treze, o choro é livre.

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CAPÍTULO TREZE....o choro é livre.❫

SILÊNCIO NUNCA FOI O FORTE DA MORENA, MAS naquele espaço parecia impossível. Depois de uma tarde difícil e uma coxa coberta de compressas, Helena se encontrava angustiada na pequena sala de seu apartamento.

E a postura rígida do homem ao seu lado faziam com que o cenário ficasse ainda mais obscuro aos olhos. Helena tossiu afim de quebrar o silêncio que se formava, parecia inimaginável a situação, Roberto havia insistido em leva-lá para casa e insistido para subir com a garota.

Mas Valentim sabia, sabia que o rapaz não estava totalmente bem, seus olhos pareciam ter uma nuvem para aqueles que se aventuravam em olha-lo firmemente.


—————— Eu nunca vou me livrar dessa caveira.

Foi tudo que disse, se a garota fosse sincera diria que preferia o silêncio do que aquelas palavras. Entendeu exatamente oque o homem quis passar.

Depois do desapontamento com aquele, que um dia poderia ser seu substituto, a cabeça do capitão estava em cima da balança. Tudo que ele havia treinado por meses, teria se desmanchado em minutos.

—————— A gente vai sair dessa. —— Helena tentava amenizar a situação.


Pela primeira vez, Helena viu desespero no olhar do maior. Seus pés inquietos no chão enquanto batucava um de seus dedos na própria cintura era visto como um desesperado.


————— Nascimento se acalma! ——— ralhou, por mais difícil que fosse aquela situação Helena se sentia fortemente incomodada ao vê-lo tão fragilizado. A dor que sentia pelo tiro de raspão se tornaram nada quando a garota pisou os pés no chão e foi em direção ao rapaz.

Suas mãos rodeavam lhe o rosto, talvez por vergonha ou por tentar reconhecer a mínima dignidade, o homem não a olhou.

—————— Você vai sair dessa. ——— continuou.

Uma risada amarga se fez presente no local, com os olhos entre abertos o rapaz apenas cuspiu as palavras. —————— Pra onde eu vou sair Helena? Ein? Eu me fodi caralho, Azevedo escolheu um, você escolheu o Mathias e eu fiquei com o maluco! Escolhi o cara errado. ——— se queixava, um pingo de soar escorria da testa enquanto sua voz tentava ser firme.

Helena quis rir, se sentia ainda mais enrascada com o seu escolhido, como falaria para o homem que os dois pareciam ter feitas péssimas escolhas.


Helena não encheria a cabeça do capitão com mais merda aquela noite, manteria para si mesma a informação que sabia sobre Mathias, não diria que àquele que era para ser seu substituto, talvez sonha apenas com um diploma de advogado.

Valentim podia ter vários defeitos, mas ela sabia escutar o problema dos outros, sem colocar os seus na linha.

—————— Você é hipócrita Helena.

Soltou suas mãos que ainda rodeavam o rosto do homem assim que as palavras lhe atingiram, esperava escutar tudo que pudesse sair da boca de Nascimento, menos aquela maldita frase.

——————— Oque? ——— foi tudo que conseguiu dizer, sua garganta parecia se fechar em uma corrente espinhosa. O barulho do ventilador de teto parecia ser ensurdecedor, até mesmo o pequeno relógio de canto da sala parecia atrapalhar, a luz fraca e meio alaranjada da cozinha sobrevoavam sob o olhar fazendo com que Helena o encarasse ainda mais.

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⏰ Última atualização: Jul 07 ⏰

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