SALVATORE, capitão nascimento

um, conflitos e confrontos.

❪CAPÍTULO UM!¡....conflitos e confrontos.❫

DESDE OS DEZ ANOS, HELENA SABIA OQUE ELA queria ser, sabia que gostaria de andar fardada pelas ruas da cidade em que morava. Mas agora, ali, suando de maneira frenética enquanto sua farda pesava mais do que nunca na sala pequena e escura de reuniões, a pequena Helena de dez anos pensaria seriamente se era isso oque realmente queria.

Ela aguardava não mais de seis minutos para o comandante falar a missão, reunida com subtenente e alguns capitães que conhecia bem a carranca. Especialmente de um, Nascimento.

A morena nunca havia problemas com seus conhecidos de trabalho, jamais fora tipo de pessoa que inclui amizade no ambiente de trabalho. Mas ela havia um problema com aquele em específico, capitão Nascimento era uma pedra em seu sapato, e isso era visível pela maneira na qual o distância dos dois era perceptível, junto aos olhares que tentavam desviar.

Seus conflitos começaram a uns anos atrás, ambos queriam comandar aquele batalhão. Os dois haviam feito seus preparatórios juntos, Nascimento parecia nunca ter aceitado que Helena havia ficado em uma posição maior do que a sua, mas isso durou até o segundo ano dos dois como soldados do BOPE, já que o rapaz de alguma maneira, subiu rapidamente de cargo, fazendo com que Helena se sentisse insuficiente — mas isso só aconteceu pelo fato dele ser do sexo masculino. Sabia que a morena havia perdido oportunidades por ser apenas mulher, e isso não necessariamente era culpa dele, mas o sorriso presunçoso e o ego que ele obtinha faziam toda a situação piorar.

———— Carvalho você tá de sacanagem só pode. —— Helena refletia, agora era de conhecimento geral o motivo no qual todos os batalhões torciam para não comandar aquela missão. O Papa queria ter o sono dos anjos em cima do morro.

——— Turano em guerra e o Papa quer dormir em cima do Morro? —— Nascimento se apressou para falar.

Todos gemiam em negação com a afirmação, por decisões fúteis alguns se fudiam, e aquela era a vez. Como sempre.

———— Porra eu mesmo me encarrego de pagar um hotel em Copacabana para ele. —— completou o homem.

Helena não conseguiu, olhou firmemente para ele que retribuiu o olhar. Pareciam gato e rato, e todos ao redor sabiam da antiga rixa que nutriam.

———— Não se garante em proteger o Papa, Capitão? —— a mesma dizia alfinetando, seu sorriso amargo na boca faziam com que o homem mudasse a tonalidade da pele, de raiva.

———— Eu me garanto em me destacar mais que você, de novo. —— respondeu com rispidez, todos na sala olhavam atentos. O som do tapa forte na mesa foi escutado, o comandante olhava para os dois com a carranca fechada e as mãos sob a mesa, vermelhas pelo tapa.

———— Porra, faz anos que conheço vocês e isso não melhora nunca. Essa rixa vocês resolvem no murro fora daqui, mas aqui dentro eu to pedindo a guarda do Papa, entenderam?

Ambos balançaram a cabeça, por mais que Helena tentasse não concordar, Nascimento estava certo, a favela estava em seus piores dias. O Papa teria que rezar muito para que a paz se instalasse, a quem teria essa responsabilidade era o BOPE.

————— Você não consegue convencer eles que mudem o local? —— pediu a Valentim.

————— Fiquei um mês tentando convencer o secretário de segurança, nem Deus muda o cronograma do Papa. Ele vai dormir ai e ponto final.