Capítulo 29| Sentimentos confusos

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O dia estava ensolarado em Houston, mas, por algum motivo, minha mente não conseguia ficar calma

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O dia estava ensolarado em Houston, mas, por algum motivo, minha mente não conseguia ficar calma. Era como se o brilho do sol não pudesse penetrar a escuridão que envolvia meu subconsciente.

Olhei para o outro lado, imediatamente encontrando a figura do papai. Ele jogava golfe com os amigos, e meus olhos acompanharam o trajeto perfeito da bola acertando o buraco.

Não demorou nem cinco segundos para Alex erguer os braços, contente com a vitória, e se virar para mim. Seus dedos formaram um coração um tanto desleixado, porém foi o suficiente para eu abrir um sorriso banguela.

Corri até ele, deixando de lado aquele silêncio que parecia corroer minha alma de dentro pra fora. Me joguei em seus braços, agarrando seu pescoço e o abraçando.

- Marquei um ponto em sua homenagem. - Ele disse rindo, retribuindo meu abraço e se levantando comigo em seu colo. - Você gostou?

- Absolutamente sim. - Respondi, batendo as mãos em sinal de empolgação.

- Absolutamente? - Ele perguntou, abrindo um sorriso. - Que garota inteligente você é! - Parabenizou. - Posso saber onde aprendeu essa palavra?

- Com livros. - Respondi, deitando minha cabeça em seu ombro. - Eu gosto muito de ler.

- E você não poderia estar mais certa. - Papai concordou, me olhando orgulhoso. - Ler é um dos melhores meios de aprendizagem.

O sorriso dele era confiante, a expressão relaxada. Eu estava prestes a acusá-lo de raramente pegar em um livro, porém a cena começou a desmoronar.

Como se fosse uma folha queimando e, por mais que tentasse, eu nunca a teria de volta.

O campo de golfe parecia distorcido, a imagem dele se desfazendo como se fosse um holograma. As cores do campo de golfe se misturavam em um borrão escuro e turvo, e o som da risada dele se transformava em um eco distante, abafado por uma pressão crescente.

O pânico me invadiu prontamente, destruindo qualquer resquício de paz e tranquilidade. Em um segundo eu estava nos braços da pessoa que mais amo. No outro, debaixo d'água.

Não havia mais a luz do sol refletindo sobre mim. O banco de mármore antes esquecido, se transformou em um líquido extremamente gelado. Tão severamente frio que parecia estar fatiando meus ossos em diversos pedaços.

Os barulhos animados morreram conforme meus pulmões se comprimiam cada vez mais, na busca de conseguir um pouco de ar. Meu corpo tentava se debater repetidamente, no entanto era fundo e escuro demais.

- Ela está se afogando! - Alguém gritou, bem ao longe.

A única coisa da qual me lembrava era de irmos ao rio para comemorar meu aniversário de quatro anos.

Deusa das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora