Também vejo você!

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A claridade chegou ao seu quarto e ela sabia que havia amanhecido e não queria abrir os olhos. Não havia sonhando aquela noite, não que precisasse já que tinha certeza que tinha visto aquele lindo grão-feerico de olhos violeta e cabelos preto azulado como as penas de um corvo, e podia sentir um poder sombrio e calmo emanando dele aquilo parecia familiar... talvez seja porque já tinha visto ele várias vezes em seus sonhos, o que era estranho pois não tinha costume de sonhar não até os últimos seis meses, cada sonho era diferente as vezes em um lugar que parecia ser o seu escritório, ou segurando um lindo bebê de olhos azul estrelados que ria ao seu toque, também o via em seu trono sob uma corte de pesadelos ao lado de uma linda fêmea que parecia mais uma Deusa da noite... Ela pode ver a surpresa em seus olhos cheios de estrelas quando ela o olhará... Não! Devia estar louca, não era possível um feerico ali embaixo. A única coisa que esteve ali com ela em seus 520 anos foram as criaturas da água e... As vezes a linda e cruel rainha das ninfas "sua rainha e também sua mãe" e a responsável por prende-la ali naquele castelo, separado de todo o reino da água e das outras ninfas porque ela era "diferente". Até onde sabia fruto de um erro da rainha com um grão-feerico qualquer; aquela pequena informação sobre sua existência a rendeu uma rápida explicação e um tapa de tirar sangue em sua boca, como um aviso para que não perguntasse mais quem era seu pai e o porque era diferente das outras.
O castelo em que ficava era seu lar e sua prisão... encantado para que parecesse com um castelo em terra firme, com oxigênio, móveis, banheiro, comida, água encanada, mas sem água por dentro onde ela podia andar e permanecia sempre seca já que não formava calda como as outras. Parecia muito mais grã-feérica que ninfa, ainda assim tinha uma parte do lago só para ela porque também precisava da água e das criaturas que haviam nela como sua única companhia, infelizmente tinha um limite até onde podia nadar e uma barreira que a separava do mundo e a limitava.
As visitas da sua mãe eram unicamente para treinar seus dons em feitiços e educa-la; ensinando a história das criaturas do mar e um pouco do mundo cruel que existia acima das águas, a separação dele entre terras de grão-senhores, sabia que ficavamos nas terras da corte nortuna mas o reino a baixo da água era independente e neutro não se metia em assuntos dos grãos-senhores daquela terra e de nenhuma outra e eles não se mentiam nos assuntos da água nem em sua hierarquia. Nossos povos raramente se encontravam, nossos assuntos eram só nossos e os deles só deles, viveríamos sob a água e ninguém nos incomodariam, "apesar de arrogantes" disse minha mãe eles respeitavam isso. Então explicou sobre os senhores da terra acima e um pouco de suas políticas "apesar de não ver a imagem de nenhum deles em nenhum dos livros que eu li", soube sobre as guerras e os atritos e que ficaram presos por cinquenta anos mas de alguma forma se libertaram de amaratah... Aprendi que tinham uma relação complicada com os humanos e que agora atualmente havia uma trégua e que a barreira que nos separava não existia mais. E nós viveríamos ali embaixo longe de tudo aquilo, então ela também me contou sobre os diferentes tipos de criaturas que existiam nas terras acima "prontas para arrancar minha cabeça" e que eu jamais poderia subir até lá e ninguém jamais poderia vir até aqui, viveria ali pela eternidade "segura" dizia ela e em paz... Mas eu podia ver o despreso o medo em seus olhos quando me olhava. E o ódio bem esse eu sentia na pele quando errava alguma questão dos livros, de etiqueta ou feitiços e apanhava para aprender a fazer as coisas direito. Na verdade já apanhei apenas por dizer que estava com fome e várias vezes por quebrar algo ou questionar de mais, por até mesmo respirar... Aquilo era o único tipo de amor que conhecia e ela era a única pessoa que via desde que era criança viu outras ninfas poucas vezes, nada nem ninguém além dela ia ali o lugar era proibido para qualquer um e como era ordem da rainha ninguém jamais se aproximava, tinha se acostumado a estar sozinha afundar em livros de histórias de aventura, romances e feitiços; lia e lia sem parar, escrevia, comia, nadava com as pequenas criaturas e observava a lua ou seu reflexo, desejando as estrelas e imaginando se algum dia poderia vela da superfície. Sempre sentindo falta da pessoa da superfície que a muito tempo não voltava para observar o reflexo da lua cheia sempre junto com ela no mesmo horário. Sabia dentro de si que era uma fêmea e sentia que de alguma forma a fêmea a via sentada naquela pedra... era como se estivessem lado a lado observando a lua juntas. Respirando fundo abriu os olhos sentindo seu peito vibrar, desde que os sonhos começaram ela sentia aquilo se agitando frequentemente dentro dela mas ignorara nada importava para ela ela apenas... Existia.

Corte de feitiços e maldiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora