Competição - Bruna Marquezine

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Maya Fiore
16 de maio de 2024
São Paulo

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- A gente precisa conversar, Bruna. - Eu disse firme
pra garota que mexia no celular enquanto estava deitada. Desde o começo do dia eu estava tentando ter essa conversa com a mulher, mas sempre havia uma mudança de assunto.

- Sobre o que? - Bruna disse sem olhar pra mim e isso fez com que eu respirasse fundo, atraindo atenção da garota. - Meu amor, o que foi?

- A gente tá em São Paulo pra que? - Disse com os braços cruzados e Bruna se sentou com a postura ereta. - Aniversário da Maísa, certo?

- Uhum, mas o que tem? - Bruna disse e eu caminhei até a garota, assim me sentando a sua frente.

- Pessoas, nós, passado e presente. - Disse sem olhar pra Bruna. - Eu não quero que aconteça o que aconteceu, quero conversar como vai ser lá, eu não posso te garantir que ninguém vai fazer graça comigo e nem com você. - Disse levantando o olhar para o rosto de Bruna que me fitava atentamente, eu respirei fundo e deixei que meu corpo se deitasse sobre a cama.

- O que você quer?

- Não é um relacionamento de mim comigo.

- Mas o que sugere?

- Eu não sei, você quem não é assumida, Bru, você quem tem que ditar o ritmo disso, mas tem que ter noção do que pode acontecer. - Disse observando o teto e senti os dedos de Bruna passando sobre minha mão e as unindo.

- Eu diria pros outros que estamos juntas, eu agiria como sua namorada, mesmo que falte um pedido novo. - Bruna disse e eu respirei fundo, meu coração acelerava em meu peito.

- Você não precisa fazer isso, só não quero que mal entendidos ocorram.

- Eu também não quero. - Bruna disse firme. - E eu quero estar ao seu lado, Maya. Quero segurar sua mão, dançar contigo, te beijar, quero ser a sua pessoa. - Bruna falava calmamente, enquanto eu tentava assimilar as palavras ditas. Marquezine e eu juntas em um local público. - Voce não quer? - Bruna disse deslizando os olhos por todo o meu rosto em busca de uma expressão para compreender o que eu estava sentindo.

- Quero, eu tenho medo que você esteja antecipando as coisas, Bru. - Confessei.

- Quantos meses estamos juntas? - Bruna disse e eu respirei fundo. - Meus pais sabem, nossos amigos sabem, sua família de certo modo sabe, eu não me importo se todos nossos fãs passarem a nós odiar, mesmo que acho muito improvável.

- Voce sabe que o ódio dói, né? - Disse sem olhar para Bruna, de certo modo uma parte de mim tinha medo desse momento, eu não queria que Bruna sentisse o que um dia senti.

- Eu sei, mas eu não posso esconder quem sou pra sempre, Maya. - Bruna disse e levantou minha cabeça, assim unindo nossos olhares. - Eu não posso esconder que sou sua, isso está bem exposto, não tem como eu esconder. - Eu sentia meu corpo bambeando. - Você acha mesmo que eu conseguiria ficar uma noite ao seu lado e não dançar com você? Ou unir nossas mãos? Ou te dar um beijinho? Você é irresistível, Fiore.

- Bru, você sabe que vão vir pessoas falando coisas ruins, né? Você não precisa fazer isso.

- Você não quer, né? - Bruna disse e eu engoli seco. - Tudo bem, a gente pode dar um jeito.

- Eu quero, Bru. Eu só não sei se é o melhor agora.

- E quando vai ser? - Bruna disse rapidamente. - Eu entendo que você se preocupada, Maya, mas não tem como você me proteger disso. - Bruna disse enquanto fazia carinho em minha mão. - Eu não tô falando que quero expor em um telão que estamos namorando, ou que quero colocar na capa dos jornais, eu só quero poder demonstrar carinho em público sem pensar nos outros.

- Você tem certeza? - Disse e vi Bruna concordando. - Então sábado seremos nós? - Bruna concordou novamente. - Tipo, isso vai poder? - Disse olhando para nossas mãos unidas e novamente Bruna concordou.

- Isso também. - Ela disse e em seguida selou nossos lábios, Marquezine sorriu com o rosto ainda próximo do meu. - Amor, eu sei que você faz isso pra me proteger, eu agradeço, mas eu quero poder te amar a qualquer instante. - Bruna disse segurando meu rosto e novamente deixando um selinho em meus lábios. - Quero poder mostrar como nosso amor é bonito, como nós somos o casal do século.

- Bruna, óbvio que nosso amor é bonito, você tá nele. - Disse e ouvi a garota rir rapidamente.

- Eu acho que você acrescenta mais, todas essas tatuagens, esse sorriso marrento, esses cachos rebeldes. - Bruna disse enquanto arranhava lentamente minha nuca.

- Eu te amo, Marquezine.

- Também te amo, futura Marquezine.