Bruna Marquezine
21 de outubro de 2024
Rio de Janeiro✭
Amor, tá tudo bem? - Disse rindo de Maya que respirava ofegante em seus braços, a garota havia chegado ao quarto orgasmo da noite. Maya estava suada e era a definição de perdição, todas suas tatuagens a mostra, um sorriso cafajeste no rosto, seu cabelo bagunçado. Definitivamente eu me perderia ali.
- Um segundo. - Maya disse e eu voltei a deixar beijos em seu pescoço. - Amor, a gente precisa levantar, merda. - Maya disse após ouvir o despertador, nos quase não dormirmos essa noite, então ele havia sido totalmente inútil em nós acordar.
- Será que a gente não pode pegar outro voo? - Disse e ouvir Maya negar.
- Pra eu nunca conseguir pegar a chave da casa? Não, obrigada. - Maya disse me afastando de seu pescoço e me dando um selinho. - Vamos, você tem que conhecer a casa que cresci. - Maya se levantou animada e me puxou para o banho junto com ela, que foi o mais rápido possível. Praticamente uma corrida ocorreu para que chegássemos no aeroporto e subíssemos no avião, mas tudo deu certo, Maya encostou em meu ombro e relaxou, a garota havia conseguido o que lutou por alguns meses e finalmente iria ser concreto.
A Mãe de Maya ia vender a casa que a garota cresceu, entretanto ali estão a maioria das coisas que seu pai deixou, ela nem pensou em oferecer o dobro do valor da casa para que sua mãe passasse pra seu nome e assim não houvesse mais chance de que aquilo não fosse mais seu. Aquela que se diz mãe de Maya fez questão de tirar o máximo de dinheiro que conseguia, ela sabia que Maya faria qualquer coisa pela casa. Eu sentia raiva a cada coisa que Maya me contava sobre ela, queria que Maya pudesse se sentir amada pela mãe e ter alguém que realmente tivesse lhe criado e não apenas a colocado no mundo.
A garota não parou de falar por todo o caminho do Uber, ela observava tudo e não parava de sorrir, a garota vivia um dos dias mais felizes da sua vida.
- Finalmente, é aqui na esquerda, moço. - A garota disse ao motorista e descemos do carro, assim pegando nossas malas. Ali estava a antiga dona da casa, ela sorria cinicamente e eu me segurava pra não agredir essa mulher. - Oi. - Maya disse com um tom totalmente diferente de antes. - Onde tá a chave?
- Aqui. - A mãe de Maya disse mostrando a mão. - Você não tá esquecendo de nada? - Maya a olhou confusa, eu apenas observava, mas sentia o olhar da mais velha me queimando. - Normalmente abraçamos quem amamos e apresentamos as pessoas novas na família. - Ela disse e Maya respirou fundo.
- Não quero briga, você sabe que a gente não tá aqui como mãe e filha, será que você pode me dar a chave? - Maya disse séria e sua mãe a encarava. - Eu já te disse que enquanto você não me tratar diferente eu não vou te tratar como sempre tratei, por favor, vamos fazer o necessário e pronto.
- Você fez minha filha se igual a você, não sei quem se tornou pior. - Ela direcionou a palavra pra mim pela primeira vez e eu não abri minha boca.
- Vamos, por favor. - Maya disse e recebeu a chave. - Tchau, Obrigada. - A garota disse e me puxou pra dentro do portão, sua mãe olhava cada movimento. - Não fale nunca mais assim com ela e nem com ninguém que tenha relação comigo, entendeu? - Maya disse antes de fechar o portão, sua mãe a olhou de volta, já que a mais velha caminhava pro carro.
Maya respirou fundo e apoiou a cabeça no portão fechado.
- Amor. - Disse e a garota me abraçou. - Ela já foi, tá tudo bem. - Disse passando a mão por seus cabelos e vi Maya sorrindo em minha direção.
- Eu consegui. - Ela disse com os olhos brilhando e eu sorri com a garota. - Eu tenho tudo que o papai deixou, Bru. - Maya disse baixo como se deixasse escapar um segredo.
- Tem, você tem. - Disse acariciando seu rosto. - Você quer me mostrar e me contar mais sobre tudo que tem aqui? - Disse e o sorriso de Maya aumentou ainda mais, se é que isso é possível, enquanto ela concordava com a cabeça, a garota me puxou pra dentro da casa e deixou nossas malas na sala de estar que ficava na frente da porta de entrada.
- Ele quem pintou a sala. - Maya disse apontando pras paredes que tinham a cor azul marinho. - Ele me perguntou qual era minha cor favorita, eu disse azul escuro, no outro dia a sala estava assim. - A garota disse ainda sorrindo, eu observava cada movimento da garota, era nítido a realização dela de estar ali.
A cada cômodo Maya me contava um história que viveu ali, era como reviver uma parte da vida de minha namorada. Assim que ela entrou em seu antigo quarto e pegou um porta retrato e esticou pra mim.
- Eu e ele. - Maya disse e eu passava os olhos pela imagem, Maya e o pai eram praticamente iguais, chegava a ser chocante. - Eu vou te contar um segredo, tá? Meu pai nunca soube disso, eu descobri depois que ele se foi. - Maya disse depois de se sentar na cama que havia ali. - Meu irmão não é filho dele, minha mãe traiu ele. - Maya disse e eu não me surpreendi, aquela mulher era capaz de tudo de ruim.
Maya me mostrava todos os cantos de seu quarto, eu apenas observava sua felicidade nítida.
- Agora vamos pro meu lugar favorito. - Maya disse e me puxava pela mão, a garota andava rapidamente até o quintal nos fundos da casa. - Minha casa da árvore. - Maya disse apontando para cima da única árvore que havia ali.
- A que ninguém podia entrar? - Perguntei e Maya concordou sorrindo, em seguida selou nossos lábios.
- Você vai ser a primeira e única, talvez nossos filhos, mas só talvez. - Maya disse sorrindo e eu não pude deixar de beija-lá novamente.
—n/a: mais uma querida que está chegando ao fim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Competição - Bruna Marquezine
FanfictionAo seu mais novo ser um sucesso, Maya não poderia estar mais feliz. O reconhecimento internacional foi alcançado, ela era uma das atrizes mais faladas do mundo, sabia que representava o Brasil e isso a orgulhava. Porém, como sempre, Bruna Marquezine...