a Caçadora e a Pulguenta

Transformação

 - Mamãe, aonde estamos indo? - perguntei esperando uma resposta de minha mãe, que no momento, dirigia calmamente.

- vamos a um lugar  especial Enid, não me faça passar vergonha lá ouviu? se fizer já sabe o que vai acontecer.

acabo olhando a janela, era uma manhã fria, o céu estava laranja e o sol nascia aos poucos, as arvores da primavera estavam florescendo, será que ela esta me levando para o parque como prometeu outro dia?? aahh estou animada para ir  lá..

se passaram alguns minutos e a mãe de Enid parou o carro na frente de um lugar estranho nunca visto pela, quando criança, morena. Enid sempre quis brincar no parquinho perto da praça, sua mãe nunca a levou lá, mas elas pararam na frente de um acampamento, acampamento esse que  tinha um motivo especial para aquela pequena criança, ou melhor, para aquelas crianças.

Enid desceu do carro e esperou sua mãe tirar suas malas de dentro do porta-malas, ''por quanto tempo irei ficar aqui?'' pensou a pequena loba, elas entraram no acampamento, a mãe da mesma a apresentou para o diretor daquele lugar sombrio, Enid, por sua vez teve que esperar sua mãe sentada em uma cadeira fora do escritório, pois aquilo era assunto de adulto e ela não poderia escutar.

''o verdadeiro lar para os lobos alfas, nenhum lobo deve ser condenado a morte caso erre um exercício ou não cumpra as regras, os alfas são a prioridade''. 

se passaram dias, e Enid já estava cansada daquele lugar, todos os dias as 4 da manhã ela tinha que estar pronta para as aulas daquele lugar, ela não tinha nenhum amigo lá, as crianças tiravam sarro dela, pois, era muito pequena e frágil como lobisomem, não havia nem despertado seu lobo, o que ela estava fazendo lá? nem ela sabia.

meses se passaram, e ela estava cada vez ,mais frágil, cada vez mais inútil para a alcateia, sua mãe a abandonou lá para mata-la de tristeza? naquele lugar não havia alegria, não havia nada que  ela pudesse fazer para sair de lá, já tinha tentativas falhas de fugir durante a noite, os guardas sempre a pegavam, eles  eram grandes, fortes e com uma aparência assustadora para a morena..

5 anos, haviam se passado 5 anos, ela já estava com 8 anos, aprendeu muito no primeiro ano a como se defender das crianças..

um garoto chamado Xavier vivia tirando o sarro da garota por ela estar sempre usando uma coleira de choque, sempre que fazia algo de errado ela era punida. Xavier era um dos garotos mais fracos de seu grupo, mas para parecer forte, ele simplesmente mirava em Enid para que as outras crianças esquecessem que ele era pior que ela..

um dia, forçada pelo ódio daquele lugar, ela já não aguentava mais viver daquela maneira, já não aguentava mais aquele garoto insuportável falando que ela era fraca e inútil, ela não era e isso se tornou uma grande motivação, comovida pelo ódio, esperou que Xavier fosse tirar sarro dela novamente..

- ora ora, uma loba inútil e prevísivel que não serve para nada no acampamento- deu uma risada sarcástica- o que vai fazer depois do treino? ir para seu quarto e chorar porque sua mamãezinha te abandonou e nunca vai voltar para te buscar?

em um piscar de olhos, Enid estava atrás de Xavier, sussurando algo em seu ouvido..

- se eu sou fraca e inútil, o que você é? se eu fui abandonada, o que você esta fazendo aqui? também foi deixado aqui para ser o mais fraco? você nem alfa deve ser, seus batimentos cardíacos entregam isso Xavier, se eu souber que você fez mal a mais alguma criança de qualquer lugar eu vou te achar e te punir da pior forma, você é um ômega então se comporte e aja como um..

'' se algum alfa agredir ou ter um comportamento agressivo ele NÃO DEVE em HIPOTESE NEHUMA SER PUNIDO''.

sem dó alguma, a orelha de Xavier é arrancada e cuspida no chão, a boca da loba atras dele esta coberta de sangue e sua mente é preenchida pelo ruido, naquele dia Xavier foi a enfermaria, um carro branco veio busca-lo e ele nunca mais retornou ao acampamento, ele realmente não era um alfa, era um ômega e um dos mais fracos, depois daquele ano nenhuma criança mexeu com aquela alfa.

SINCLAIR

abri  meus  olhos com aquela lembrança ainda em minha mente,  minha visão ainda esta turva, levo minha mão direita ate meus olhos, esfregando meus olhos com o dedo indicador e o polegar, espera, eu estou na forma humana..

- por quanto tempo você iria esconder isso? - escutei uma voz- eu realmente pensei que você fosse morrer naquela cozinha Enid Sinclair.

me levantei brutamente da cama, só agora percebi que meu corpo inteiro dói por conta da transformação, como ela sabe meu nome? ela já sabia da transformação?? o que cacete esta acontecendo aqui?????