▪︎ Giulia Dantas ▪︎
Giulia: Por que a gente tá falando disso agora? - Encarei ele. - Ela tá bem assim.
Uriel: Não, ela não tá bem, não tem como tu querer se mudar e levar ela.
Giulia: E por que não tem como? Eu vou cuidar muito bem dela. Catarina não pode ficar em um lugar que só...
Uriel: Que só o que? - Levantou puto. - Para de graça... pode parando de se fazer de coitada porque não foi assim que conheci você... namoral? Nada a ver você querer levar a garota pra pista. Catarina nasceu aqui e só sai quando ela quiser.
Giulia: Você não tem autoridade pra isso.
Uriel: E você acha que tem? - Cruzou os braços. - Pode parando com essas palhaçadas de querer tirar ela daqui. Tô avisando agora pra não pesar pro teu lado depois. Tu não é nada pra ela e tá querendo levar a garota, fica esperta!
Giulia: Ela vai ir e ponto - Ele riu.
Uriel: Teu mal é achar que sempre sou bonzinho contigo, sou bom, mas sei ser ruim quando quero, e giulia você não vai querer me ver puto - Falou sério. Do nada ele suavizou o semblante e sorriu pra mim. - A mãe tá chamando pro almoço.
Olhei ele estranho pela mudança repentina. Fiquei ali pensando nas palavras dele por bastante tempo.
Não chorei porque já tinha chorado tudo que tinha pra eu chorar e infelizmente o estoque de lágrimas por aqui já se esgotou.
Lavei meu rosto e depois disso desci encontrando todos sentados na mesa comendo. Sentei me servi e comecei a comer só escutando a conversa deles.
Uriel: Não pode ser ele, o cara tem o que? Oitenta anos nas costas? - Negou. - Não tem como coroa.
Barão: Só porque o cara tem oitenta anos não quer dizer que ele não possa dar ordens no morro.
Uriel: E desde quando você tem richa com um cara de Paraisópolis? - Barão encarou minha mãe e minha mãe encarou ele. - Qual foi?
Ester: Digamos que sua mãe era de lá - Uriel franziu o cenho. - Por que não conta logo pra ele? - Sussurrou pro meu pai que negou de cara fechada.
Uriel: Contar o que? Ester, tu tá do meu lado. Acha mesmo que não escutei nada?
Ester: Se manca, menino - Mandou dedo. - Heitor...
Barão: Não - Falou sem olhar ela. Minha mãe cruzou os braços e ficou olhando ele que fingia que ela nem estava ali. - Já falei que não e ponto. Não insiste mais na porra desse assunto.
Ele levantou rápido e nisso derrubou a cadeira. A comida ele deixou no prato e só levantou a carteira antes de sair.
Uriel me encarou e eu dei de ombros voltando a comer. Cacau chegou minutos depois com a mesma menina loira que vi dias atrás com Uriel.
Minha mãe tinha contratado ela como babá faz quase uma semana.
Ester: Obrigada - Deu o dinheiro pra ela que sorriu. - Amanhã você vai estar livre?
- Vou sim, é só me ligar que venho buscar a pequena - Minha mãe assentiu e levou ela até a porta.
Cacau: Mamãe - Olhei ela. - Você tá tiste? - Sorri pegando ela no colo e beijei seu rosto.
Giulia: Tô triste não meu amor - ela sorriu.
Uriel: Vem cá no dindo vem - Catarina estendeu os braços na direção dele que pegou ela. - A maluca da sua mãe quer te levar pra longe de mim acredita? - Cacau arrrgalou os olhos e colocou a mão na boca, surpresa e negando. - Vai, gatinha. Fala pra ela que você não quer sair do morro e nem ficar longe do dindo.
Cacau: Mamãe, Cacau não quer sair do morro e nem ficar longe do dindo - Falou séria. Assenti olhando pro Uriel que me olhava rindo e levantei indo lavar meu prato. - Quando papai volta dindo?
Parei de lavar a louça ali e olhei ele que encarava ela. Uriel tombou a cabeça pro lado e fez um biquinho que ele fazia quando segurava o choro.
Ele respirou fundo e abraçou ela que tava com o mesmo bico.
Uriel: Quer assistir a bailarina, gatinha? - Cacau sorriu grande e assentiu batendo palmas. Ele levantou com ela e foi pra sala. - Tá foda...
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Mente milionária (REVISÃO)
FanfictionGiulia Dantas é uma garota meiga e simpática, mas infelizmente a vida não teve pena com ela. Sofreu na mão dos seus familiares e por ser mulher do dono, mas a reviravolta que acontece na sua vida nem ela imaginária