5 | Tensão sexual

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Giullia

Já faz uma semana desde o dia no laboratório, e Dante resolveu não falar mais comigo. Ele passa o tempo inteiro sozinho, mesmo que outras pessoas, ou melhor, meninas, tentem se aproximar dele. Talvez ele tenha ficado ofendido por eu tê-lo chamado de babaca. Sinceramente, não estou nem aí. Graças a Deus, essa semana não tivemos nenhuma aula de química, já que o professor está doente. Assim, não tivemos que conviver, mesmo ele continuando a sentar atrás de mim todos os dias

Saio dos meus devaneios quando Anthony me chuta por baixo da cadeira. Olho para cima e vejo a professora de literatura parada na minha frente, me chamando. Seu olhar é severo, mas há um toque de preocupação

- desculpa - digo, sorrindo fraco, tentando esconder meu constrangimento

- eu espero que esteja pensando no Dante - ela diz, com um tom de brincadeira, mas que só aumenta meu desconforto. Anthony se esforça para não rir alto, enquanto o babaca atrás de mim solta uma risadinha sarcástica

- vou prestar atenção na aula agora - digo, tentando me concentrar. A professora volta para a frente da lousa e começa a explicar mais algumas coisas sobre "A Divina Comédia". Tento focar nas palavras dela, mas a notificação do meu celular chama minha atenção, desviando meu foco novamente. Olho rapidamente para a tela e vejo uma mensagem que me faz suspirar. Parece que, mesmo tentando evitar, Dante ainda consegue invadir meus pensamentos

Dante
Você está?

Eu
Nem passou pela minha cabeça

Dante
Você é péssima mentindo

Bloqueio o celular, guardando-o na mochila, e tento ao máximo me concentrar na aula. A professora continua a explicar sobre "A Divina Comédia", mas minhas mãos ainda tremem um pouco por causa da mensagem de Dante. Respiro fundo, tentando afastar os pensamentos sobre ele.

A verdade é que passei a semana toda tentando me esquecer de tudo. Cada vez que eu estava perto de conseguir, algo ou alguém me lembrava de novo. Anthony e Ella, com suas piadas e comentários, não ajudavam em nada. E agora, Dante, com suas mensagens inesperadas, parecia determinado a não me deixar em paz.

Olho para o quadro, tentando focar nas palavras da professora. Mas a voz de Dante ecoa na minha mente, e a lembrança do que aconteceu no laboratório de química volta com força total. Sinto meu rosto esquentar e tento disfarçar, olhando para o caderno e fingindo anotar algo importante

...

- sinceramente - Anthony diz enquanto guardamos as coisas. - Vocês dois - ele aponta para mim e para Dante, que está sentado atrás de mim - têm uma tensão engolindo vocês. Ou vocês ficam de uma vez ou param de sentar perto um do outro, está me desconcentrando - completa, antes de sair da sala, deixando-nos sozinhos

Percebo que estamos só nós dois na sala, e Dante está me encarando intensamente, o que sempre me deixa nervosa. Ele sabe disso e parece se divertir com a situação

- dá pra parar de me encarar? - pergunto, tentando esconder meu desconforto

- não, já disse que você é bonita e não consigo não olhar - ele responde, com um sorriso despreocupado

- eu preciso ir - digo, me levantando, mas Dante me puxa de volta para perto da mesa dele, segurando meu braço com firmeza, mas sem machucar. - O que você quer?

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