Apenas Confusão

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Enquanto Derick recebia uma bronca de seus pais, Mirco estava a caminho da passagem para o Mundo Vampiro. Mirco caminhava apressadamente em direção à passagem quando foi surpreendido por Marilyn, que o interrompeu com um olhar acusador.

- Mirco, por que você e o Derick estavam nos esgotos da cidade esta noite? - A garota perguntou encarando o Vampiro de forma séria.

- Esgotos? Do que você está falando, Marilyn? - Mirco respondeu fingindo surpresa. - Não estive nos esgotos.

- Não? Eu tenho a prova aqui. - Marilyn respondeu debochada abrindo a galeria de seu celular. - Olhe esta foto que eu tirei. Vocês dois estavam lá.

Mirco examinou a foto, confuso ao ver apenas a praça da cidade à noite, sem qualquer sinal deles.

- Isso é estranho... Não há ninguém na foto. - O vampiro comentou num tom sarcástico olhando para a garota. - Você esqueceu de tomar seus remédios Marilyn?

- Que? Não... Mas eu vi vocês lá, tenho certeza. - A garota exclamou surpresa e ao mesmo tempo indignada. - O que vocês estão escondendo?

- Nada, Marilyn, talvez você tenha se enganado. - Mirco respondeu antes de continuar seu caminho. - Tenha uma boa noite Marilyn.

Mirco sentiu um calafrio ao imaginar as possíveis consequências se Marilyn descobrisse o segredo que ele e Derick compartilhavam. Ele pensou sobre as diferentes direções que suas vidas poderiam tomar, especialmente se Derick fosse forçado a viver no Mundo Vampiro. Seria possível que eles ficassem juntos? A incerteza pairava sobre ele, mas uma coisa era certa: ele faria de tudo para proteger o segredo e o bem-estar de Derick, mesmo que isso significasse sacrificar sua própria felicidade. Enquanto isso, Derick estava sentado na sala de estar, recebendo uma bronca de seus pais. A sala era iluminada apenas pelas luzes fracas dos abajures, projetando sombras nas paredes repletas de retratos de família e antigas tapeçarias.

- O que você estava pensando, Derick? - Perguntou Ana, sua mãe, com as mãos na cintura e um olhar severo. - Mentir para a gente e faltar à escola?

- Eu sei mãe, desculpa... - Disse Derick, olhando para o chão.

- Desculpa, não é suficiente. - Respondeu Ulisses, seu pai, com um tom firme. - Você precisa entender que suas ações têm consequências. Não vamos tolerar esse comportamento novamente.

- Eu só... - Derick começou a falar, mas foi interrompido.

- Não quero saber de desculpas, agora vai para o seu quarto e pense no que você fez. - Ana completou, interrompendo-o.

Derick suspirou, sabendo que seus pais estavam certos, mas sentindo-se preso entre as expectativas deles e a realidade complicada de sua vida dupla. Ele sabia que precisava encontrar um equilíbrio, mas naquele momento, tudo parecia um caos.
Ele subiu para o seu quarto e trancou a porta, respirando fundo por um momento. As paredes eram decoradas com pôsteres de suas bandas favoritas e fotos com amigos. Derick se jogou na cama, olhando para o teto enquanto tentava processar tudo o que havia acontecido naquele dia. Ele se sentia sobrecarregado, dividido entre o mundo mortal e o mundo vampiro, e agora com a situação complicada com Mirco e Max.
Depois de alguns minutos, pegou o celular e viu uma mensagem de Lúcia, perguntando se estava tudo bem. Ele respondeu brevemente, dizendo que estava cansado e que falaria com ela amanhã. Enquanto tentava se acalmar, pensamentos sobre Marilyn e suas suspeitas começaram a invadir sua mente. Ele sabia que precisava ser mais cuidadoso, pois o segredo sobre sua verdadeira identidade estava cada vez mais em risco. Finalmente, exausto, Derick fechou os olhos, esperando que o sono trouxesse algum alívio para a confusão em sua mente.
Do outro lado da rua, Max estava em seu quarto, ainda um pouco incomodado pela cena que havia visto mais cedo. A luz suave do abajur iluminava parcialmente o espaço, refletindo nas paredes decoradas com desenhos e lembranças de eventos escolares. Ele não conseguia tirar da cabeça a imagem de Derick e Mirco juntos. Sentado na beira da cama, Max olhava para seu celular, as mensagens não lidas de amigos e notificações de redes sociais ignoradas. Ele se perguntava o que realmente estava acontecendo entre Derick e Mirco. As palavras de Marilyn ecoavam em sua mente, aumentando suas inseguranças. Depois de um tempo, Max suspirou e se levantou, caminhando até a janela. Ele olhou para fora, observando a calma da noite. Ele precisava falar com Derick imediatamente. Decidido, ele saiu sorrateiramente, desceu as escadas, tomando cuidado para não fazer barulho. A casa estava silenciosa, com apenas o som ocasional de um relógio marcando o tempo no corredor. Ele passou pela sala de estar escura, movendo-se lentamente para evitar que o chão rangisse. A luz da lua filtrava-se pelas janelas, lançando sombras fantasmagóricas nas paredes. Max se aproximou da porta da frente, segurando a respiração enquanto girava a maçaneta e a abria com cuidado. Ao sair, sentiu a brisa fresca da noite contra seu rosto, o que lhe deu um pequeno alívio. Ele cruzou o jardim rapidamente e pulou a cerca que separava sua casa da de Derick. Ao alcançar a casa do garoto, Max olhou para a janela do quarto de Derick e viu que as luzes estavam apagadas. Ele pegou algumas pedras pequenas e começou a jogá-las na janela, esperando que ele acordasse. Derick, ainda com a cabeça cheia após a bronca de seus pais, ouviu os leves toques na janela e se aproximou, curioso. Ao abrir a janela, encontrou Max olhando para ele com uma expressão preocupada.

