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Escola nova, vida nova.
O meu nome é Angelina e tenho dezoito anos.
Vivo numa mansão isolada junto à praia em Nelson, Nova Zelândia, com os meus pais. Alice e William Mathews.
Estou no último ano do secundário e provavelmente já o devia ter acabado mas houve um incidente.
Eu andava num Concervatório de Dança mas fui apanhada com mais uns amigos numa festa com bebidas alcólicas num dos estúdios. Eu não bebi, mas mesmo assim fui expulsa mais a minha melhor amiga Cara, por isso agora vamos para uma escola nova, sem dança.
Aos dezasseis anos comecei a notar que ou a puberdade estava a ser cruel comigo ou eu não era igual aos outros.
Dei me conta que tinha mais força que o normal. Conseguia arrancar uma árvore da terra se quisesse sem problemas.
Tornei me imune a qualquer tipo de doença. Houve um vírus na minha escola que até foi obrigada a encerrar por uns tempos, mas eu que passei a minha vida em casa da Cara que estava infetada e era contagioso não fiquei doente. E não foi a única vez.
Aos dezassete anos manipulei a mente do meu pai para me deixar usar o carro. Ao início não percebi o que se tinha passado e quando descobri fiquei muito confusa. Afinal, quem é que consegue manipular mentes?
Não há novos "poderes", se é que lhes posso chamar assim, desde que fiz dezoito anos. Ou esgotaram se ou ainda estão para vir.
Não contei nada aos meus pais. Conhecendo a minha mãe como conheço ter me ia posto num psicólogo ou internado nalgum lado.

Acordei sem vontade nenhuma de ir para uma escola onde não posso dançar metade do dia.
Tomei banho e fui me vestir. Calções de ganga de cintura subida, um crop top justo, preto com margaridas brancas e mangas pelo cotovelo e calcei umas botas pretas que ficam um pouco acima do tornozelo com atacadores à frente.
Fui pentear me. O meu cabelo é de um ruivo bem escuro, quase vermelho, ondulado e fica uns cinco dedos abaixo do ombro. Tenho olhos cinzento claros. Sou a única numa família de olhos azuis. Curiosamente também sou a única ruiva. Tenho sardas mas nada muito visível.
Pego nas minhas coisas e saio.

Vou buscar a Cara. Ela adora vir no meu carro. É um Porshe preto com o interior beje.
-Bom dia beleza!
-Bom dia. Estás demasiado entusiasmada.
Cara tem o cabelo comprido e liso castanho muito claro e olhos verdes.
-No conservatório não havia tantos rapazes giros. E sinceramente já me sentia um pouco presa ali.
-Olha, eu já tenho saudades das aulas de dança.

Chegámos. Foi um pouco constrangedor, ficou tudo a olhar para o carro, mas graças a Deus chegou uma rapariga num Ferrari branco que lhes tirou as atenções de mim. Alta, loira com cabelo comprido e muito arranjado. Usava muita maquilhagem e uma saia rosa com lantejolas que mais parecia um cinto. Eu ía jurar que tinha visto a roupa interior dela.
Passou por nós e olhou nos de lado.
Cara sussurrou me.
-Que diva!
Entrámos e fomos buscar os horários.
Não foi difícil encontrar o corredor, a sala é que já foi mais complicado.
Alguém me tocou no ombro. Um rapaz de cabelo loiro escuro e olhos de um azul profundo e um sorriso imperfeito mas lindo.
-Olá meninas! Sou o Matt e estou aqui para vos ajudar!
-Não pedímos ajuda - disse eu. Não era o que queria dizer mas saiu me.
Cara deu me uma cotovelada nada discreta do tipo "não sejas mal educada para não afugentares o jeitoso". Eu queixei me e esfreguei o braço.
-Gostaríamos muito que nos ajudásses. - disse Cara com um sorriso sedutor. E começa o ataque.
-A vossa sala é a 46, venham comigo.
Seguimo lo até um corredor no segundo piso e passámos por uma sala com espelhos e barras de ballet.
-O que há ali?
-Era onde o Clube de dança ensaiava mas já não existe esse clube. Chegámos meninas. Ainda não sei os vossos nomes.
-Sou a Cara e ela é a Angelina.
Sorriu e despediu se para ir para a aula dele.

-Bem vindos à aula de Biologia. Sou a professora Amanda. Os vossos lugares vão ser escolhidos aleatoriamente.
A professora começou a tirar papeis com os nossos nomes de um saco. As mesas eram de dois e já não ía ficar com a Cara pois ela ficou com uma rapariga chamada Kathrerine Hamilton. Não faço ideia de quem seja e ela também não mas segue a professora até à cadeira.
Finalmente chama o meu nome.
-Angelina Mathews e Nathan Gray.
Vou para a mesa indicada e ao meu lado sentasse um rapaz com cabelo castanho claro ligeiramente encaracolado e olhos castanhos mas que mais parecem dourados. Calças e t shirt pretas. Senti um cheiro agradável a café e menta.
-Olá!
Ignorou me. Okay...
-Não falas muito, pois não?

Falo o suficiente.

-O quê?
-Eu não disse nada. - falou finalmente. Gosto da sua voz.
-Desculpa, pareceu me ter ouvido alguma coisa.

Ela ouviu me?

Tenho a certeza que ouvi qualquer coisa agora mas decidi ficar calada para não passar por maluca. Mais maluca.

A aula acabou e fui à procura da Cara que estava à minha espera à porta da sala. E parecia irritada.
-Sabes quem é que se sentou ao meu lado?
-Katherine Hamilton?
-Sim, mas sabes quem é a Katherine Hamilton?
-Nop.
-É aquela diva de à bocado com a tanga roxa!
Afinal não fui a única que reparei.
Ela continuou enquanto andávamos.
-Esteve a provocar me a aula toda! Eu devo estar num dia bom para me ter limitado a responder em vez de lhe dar um estalo. O teu colega é muito melhor! É giro e atlético. E está num lugar elevado na "Escala Sexy da Cara".
-Essa escala existe?
-Sim!
Ri me. Esta rapariga é impressionante.

As aulas acabaram e eu e a Cara estávamos a caminho do meu carro quando vejo o Nathan encostado a uma mota com um capacete entre as mãos. Os olhos dele encontram os meus apanhando me de surpresa e eu desvi o olhar e continuei o caminho.
Tenho quase a certeza que ele falou comigo mentalmente na aula.

Anjo de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora