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12 - You Sai'd Grow Up With Me

Memories

Era dia primeiro de dezembro e a neve enfim caiu. Todoroki olhou através das grandes vidraças de seu escritório e sorriu com a vista do horizonte esbranquiçado. Sempre gostou do inverno desde que era mais novo e seus pais levavam ele e seus irmãos para patinarem em algum lago congelado. Rei e Enji eram muito ocupados com seus respectivos trabalhos, mas eles nunca deixavam que seus filhos visse o quanto estavam cansados, os dando todo o amor, carinho e atenção que precisavam.

Sempre perguntavam como havia sido o dia deles na escola, os ajudava com as lições de casa e faziam questão que jantassem todos juntos e embora as refeições fossem um tanto caóticas por serem quatro crianças na mesma mesa eles gostavam daquela dinâmica, do caos harmonioso e aconchegante que os mostravam que eles tinham, não uma casa, mas sim um lar.

Shouto sentia falta dessa época e sentia principalmente falta de seu pai.

Foi um baque para toda família Todoroki quando em uma noite de chuva intensa, eles receberam uma ligação do corpo de bombeiros dizendo-lhes que Enji havia sofrido um acidente. Ele havia desviado de um animal na pista e perdeu o controle do veículo que acabou derrapando no asfalto úmido e capotou diversas vezes. Enji chegou a ser socorrido, mas não resistiu e faleceu na mesa da cirurgia.

Aquela foi a pior época da adolescência de Todoroki e se não fosse por sua família, amigos e a terapia, ele não teria conseguido superar aquela fase.

Todoroki foi puxado para fora de suas lembranças quando ouviu Katsuki entrar em seu escritório. Se virou vendo o loiro segurando algumas pastas repletas de papéis e duas sacolas médias marcadas com a logo de algum restaurante mexicano.

— Como nós temos que revisar esses relatórios, pensei que podíamos fazer isso enquanto almoçamos, já que temos reunião mais tarde. – explicou, colocando as coisas sobre a mesa.

— Hum, trouxe burrito? – questionou enquanto começava a revirar as sacolas com certa pressa.

— Levando em conta que eu te conheço desde que tínhamos cinco anos, o que você acha? – sorriram para si mesmos e então começaram a se servir, Todoroki pegando um burrito de guacamole e Katsuki um pote de chilli extra picante, enquanto revisavam os documentos.

Para a infelicidade deles, eram apenas alguns relatórios sobre ganhos mensais das empresas associadas a Flame, nada muito complicado, mas extremamente entediante. Era nessas horas que Shouto mais agradecia por ter um amigo como Bakugou e só ficava mais certo de algo que já estava pensando há um tempo, tornar Bakugou vice-presidente da empresa.

Ele ainda não conversou sobre o assunto com o loiro, principalmente porque por mais que ele tenha falado de Jirou, ele é igualmente cabeça-dura e vai dizer que não quer parecer que ele está sendo privilegiado apenas por ser melhor amigo do chefe.

Ele entende o lado de Katsuki. Infelizmente o que mais havia na Flame eram as más línguas, mas até mesmo elas não poderiam duvidar da competência e profissionalismo de Bakugou que o faziam ser a escolha mais adequada para substituir o atual vice que em alguns meses, se aposentaria.

Eles já haviam terminado os relatórios e conversavam sobre banalidades, quando o celular de Todoroki vibrou com uma mensagem que o mesmo franziu o cenho ao ler seu conteúdo.

— O que aconteceu? – Katsuki questionou, curioso.

— Era a Uraraka avisando que o juíz marcou a audiência de divórcio para semana que vem. Aparentemente, a Camie exigiu o apartamento, metade do meu dinheiro e de toda a empresa. – o loiro quase engasgou com tamanho absurdo.

— Ela ficou louca? Antes de ser sua a Flame era do seu pai, ela não tem direito de exigir nada dela.

— Sim, foi o que a Ochako me disse. Mas como nós casamos com comunhão de bens, a Camie pode conseguir pelo menos um por cento das minhas ações. – explicou, lembrando de quando seu irmão, Touya, falou que casar com a comunhão era uma péssima ideia. Deveria tê-lo escutado. — Mas Uraraka disse que não ia deixar ela tirar um centavo de mim e se tem alguém que pode fazer isso, é ela. – no rosto de Katsuki abriu um pequeno sorriso se abriu, se tem alguém que sabe o quanto aquela mulher é determinada é ele.