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AUGUST

Do outro lado do mundo está August, em seu estúdio de música, rodeado de pessoas que sempre dizem que ele é muito bom no que faz, realmente August tem uma carreira musical promissora, eleito o melhor rap três anos consecutivos, cotado por muitos artistas para produzir suas músicas, tudo onde ele colocava suas mãos se tornava ouro, August sabia que era bom, e não escondia isso de ninguém, assumia sua personalidade difícil, suas altas exigências em trabalhos que sempre deveriam ser perfeitos, seu humor nada convencional fazia com que as pessoas o temessem, porém estar ao lado de August era estar ao lado do sucesso.
August tinha o total de um amigo, Sejun, estava com ele desde sua infância difícil, se conheceram no ensino fundamental quando ainda tinham 10 anos, assim que August foi viver na Coreia, esse momento não foi nada fácil, enfrentar um novo país, um idioma totalmente diferente, muitos preconceitos por ter nascido no Brasil, morar em um novo país depois da morte de sua mãe não foi nada fácil, desde muito novo ouvia as histórias do seu pai, que em uma viagem ao Brasil se apaixonou perdidamente por uma brasileira que trabalhava no consulado geral da República Coreana em São Paulo, August odiava histórias de amor, para ele isso nunca acabava bem.

- August, você não pode agir assim, deveria ser um pouco mais delicado quando uma garota se declara. - diz Sejun olhando para seu amigo com um sorriso de reprovação.

- Você me conhece, eu odeio garotas apaixonadas, me dá enjôo.

- Vai acabar sozinho com esse seu mau humor.

- Desde que eu tenha fama e dinheiro, eu não me importo, já me basta ter o que eu quiser.

- Você não pode comprar amor August! - Sejun dá um gole em sua bebida.

- Meu amigo, eu não quero amor. - August se levanta e guarda seu violão, apertando o ombro de seu amigo e se despede. - Nos vemos amanhã!

August vai para seu apartamento depois de um dia inteiro de gravação, um lugar que era só seu, que representava seu lugar de segurança, lá ele podia ser ele mesmo, sem pessoas olhando, tirando fotos, pedindo autógrafos e dizendo o que era correto a se fazer.

Seu apartamento era tão grande que uma pessoa poderia se perder ali, caberiam dez famílias felizes naquele lugar, porém a felicidade não era a verdade que reinava, era um lugar solitário com cores escuras, onde raramente se via a luz do sol, cortinas fechadas e sempre uma música ao fundo, August era movido a música, todos os tipos, estilos, ritmos, a música realmente era sua grande paixão.

O telefone toca, quando olha para a tela é um número desconhecido, "Quem será a essa hora"?, ele pensa, quando atende, fica surpreso, não esperava aquela ligação, uma ligação que iria mudar o rumo da sua vida, só que August ainda não sabia disso.