Capítulo 6.

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   Draco abriu os olhos lentamente, sentindo uma dor latejante na cabeça. Não conseguia lembrar de ter bebido o suficiente para justificar isso. Sua linha de raciocínio voltou a funcionar conforme seus olhos se acostumaram à fraca luz ao redor. Tossiu, sentindo um gosto amargo na boca, e tentou se mexer, mas descobriu que estava firmemente preso por cordas densas.

   Ao observar o ambiente, percebeu que estava em um local mais espaçoso do que o anterior, mas ainda assim sombrio, iluminado apenas por duas lamparinas penduradas nas paredes de pedra ásperas. O ar era frio e úmido, carregando o cheiro de mofo e poeira. Draco estava sentado em uma cadeira de madeira velha, cujas traves rangiam ao menor movimento, e ao seu lado estavam Rony, Hermione, Pansy e Blaise, todos igualmente imobilizados, com expressões de confusão e desorientação.

   Em uma cadeira à frente deles, estava Harry Potter, desacordado, com a cabeça tombada para frente e também amarrado. Seu peito subia e descia lentamente, indicando que estava vivo, mas inconsciente.

   A sala estava desprovida de qualquer presença adicional, mas Draco notou uma pequena escada ao longe, sugerindo uma possível saída. Ao redor, havia móveis antigos, prateleiras repletas de livros empoeirados e tomados pelo tempo, e uma escrivaninha desordenada coberta de pergaminhos amarelados e frascos de tinta seca. Algumas poções alinhadas em uma mesa lateral exalavam um odor pungente que misturava ervas e ingredientes desconhecidos.

   Uma porta maciça, reforçada com barras de ferro, estava semi-aberta no topo dos degraus, a única indicação de saída visível. A ausência de janelas reforçava a sensação de claustrofobia, indicando que provavelmente estavam novamente no subsolo, mas este ambiente era completamente desconhecido para ele.

   — Estão acordados? — Draco chamou, notando sua voz boa o suficiente para falar, o que significava que não ficou tanto tempo desacordado.

   Draco tentou puxar as cordas que o prendiam, mas elas não cederam. Ele olhou em volta, avaliando as expressões dos outros. Hermione parecia estar recobrando a consciência, piscando os olhos rapidamente, enquanto Pansy e Blaise trocavam olhares preocupados. Rony ainda estava inconsciente, a cabeça pendendo para o lado.

   — Hm... — Granger resmungou, ainda grogue.

   — Idiotas! ACORDEM! — Draco sussurrou com urgência, tentando não atrair atenção indesejada.

   Blaise e Granger sobressaltaram-se ao seu lado esquerdo, piscando confusos. Pansy e Weasley na direita continuavam imóveis, mas não por muito tempo. Logo, ambos também abriram os olhos e se remexeram nas cadeiras, tentando entender onde estavam.

   Potter, no entanto, continuava imóvel, o que causou uma pontada de preocupação no interior de Draco. Ele tentou não pensar no pior, mas a visão do herói desacordado lhe causava ansiedade.

   — Merda, aquele velho maldito! Puta merda, Merlin! — Pansy explodiu em xingamentos, sua voz carregada de frustração.

   — Onde estão nossas varinhas? — Blaise perguntou, apalpando os bolsos inutilmente, enquanto Weasley se contorcia na cadeira, tentando se soltar.

   Draco puxou suas próprias amarras, mas as cordas eram teimosamente resistentes. Seus olhos varreram a sala novamente, procurando alguma pista ou objeto que pudessem usar para se libertar.

   — Precisamos de um plano. — Granger murmurou, mais para si mesma do que para os outros, seu cérebro já funcionando a todo vapor.

   — E rápido. — Draco acrescentou, sua voz baixa e firme. — Não sabemos quanto tempo temos antes que aquele bruxo volte.

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