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Está amanhecendo no aeroporto de São Francisco, Carrington e Peter já se encontram no recinto praticamente a madrugada inteira. Era tarde da noite quando Winston ligou para os avisar da volta do assassino Puckguy, e os dois trataram de arrumar as malas rapidamente.

— Eu vou no banheiro. — Peter fala.

— Tá bom.

Carrington fica andando de um lado pro outro sem perceber um homem o olhando por entre as pessoas que passam, se aproximando de forma sorrateira com uma expressão nociva.

— Você é o Carrington Vu?

Olhando pra trás, Carrington vê um homem de meia idade levemente grisalho.

— Sou. — ele responde confuso.

— Uma vítima sobrevivente daquele serial-killer, né?

O asiático suspira.

— É...

— Pelo menos é isso que você faz todos pensarem.

Carrington fica tenso.

— O q--

— Como se sente sendo responsável por todas aquelas mortes? — o mais velho o interrompe.

— Oi?

— Você matou minha esposa, seu filho da puta!

O asiático nota algumas pessoas olhando.

— Não, eu--

Ele é empurrado pra parede e tem a gola de sua camisa puxada.

— Você mente pra todo mundo com essa história de serial-killer e mata todos ao seu redor. Você é um psicopata que engana a polícia e se faz de vítima.

— Me solta! Não tô querendo te machucar, velhote.

Carrington empurra o homem em sua frente e toma um soco.

— ASSASSINO DESGRAÇADO. — ele grita dando tapas no peito do mais novo.

Um segurança se aproxima e segura o senhor pelos braços.

— VOCÊ ENTROU NAQUELA LOJA E MATOU MINHA ESPOSA. ESSE HOMEM É UM ASSASSINO.

Carrington então pode se lembrar, há alguns anos ele estava em uma loja e o assassino chegou de surpresa, matando alguns vendedores.

— Se acalme, senhor! — o segurança diz.

Peter chega correndo.

— Amor, o que está havendo?

— Esse homem surtou pra cima de mim. — o asiático responde enquanto o senhor é afastado pelo segurança.

— Seu nariz, está sangrando.

— Ah... Eu vou limpar.

Carrington se afasta rapidamente e entra no banheiro, passando papel higiênico no nariz e jogando água no rosto. Ele se olha no espelho e morde o lábio ao que seus olhos se enchem de lágrimas, lembrando que há muitas pessoas que o odeiam sem saber a história de verdade.

— Fodam-se eles...

O asiático seca o rosto e sai do banheiro, dando de cara com Peter.

— Você tá bem?

— Tô, sim. Não vou deixar isso me abalar.

— É isso.

O negro deixa um selinho em seus lábios.

— Embora mais notícias sairão sobre isso, já que estamos indo pra Boston literalmente enfrentar o Puckguy. — Carrington olha pro chão.

— Você sabe que é uma vítima, amor. Nós somos.

Psicose (Thriller)Onde histórias criam vida. Descubra agora