Capítulo 1

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                    Giullia Dantas

Passei a mão na cabeça e respirei fundo ao escutar algo na sala quebrando. Achei normal, já que minha mãe sempre deixava alguma coisa quebrar de tão desastrada que era.

Mas aí escutei um grito e barulho de tapa. Pulei da cama e corri até a sala, vendo dois homens grandes e um deles com a mão no rosto da minha mãe.

Ela chorava e assim que me viu, chorou mais, desviando o olhar.

Giulia: Mãe? - Tentei correr até ela, mas me seguraram. - O que que tá acontecendo? Me solta!

Ester: Solta ela! - Gritou. - Já falei que minha filha não tem nada a ver com isso. Quem deve ao l7 sou eu, não ela.

- Cala a boca, vadia! - Na hora que ele levantou a mão pra ela, corri ficando em sua frente, sentindo meu rosto arder e um gosto metálico na boca.

- Piranha entrometida!

Ester: Não! Não não não não... - Ela me pôs atrás dela. - Deixa ela em paz. Já falei que vou pagar tudo!

Giulia: Mãe...- tentando segurar o choro

Ester: Shhhh...

- Você falou a mesma coisa na semana passada.- O outro homem comentou. - Não gosto de escutar a mesma coisa sempre, tá ligada? É chato.

Ester: Mas é a verdade, eu não tô com... - Minha mãe parou de falar assim que l7 passou pela porta com a cara fechada e o cigarro no canto da boca. Ele tava sem camisa, com o revólver na cintura. Aquele homem era uma perdição e o que tinha de gostoso, tinha de arrogante.

-l7...

L7: Você vai pra casa comigo - Disse me olhando. - Cinco minutos pra tu tá com tuas coisa nessa sala.

Ester: Não.- Ela levantou.- Eu... eu já não te paguei tudo? Tudo que eu te devia. Eu vendi todas as minhas coisas, te dei tudo de valioso que tinha dentro dessa casa, mas por favor minha filha não, l7. Ela é a única coisa que eu não vou suportar perder.

L7: Aham - Debochou. Ele apagou o cigarro e olhou pra mim entediado. - Três minutos ou eu mato a tua mãe.

Encarei minha mãe que chorava descontroladamente e corri pro meu quarto.

Peguei poucas peças de roupa e voltei pra sala. Ele mexia no celular e desviou o olhar pra mim.

L7: Bora.

Ester:l7... - Engoli seco vendo ele apontar a arma pra ela. - Por favor não. Já paguei tudo, eu juro que eu paguei... - Choramingou.

L7: É - Concordou. - Você pagou, mas seu marido não!

Minha mãe balançou a cabeça deveras vezes e eu só queria abraçar ela mais uma última vez, mas nem aquilo ele deixou eu fazer.

Os homens que estavam ali me puxaram pelos dois braços e me colocaram dentro do carro, no banco do passageiro. Olhei pra porta de casa e vi minha mãe chorando, enquanto nos olhávamos. Ela sussurrou um "eu te amo", que claro, correspondi.

Giulia: Por que tá fazendo isso? - Ele deu partida no carro e me ignorou.

Logo o mesmo parou o carro em frente à uma casa enorme, cheia de vapores na entrada. Ele saiu e o segui, com a mochila nas costas.

Giulia:Tantas meninas no morro, por que logo eu?.

Ao passar pelos seguranças, todos mandaram olhares maldosos na minha direção. Fiquei super desconfortável, mas alguns ali até que eram bonitinhos.

- Ô lá em casa! - Um deles comentou com outro em sussurro.

- Paraíso desse!

L7: Inferno tá cheio - Disse destravado a arma. Olhei assustada pra eles e limpei a garganta, fazendo L7 continuar.

Já tínhamos entrado e por dentro a casa era ainda mais bonita que por fora.

Ele parou de andar assim que parou em uma das portas do segundo andar. Entrou e acendeu agora um baseado.

L7: Você vai dormir aqui - Disse saindo.

Sentei na cama olhando em volta e vi que aquele quarto era praticamente toda a minha casa.

Suspirei e andei até o banheiro. Lavei meu rosto e só então percebi que ainda estava de pijama. Por isso aqueles babacas ficaram de piadinhas.

Revirei os olhos e tirei a roupa pra tomar um banho. Sai enrolada na toalha e fui até minha mochila, pegando outra roupa e vestindo. Olhei no celular e vi que ainda eram sete e pouca da manhã. Fiquei foi puta e impressionada com a disposição daquele povo pra ir cobrar morador.

Mandei mensagem pra minha mãe avisando que tava tudo bem e fui ligar o ar. Eu não tava me sentindo em casa, mas não é sempre que você vai pra um lugar com ar-condicionado.

Deitei na cama e capotei

Mente milionária (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora