Fecho os olhos com força. O fogo de artifício acaba. Viro me devagar na direção da voz.
Sinto aquele cheiro familiar. Abro um olho de cada vez.
Tapo a boca com as duas mãos e as lágrimas voltam a escorrer pelas minhas faces. A emoção que sinto agora não tem explicação. Não me aproximo, se isto tudo for um sonho eu não vou aguentar.
-Como...? - não consigo falar sem me engasgar com as minhas próprias palavras.
-O Arcanjo. Demorou, mas conseguiu.
Sem perder mais tempo corro para ele e penduro me no seu pescoço. Ele aperta me firmemente contra ele. Ele voltou. Ele está aqui.
-Nathan...
-Shh... Estou aqui. Está tudo bem.
Afastamo nos mas só o suficiente para ele limpar as minhas lágrimas com os seus polegares. Olho o nos olhos e aproximo me de novo, desta vez de maneira a sentir os seus lábios nos meus. As saudades que eu tinha de o beijar.
Segura me na cintura e empurra me suavemente até eu ficar encostada à parede ao lado da janela. As suas mãos apertam levemente as minhas coxas e eu suspiro.
Ele olha para mim e sorri. Volta a beijar me e sussurra me ao ouvido.
-Nunca mais te deixo, meu anjo...
Sorrio contra a sua boca e ele morde me o lábio inferior.
-Se precisarem do quarto posso sair.
Empurrei Nathan e quase tropecei até chegar à cama. Fui um bocado violenta mas Cara estava a falar.
-Cara? Oh meu Deus! Acordaste! Como te sentes?
Abracei a mas ela encolheu se de dor e eu desculpei me.
-Dorida. Não me lembro de nada. O que é que me aconteceu?
Sorrio. Estou tão feliz!
-Depois explico, agora tenho de avisar toda a gente! - rio me histérica.
Nathan está a sorrir e eu abraço o e ele retribuí.
-Depois de avisares toda a gente, secalhar era bom tomares um banho. - diz divertido.
-O meu cheiro incomoda te? - pergunto para o provocar.
-Eu amo te de qualquer maneira - depositou me um beijo na testa - mas prefiro a Angelina que cheira a morango.
Sorrio e aviso os pais dela, os meus, Matt, Miles e umas enfermeiras que estavam de serviço. Ao sair pela porta, vi uma pena prateada e macia no chão. Arcanjo. Não só trouxe Nathan de volta como também fez com que Cara acordasse do coma.
Seguro a pena com as duas mãos e aperto a contra o peito.
-Obrigada.Mais tarde, expliquei tudo à Cara. Desde os anjos caídos e nefilins, o que aconteceu no Salão, o reencontro com o meu pai biológico e ao Arcanjo Supremo.
Ficou de boca aberta e depois desatou a rir.
-Eu fui possuída? Não é toda a gente que se pode gabar disso.
-Tu quase morreste e estás a rir te.
-Desculpa mas esta cena toda é brutal! Eu sou o quê? Anjo caído nefilim?
-Humana.
-Isso é injusto... - finge cara de amuada.
Uma médica entra e avisa nos que temos de sair para a Cara dormir. Despedi me dela com um abraço e dei lhe um beijo na cabeça. Ao sair oiço a a queixar se.
-Com dezoito anos e com horário para dormir. Onde é que isto já se viu?!Nathan levou me para sua casa. No meu carro.
-Lamento que tenhas perdido a festa de Ano Novo. - diz Nathan no caminho pousando uma mão no meu joelho.
Sorrio e coloco a minha mão sobre a dele.
-Valeu a pena.
Chegámos e fui até à cozinha.
-Queres comer alguma coisa em especial? - pergunto.
Aproxima se de mim e dá me a mão puxando me para a porta da sala que dá diretamente para a praia.
-Quero mostrar te uma coisa.
Tapa me os olhos com as mãos. Começo a sentir a areia nos pés e depois ele pára e retira as mãos.
Oh meu Deus!
Na areia estavam velas acesas à volta de uma manta vermelha e havia comida por cima desta.
-Está lindo! - coloquei me em biquinhos de pés e beijei o suavemente. - Obrigada!
Ele sorriu e fomos sentar nos a comer.
-Como é que fizeste isto se estiveste no hospital comigo? - meu Deus que comida deliciosa!
-Matt ajudou me.
-Fico feliz que vocês se deêm bem.
-Pode dizer se isso.Deitámo nos a observar o céu estrelado durante algum tempo.
-É quase meia noite. - disse levantando se e tirando a roupa ficando só de boxers.
-Nathan...?
-Vamos à água!
Levanto me e dispo a roupa ficando com um sutiã azul rendado e umas cuecas a condizer. Agarro a mão que Nathan me estende e corremos juntos até ao mar.
A água estava gelada mas o calor do corpo de Nathan contra o meu mantinha o equilíbrio certo. Os seus braços rodeavam o meu tronco e as minhas mãos estavam no seu peito.
Beijámo nos apaixonadamente.
BUM!
Assustei me com o barulho. Olhei para o céu e fogo de artifício rebentava largando fitas de luz e cor.
-Feliz Ano Novo, meu anjo. - sussurrou me ao ouvido.
Depositei um beijo no seu pescoço e encostei a minha cabeça ao seu peito e assisti ao espetáculo, mais feliz do que nunca.
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Anjo de Vidro
FantasíaAngelina tem dezoito anos mas a partir dos dezasseis apercebeu se que não era igual às outras pessoas. Super força, manipular mentes e ainda mais por descobrir. Quando muda de escola conhece Nathan, um rapaz misterioso e atrevido. Descobre os seus...