Capítulo 12| Os Scorpius

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Quando dois olhos verdes me analisaram fixamente o mundo pareceu entrar e sair de foco, de forma tão rápida que me senti em estado de náusea

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Quando dois olhos verdes me analisaram fixamente o mundo pareceu entrar e sair de foco, de forma tão rápida que me senti em estado de náusea.

Um calafrio esquisito percorreu toda minha coluna, me fazendo estremecer um pouco. Eu não podia ver seus rostos por inteiro, mas apenas a presença daqueles seis homens despertou em mim sensações um tanto quanto mórbidas.

E pelo visto não fui a única. Bastou um olhar para os arredores e tudo que consegui captar foram cochichos por todo o salão. Alguns os olhavam em uma postura claramente tensa.

O medo era quase palpável de tão presente, como se fosse um parasita. Como uma mordida da serpente mais venenosa, infectando todos no salão.

Afinal, quem eram eles? E o que estavam fazendo ali?

Então rápido demais para controlar, escapando entre meus dedos como água, o pensamento de que eles poderiam ser os assassinos de meu pai imediatamente me fez levantar da cadeira.

Se por medo ou determinação eu não sei. Mas alguma força ou medo paralisante me fez querer correr.

Mas correr para onde?

Para longe, minha mente ressoou em minha cabeça, como um alerta em letras vermelhas.

Ao contrário disso, o que mais eu poderia fazer?

- Venha. - Uma voz soou repentinamente próxima de mim. - Aurora! - Cochichou. Eu me virei em um susto, quase dando de cara com Liya.

Sua máscara reluziu bem na hora em que a luz tremeu, iluminando seus cachos ruivos presos em um coque elegante.

Ela me puxou pelos convidados, rapidamente nos misturando com a multidão de pessoas. A cada passo que dávamos o choque coletivo parecia diminuir, mas ainda assim os sentimentos conflitantes que eu estava presenciando não haviam me abandonado.

Eu queria saber com exatidão o que estava acontecendo. Por que, de repente, a expressão de todos se transformou quando aqueles homens chegaram no baile.

Liya e eu só paramos quando viramos um corredor mais distante, mais próximo a parte interna do casarão antigo.

Apesar de toda iluminação vasta e favorável, não pude ignorar o quão sinistro se tornou naquele instante as sombras escuras no fim do salão. Atrás das janelas, o breu que se formava ali, um poço fundo para muitos segredos obscuros.

E que com toda certeza eu não estava nem um pouco interessada em desvendá-los.

Duas portas que indicavam ser banheiros entraram no meu campo de visão, quando Liya me puxou para dentro de um deles.

- Você está bem? - Ela perguntou, me tirando de um choque momentâneo. Sua testa estava franzida, como se ela não entendesse o que havia acontecido. Apenas nessa hora entendi que provavelmente estava demonstrando meu medo através do meu rosto.

Deusa das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora