Corte de feitiços e maldições

Segredos que se escondem a noite

O baile prosseguiu normalmente após a coroação. Apesar do clima ter ficado tenso, todos se espalharam, dançando, comendo e conversando. Cassian e Nestha foram os primeiros a iniciar na pista de dança, enquanto mor e Azriel foram logo em seguida, Amren tomava vinho em um canto, alerta como um gato, esta estava ao lado de Varian e Tarquin. O que era estranho pois Dayrie não notará eles ali antes, ela pensou que provavelmente, chegaram quando já estava próximo da coroação ou logo depois. Quando seus olhares se cruzaram, Tarquin apenas assentiu levemente para ela. Provavelmente também mantendo a sua máscara de Grão-Senhor em território inimigo. E ela, teria que ficar ali até o fim das apresentações e dos relatórios. Ninguém se quer ousou olhar novamente em direção a ela. Ali, naquele lugar frio e sombrio, onde se encontrava os Grãos-feéricos mais cruéis e vis de Prythian, mais antigos, pérfidos e insidiosos que ela. Estes agora a temiam e a evitavam. A mãe certamente tinha senso de humor.

- Como estão os rebeldes?

O odioso Keir, estava agora na frente do trono, passando o relatório da corte para Rhysand. Dayrie desejou que fosse ela e não mor ou Rhysand a arrancar a cabeça dele.

- Bem o último grupo foi identificado e contido por seu bando de fêmeas particular meu senhor - Keir cuspiu aquilo com desprezo e rancor.

- Valkirias! É assim que se chamam as guerreiras de nosso exército particular. - Interrompeu a grã-senhora - Espero que se dirija a elas com respeito se não quiser ter outro braço quebrado. - Keir ficou tenso mesmo assim manteve o tom baixo quando respondeu.

- É claro senhora.

Dayrie, parou de ouvir a conversa quando sentiu sua pele formigar, sensação esta, que sempre tinha quando alguém a estava observando. Então ela olhou ao redor, quando um cabelo vermelho levemente ondulado, chamou sua atenção. Seguidos por um par de lindos e frios olhos ambar, alguma emoção indescritível brilhando ali, que diferente dos outros olhares no salão não havia nenhum sinal de medo. Os lábios do grão-feérico se curvou em um sorriso sensual e satisfeito, e ela não pôde deixar de admirar o quanto sua boca era bem desenhada, como se tivessem sidos esculpidos a mão, para fazer parte daquele lindo rosto com traços elegantes. Seu coração falhou uma batida, quando ele se aproximou mais do trono. Com a confiança de alguém que já estivera ali antes e sabia exatamente o que estava fazendo, o grão-feérico se posicionou ao lado de keir, se inclinando levemente em uma saudação educada e cuidadosamente calculada. Ele tinha cheiro de chuva e terra molhada, sua fragrância era como uma mistura de notas terrosas, picantes e amadeiradas, como um dia frio em uma doce manhã de outono.
Diferente de Keir que usava uma tiara prata sobre a cabeça, este usava uma tiara dourada em formato de folhas, combinando com suas elegantes vestes verdes, moldadas com alguns fios de ouro em seu tecido. O brinco de corrente em uma de suas orelhas, era o único sinal sutil de irreverência. Seu rosto desenhado pelos deuses, fazia jus ao corpo que jazia sob aquelas vestes finas e caras. Pois era tão impecávelmente esculpido quanto os seus labios. Diferente do de Cassian, Rhysand e Azriel, os músculos dele eram menores, como se feitos em linhas elegantes, projetadas para o corpo perfeito de um nobre que escondia o guerreiro habilidoso por trás das vestes e do título. Entretanto a decepção a atingiu como uma tempestade que lhe puxará para a realidade, quando as primeiras palavras foram proferidas.

- Fico satisfeito. Que como de costume não se recusou ao convite de vir está noite Eris. - Rhysand falou como se o macho não passasse de um ser insignificante, apenas mais um em seu jogo de tabuleiro. Eris por sua vez não parecia se importar, ele certamente tinha seus próprios planos.

- De fato. Jamais poderia recusar-me a um convite como este. Não é todo dia que uma nova princesa é coroada.

- Tenho nobres de todas as outras cortes presentes essa noite. Para que levem aos seus senhores que o título de minha irmã é verídico e irrevogável. - Rhysand direcionou as ultimas palavras a Keir, este que manteve seu rosto agora como uma tela em branco.