Capítulo 4.

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   Ronald Weasley gostava de se divertir, era um fato inegável. E por isso, o álcool era seu fiel companheiro para se soltar, mesmo que nem sempre precisasse dele para trazer uma aura de bom humor e diversão entre as pessoas.

   Naquela situação confusa e nada divertida, sua cabeça estava começando a funcionar melhor agora que não estava mais se entupindo de ponche. Mesmo assim, seu sistema continuava lerdo e confuso.

   — Harry... — chamou baixinho, recebendo os olhos esmeraldas em sua direção, notando que ele parecia cansado. — Uma sala fechada é algo bem simples comparado a tudo que já enfrentamos, fique tranquilo.

   Harry sorriu para ele, e Rony retribuiu o sorriso. Estava aprendendo a ser um bom conselheiro com Hermione, principalmente porque ambos dividiam esse amigo teimoso e encrenqueiro.

   — Mas cara... o Malfoy? — Rony falou ainda mais baixo, não escondendo sua indignação. Harry revirou os olhos e encarou as próprias mãos.

   — Eu não tinha percebido que era ele.

   — Mesmo quando estava prestes a enfiar a língua na boca dele?

   — Cale a boca, Ron.

   Harry desviou o olhar raivoso do amigo, que engasgou numa risada, tentando abafá-la com as mãos. O moreno acabou sorrindo involuntariamente. Ronald gostaria de saber o que estava se passando na cabeça dele naquele momento, mas se optou a permanecer quieto, olhando de Hermione para Malfoy, que pareciam incansáveis murmurando feitiços e olhando ao redor.

   Levou mais alguns minutos até que o loiro despencasse no chão ao lado de Parkinson. E mais alguns para que Hermione se movesse para o centro da sala e cruzasse os braços, encarando o chão enquanto assumia aquela pose analítica.

   — Vocês sabiam que o Macmillan veio? — Parkinson interrompeu aquele silêncio, capturando a atenção de todos ao redor.

   — Ernie Macmillan? — Zabini questionou.

   — Existe alguém mais idiota?

   — Tem o Potter, mas não vem ao caso. — Harry bufou baixo. — Por que é importante?

   — Não é importante. — ela torceu o nariz. — Bulstrode também veio.

   Zabini fez cara de nojo, batucando uma das mãos no chão frio de pedras.

   — Ela não perderia. — Malfoy comentou, com a cabeça tombada na parede e olhos fechados.

   — Certo. Mas o que importa Ernie Macmillan?

   — Puta Merlin, Blaise. Não importa! — esbravejou Parkinson.

   — Não, importa, Blaise. — acrescentou Malfoy, com uma leve elevação de sobrancelha.

   — Pareceu importante. Mas claro, claro. "Blaise, você é importante para nós." E "Não viveríamos sem você para nos fazer rir, Blaise." E também "Sim Blaise você é incrível" e quando vejo, tenho-...

   — Cale a boca, Blaise.

   Rony se pegou rindo do comentário final de Parkinson e da batida de mãos cúmplice dela com Malfoy, fazendo Zabini fazer uma careta emburrada que rivalizava com a expressão de um duende irritado.

   — Do que está rindo, Weasley?

   O ruivo começou a choramingar quando teve a atenção dos três para si, constrangido por estar prestando atenção na interação deles. As risadas se dissiparam, substituídas por uma curiosidade silenciosa enquanto o olhavam, criando uma atmosfera de estranha empatia no ar.

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