas.

- Maya? - Vi os olhos de Bruna serem lentamente abertos.

- Oi. - Disse e ela acendeu a luminária ao seu lado. - Posso dormir aqui? - Disse e ela me olhou confusa.

- Maya, o que você tá fazendo? - Bruna disse assim que eu deitei em seu ombro e encaixei a cabeça em seu pescoço.

-Eu não tô conseguindo dormir. - Disse baixinho e senti seu braço me envolver. Minha mão repousou na cintura da garota e ouvi ela respirar fundo.

- Você quer conversar? - Bruna disse se afastando e fazendo com que nos olhássemos. Eu respeitei fundo e concordei. - Aconteceu algo lá na casa do Jayden? Eles falaram algo de ruim? Foi na volta? - Bruna disparava perguntas sem parar.

- Não, vou tentar te explicar. - Disse e Bruna concordou, apenas ficando em silêncio. - Você, o que você disse, eu não consigo dormir por causa disso.

- Me explica melhor, o que tá te incomodando. - Bruna disse se virando pra mim e fazendo com que nossas respirações se misturarem.

- A gente longe, me parece tão errado. - Disse enquanto brincava com os dedos de Marquezine. - Lá no Jay eu não consegui parar de pensar em você, eu pensava como queria ter uma relação como a deles, queria que fosse com você. Eles parecem muito com a gente, eles se entendem de uma maneira tão anormal.

- Onde você quer chegar, Maya? - Bruna disse me olhando, seus olhos ainda estavam sonolentos.

- Em você. - Disse sincera e sorri fraco. - Na gente, quero tentar construir a gente de novo.

- Construir a gente?

- Sim, mesmo que a gente já se conheça, Bru, meses se passaram, algumas coisas mudaram, é comum. - Disse enquanto observava suas expressões. - Mesmo que voltamos no mesmo rio, as águas não serão as mesmas, nunca ouviu isso?

- Você acha que a gente não daria certo de novo? - Bruna disse apertando meus dedos contra os seus.

- Eu não sei, mas eu tô disposta a tentar. - Disse e vi Bruna parecer surpresa. - No nosso ritmo, do nosso jeito.

- Você tá falando sério? - Bruna disse sorrindo fraco e eu retribui.

- Sim, juro. - Disse mostrando meu dedinho que logo teve o contato de Marquezine. Eu puxei nossas mãos pra baixo e deixei um selinho em seu nariz. - Eu realmente gosto de você, Bru, gosto de você, não necessariamente de seus beijos, ou qualquer coisa física, tá? - Disse e vi a garota sorrir.

- Não gosta de meus beijos? - Bruna disse e eu revirei os olhos. - Eu entendi, Maya, era brincadeira. - Bruna disse fazendo carinho em meu rosto. - Você quer mesmo arriscar que tudo dê errado?

- Parece mais errado não tentar. - Disse puxando Bruna pra perto e, como sempre, me encaixando em seu pescoço. - Você não acha? - Disse e ouvi Bruna concordar, deixei três beijos em seu pescoço e me ajeitei ali. - Boa noite, Bru. - Disse abraçada na garota.

- Um beijinho de boa noite? - Bruna disse e eu neguei.

- Nem me levou pra jantar ainda. - Disse e ouvi ela bufar.

- A gente se beija todo dia.

- Lá não somos Bruna e Maya. - Disse e senti Bruna dar uma risadinha.

- Engraçado, mas tá comigo na minha cama. - Bruna disse. - Agarrada em mim. - Assim que ela falou eu me afastei, virando de costas pra ela, senti o colchão se movimentando e logo senti as mãos de Bruna em minha cintura, a garota deu beijos por minhas costas e se encaixou atrás de mim.

- Eu sou mulher de família, me respeita.

- Eu te respeito, mas é impossível ficar longe de você. - Bruna disse e eu neguei, me virando de frente pra ela.

- Você sentiu minha falta?

- Porra, muito. - Bruna disse de um jeito engraçado. - Você não tem noção, Maya, faltava uma parte de mim. Você sentiu?

- Aham, Guto também.

- Você voltou pra casa da sua mãe quando?

- Uns dois meses depois que a gente se separou. - Disse e observava que Bruna brincava com meus dedos como se eles fossem um piano. - Ela me dizia coisa ruim estando longe, então, sei lá, eu só fiz o que ela queria.

- Não é assim que funciona, Maya. - Bruna tirou algumas fios de cabelo de meu rosto.

- Eu não tinha mais um apoio, meus amigos não sabem direito o que rola, só bem por cima. Era só fingir que ouviu e não ouvir, eu cresci assim.

- Maya, não é assim.

- Eu sei que não, mas eu tô tentando chegar em algo que funcione. - Disse e Bruna concordou.

- Meus pais sentiram sua falta.

- Seu pai e sua mãe? - Disse e Bruna concordou sorrindo.

- Quando eu fui pro Natal tive que explicar direito a história, parecia que eu tinha marcado você.

- Você matou um pouco, mas tudo bem.

- Não, não tá tudo bem. - Bruna disse e deixou um beijo em minha bochecha. - Me desculpa de verdade.

- Tudo bem, Bru. Continua dos seus pais.

- Meu pai disse que nem teve chance de jogar truco com você e minha mãe disse que eu tinha perdido a melhor oportunidade amorosa da vida. - Eu estava em choque.

- Sua mãe?

- Ela gosta muito de você, só é casca grossa. - Bruna disse e deixou mais um beijo em minha bochecha. - Quem não gosta de você, né?