Giulia Dantas é uma garota meiga e simpática, mas infelizmente a vida não teve pena com ela. Sofreu na mão dos seus familiares e por ser mulher do dono, mas a reviravolta que acontece na sua vida nem ela imaginária
Eu: Era pra senhora estar morta - Ela sorriu fraco e tentou se aproximar de mim, mas levantei a mão e ela parou perto do Barão.
Ester: Aquilo foi necessário, filha.
Eu: Você me deixou sozinha com um babaca! Aquilo era necessário?
Uriel: O cara bateu nela - Falou de repente. Dei aquela olhada na direção dele e ele foi pra outro cômodo.
Barão: Que? - Gritou. O cara veio na minha direção e pegou no meu rosto, virando ele e me soltando. - Filho da puta! Aquela ratazana pensa que é quem pra bater na minha filha? Vou deixar barato assim não. Vou invadir aquela porra e encher a cara dele de tapa, pra ver se ele gosta.
Eu: Sua filha? Cacete, da pra me explicar essa merda toda aqui? - Minha mãe sentou no sofá e bateu nele me chamando. Sentei mais afastada e ela suspirou mexendo nas mãos como sempre fazia quando estava nervosa. - Tá esperando oque?
Barão: Calma porra. Impaciência puxou de quem? - Fiz careta o ignorando e ele se sentou na poltrona e Uriel veio também sentando do meu lado e ligando a televisão. - Oh moleque! Quer ver televisão vai pro teu quarto.
Uriel: Essa aqui é maior, cara.
Barão: Foda-se, Uriel. Ou tu desliga essa porra e fica quieto ou sobe pro quarto a força - Ele bufou do meu lado desligando a tv e cruzou os braços igual criança. - Muito bem.
Ester: Por onde eu começo... - Sussurrou baixinho encarando o chão.
Eu: Que tal do começo?
Ester: Tá... bom, primeiramente te peço perdão por tudo que te fiz passar. Sou sua mãe e a última coisa que eu queria nesse mundo era ter que te deixar sozinha com um cara como o L7. Não sei pelo o que passou nesses últimos meses, mas sei que deve ter sido muito difícil.
Eu: Hm - Mordi o lábio segurando o choro. Minha mãe já tava com o rosto todo vermelho e eu odiava ver ela assim.
Ester: Na época eu só tinha vinte anos quando conheci seu pai - Começou. - Mudei pra casa dos meus avós, que é aqui perto, pra ajudar com as despesas e porquê eu precisava de um emprego melhor. Teve uma festa de rua e foi naquele dia que tudo mudou... Barão era casado, mas eu não sabia.
Eu: Pulador de cerca - Ele me olhou com cara de ofendido.
Barão: Sou homem pô, olha como tua mãe é.
Uriel: Minha mãe também era bonitona e olha onde nós tá agora - Barão coçou a cabeça encarando o chão e eu fiz careta pro Uriel. - Tu é minha irmã, nojenta.
Eu: Caralho, puta que pariu - Resmunguei. Eles dois me olharam sem entender e eu só fiquei imaginando a foda que eu tinha perdido. Fiquei triste né, gato desse e eu não posso nem tocar.
Uriel: Pois é - Falou rindo. Empurrei ele que caiu pro lado.
Barão: A parada é que eu traí a mãe do Uriel com a tua mãe e aí ela engravidou e sumiu com meu irmão.
Ester: Eu já falei que eu não sumi - Falou baixo. - Depois que descobri do casamento dele, me afastei. Mas eu já estava apaixonada e grávida... Rael tinha virado um grande amigo e me ajudou com tudo que precisei. O problema veio depois que ele começou a se envolver com as coisas do morro. Ficou agressivo, possessivo e muito ganancioso. Vivia falando que o irmão não merecia ser dono de nada e que ia matar ele. Ele planejou um monte de besteira e como eu não quis compactuar com nada, me tirou daqui a força... tive que deixar tudo pra trás e escolhi recomeçar.
Eu: Por que não largou ele e voltou pra cá depois que nasci?
Ester: E te deixar sozinha com ele? - Negou. - Ele te criou como se fosse filha dele, realmente. Mas Rael nunca me tratou tão bem como parecia... - Ela parou de falar e começou a chorar um pouco. - Vocês se davam tão bem, era tudo tão bom pra você. Eu não podia tirar a única coisa que te fazia feliz.
Eu: Mãe, o que me fazia bem era ver o sorriso da senhora todos os dias - Abracei ela. - Ele foi essencial na minha vida, mas quem me dava forças era você.
Ester: Fiz aquilo porque Rael queria me pegar pra fazer a cabeça do seu pai. Eu não podia deixar nada do que ele queria acontecer... sei que tô errada e...
Eu: Chega mãe, chega - Puxei seu rosto fazendo a mesma me olhar. - Eu já entendi, tá tudo bem.
Nos abraçamos e ficamos chorando igual duas crianças. Na verdade eu só sabia chorar, lembrando de todas as coisas boas que já tinha passado com Rael.
Ele foi um bom pai, mas um "marido" ruim pra minha mãe, que fez tudo pra proteger quem ela mais amava.
Barão: Pô, cês vai chorar até quando?
Eu: Até quando nós quiser. Euem, respeita a tristeza das pessoas - Ele riu e levantou as mãos.
Uriel: Que lindos, família boa é família que briga.
Barão: Tu não tinha que tá na boca, moleque?
Uriel: Coroa, tu é foda em! Tá achando que eu sou o que? Uma hora me pede pra fazer isso, depois aquilo. Sou um só.
Barão: Vai pra boca, Uriel - Falou impaciente. Uriel rolou os olhos e levantou dando um beijo na cabeça da minha mãe e na minha. - Folgado.
Ester: L7 fez isso com você? - Barão ficou esperando a resposta igual minha mãe, mesmo já sabendo. - Filha isso é tudo culpa minha. Se eu não tivesse te deixado sozinha naquele morro...
Eu: Ficar se culpando não vai mudar nada do que aconteceu - Cortei ela. - Foi ele sim, mãe, mas não se preocupa porque já cortei laços.
Barão: Tu ia cortar os laço mesmo sem querer.
Eu: Sem querer ser rude - Ironizei. - Mas já sendo... quero pedir pra parar de dar uma de pai,porque eu só te conheci agora e não confio totalmente em você. Posso ter o mesmo sangue, mas não temos a mesma linha de pensamento. Ainda não digeri tudo isso.
Barão: Tá certa pô - Levantou. - Mas uma coisa que tu tem que saber sobre mim, é que sou insistente e não largo os meus. Tu é minha filha e vou aproveitar do tempo que tenho contigo.
Ester: Você pode até morar aqui - Falou abraçando ele. Pelo jeito os dois estavam juntos, ia saber disso depois.
Eu: Eu tô ficando com o Ricardo e lariss... - Pus a mão na boca e corri dali, entrando na cozinha e vomitando na lixeira. - Puta merda.
Ester: Filha, tá tudo bem? - Perguntou segurando meu cabelo.
Eu: Só enjoo - Falei fraca. - Nada demais.
Eles dois ficaram se olhando e eu levantei sentando na cadeira.
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Davi URIEL
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