Capítulo 8.

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   Passaram-se cerca de três semanas desde o baile. Para a (in)felicidade de Harry, nas poucas vezes em que se encontrou com Parkinson e Zabini, Malfoy não esteve presente. Esse fato se deve ao novo hábito dos sonserinos de passarem o tempo com seus dois melhores amigos.

   Inicialmente, Harry pensou que eles sairiam com os dois apenas de maneira casual e sem compromissos combinados. Contudo, a surpresa veio quando, naquele exato instante, Harry estava sentado no tapete aconchegante do apartamento de Hermione, separando as cartas do jogo que iam jogar. Os sonserinos estavam vestidos com roupas casuais e aconchegantes, e seguravam copos de café fumegante, aquecendo as mãos no clima frio daquele dia.

    — Vamos, Potter. Como você é devagar nisso. — reclamou Zabini, com um tom impaciente, recebendo uma cotovelada de Ron que quase o fez derrubar seu café.

   — Pans, você viu minha touca? — perguntou Hermione casualmente, enquanto procurava pela sala.

   — No quarto, em cima da cômoda. — respondeu Parkinson de maneira quase automática, enquanto pegava o pequeno monte de cartas que Harry havia acabado de separar para ela, lançando um olhar de agradecimento.

   Harry tentou não prestar atenção nos toques sutis entre os possíveis casais ao seu redor. Não estava incomodado de fato. Talvez... talvez fosse inveja. Seus amigos tiveram a coragem de saírem com aqueles dois, enquanto ele passou as últimas três semanas se perguntando por onde andava Draco Malfoy, o cara misterioso que tirou seu fôlego no dia do baile.

   — Potter? É sua vez. — Parkinson avisou. Harry balançou a cabeça, desviando os pensamentos, e jogou sua carta.

   — Você anda um pouco alheio nos últimos dias, Harry. Aconteceu algo? — Hermione perguntou do outro lado. Harry quase fez cara de nojo ao vê-la apoiada na outra garota, mas disfarçou rapidamente.

   Harry estava feliz por seus amigos, claro, sem sombras de dúvida. Mas, céus, a inveja estava o corroendo ultimamente, tornando difícil controlar os próprios pensamentos. Ele apenas assentiu suavemente, dando um rápido sorriso em direção à amiga.

   — Estou bem, só cansado. Tivemos muitas missões nos últimos tempos.

   — Nossa, sim! — Parkinson se intrometeu na conversa. — Fiquei sabendo. Draco mal teve tempo de sair conosco porque estava no St. Mungus. A maioria dos aurores são cuidados por ele e mais outros três medibruxos experientes.

   A conversa prosseguiu enquanto Harry se perdia em devaneios novamente. Então, quer dizer que Malfoy estava trabalhando cuidando dos aurores feridos nas missões? Era uma informação muito boa, na verdade. Muito boa.

   A lareira continuava a crepitar suavemente, enquanto o aroma do café preenchia o ar, criando um ambiente aconchegante e acolhedor. Harry, embora rodeado por amigos e envolvido na conversa, não conseguia afastar seus pensamentos de Draco Malfoy. A menção de Parkinson trouxe uma nova luz para os seus devaneios, e ele se pegou sorrindo involuntariamente, sentindo um misto de alívio e curiosidade renovada.

•••


   O loiro medibruxo segurava com uma das mãos uma prancheta com o prontuário do último paciente atendido na recente batida. Até que avistou uma das enfermeiras, a garota vinha a passos apressados e ofegantes, indicando que havia corrido até ele.

   — Posso ajudar, Daisy? — perguntou Draco, levantando o olhar da prancheta.

   — D-Draco, tem mais um auror machucado e você precisa ir agora, é... alguém importante.

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