- Max? O que você está fazendo aqui? - Derick sussurrou, surpreso.

- Precisamos conversar. Agora. - Max respondeu, seu tom sério e urgente.

Derick desceu as escadas silenciosamente, abrindo a porta da frente com cuidado para não fazer barulho. Ao sair, encontrou Max na calçada, os braços cruzados e um olhar determinado no rosto.

- O que está acontecendo, Max? - Derick perguntou, a preocupação evidente em sua voz.

Max olhou ao redor, certificando-se de que estavam sozinhos antes de falar.

- Marilyn disse que viu você e Mirco juntos hoje de manhã, e eu também vi vocês se despedindo. - Max perguntou, a voz tremendo levemente com uma mistura de preocupação e ciúmes. - O que está acontecendo entre vocês?

Derick suspirou, percebendo que não podia mais adiar essa conversa.

- Não é nada do que você está pensando, Max. Eu e Mirco somos apenas amigos. Ele me pediu ajuda com algumas coisas da escola dele, e eu fui com ele. Nada mais. - Derick explicou, tentando acalmar Max.

- Mas por que ele? E por que você não me contou? - Max perguntou, com a frustração evidente em seu tom.

- Eu sei que deveria ter te contado. Foi tudo muito rápido, e eu não queria te preocupar. Eu e Mirco temos uma conexão por causa das nossas famílias, mas isso não muda nada entre nós. Você é o meu namorado, Max. - Derick disse, segurando as mãos de Max com firmeza.

Max olhou para as mãos entrelaçadas, sentindo um alívio começar a tomar conta de si.

- Eu só... não gosto de ser deixado de fora. Eu confio em você, Derick, mas quero estar ao seu lado em tudo. - Max admitiu, olhando nos olhos de Derick.

- E você estará. Sempre. Eu prometo. - Derick respondeu, puxando Max para um abraço reconfortante.

Eles ficaram ali, na calçada, por um tempo conversando sob a luz da lua, enquanto o frio da noite os envolvia, trazendo uma sensação de conforto e entendimento entre eles.

- Sabe o que música esse momento me lembra? - Max perguntou, quebrando o silêncio com um leve sorriso.

- Broken Glass? - Supôs Derick, sorrindo de volta, seus olhos brilhando na luz da lua.

- Exatamente. - Max confirmou, apertando um pouco mais as mãos de Derick. - É como se estivéssemos dançando sobre algo quebrado, mas que no final, fica mais forte.

- E vamos conseguir... - Disse Derick, determinado aproximando seu rosto do ouvido de Max. - Vamos passar por isso juntos, Max.

Max sorriu, sentindo o calor subir em seu rosto. Antes que ele pudesse responder, Derick se inclinou, seus olhos procurando permissão nos de Max. Derick deu um leve aceno com a cabeça, e naquele instante, Max fechou a distância entre eles. Seus lábios se encontraram, primeiro de maneira hesitante, mas logo se tornaram mais seguros e intensos, cada um transmitindo a confusão, o desejo e a compreensão que haviam sido reprimidos por tanto tempo.O beijo foi longo e cheio de sentimentos, um momento que parecia estender-se fora do tempo. Quando finalmente se separaram, seus rostos ainda estavam próximos, ambos respirando um pouco mais rápido.

- Acho que é melhor voltarmos para casa. - Max disse, relutante em soltar a mão de Derick.

- É, antes que nossos pais percebam que sumimos. - Derick respondeu com um sorriso.

Eles se despediram com um último abraço, e cada um voltou para sua casa, sentindo-se um pouco mais leve e confiante sobre o futuro. Derick entrou em seu quarto, fechando a porta suavemente atrás de si. Sentiu um sorriso se formar em seus lábios enquanto começava a cantarolar baixinho. As notas de "Broken Glass" de Kim Petras escapavam de seus lábios, preenchendo o quarto com uma melodia suave e esperançosa.

"So cheers to us and what we had
Let's keep dancin' on the broken glass
And all that's left is smoke and ash
So let's keep dancin' on the broken glass..."

Ao mesmo tempo, Max também estava em seu quarto, cantarolando a mesma música. A coincidência trouxe um calor ao coração de Derick, sabendo que, de alguma forma, eles estavam conectados, mesmo separados pelas paredes de suas casas. Os dois se acomodaram em suas camas, as vozes suaves e harmoniosas se misturavam em suas cabeças, como se estivessem juntos novamente. A música era um lembrete do beijo e da promessa silenciosa de que, independentemente dos desafios, eles encontrariam uma maneira de superar tudo, juntos. Derick sentiu uma paz tomar conta de si enquanto cantava. Ele sabia que, apesar de tudo, havia algo especial e inquebrável entre ele e Max.

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⏰ Última atualização: May 18 ⏰

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O Garoto Vampiro [Finalizando]Onde histórias criam vida. Descubra agora