um noivado e um convite

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Uma chuva congelada caia levemente lá fora, e o fogo da lareira era a única luz á iluminar todo o ambiente, o cheiro envolvente de rosas ainda perfumava o quarto misturando-se com o nosso, tive momentos de alegria em minha existência e ainda tinha pessoas que amava, pessoas essas pelas quais sacrificaria minha vida sem ao menos exitar, mas nunca tive a chance de ser feliz. Não de verdade. Até vê-la pela primeira vez, entrando naquele salão do tronho como uma Deusa banhada pelo mistério, repleta de beleza e poder, e quando ela arrastou aqueles que a afrontaram para o meio do salão e parou seus coração impiedosamente como punição por seus crimes, bem, foi exatamente quando eu soube que já estava perdidamente apaixonado por ela, e foi ai que senti, meu primeiro resquício de alegria genuína. E agora, nesse exato momento com ela em meus braços, eu sei que sou feliz, toda a minha felicidade e razão de minha existência agora se resume á ela, e sempre vou preferir morrer ao deixa-lá ir. Dayrie se mecheu em meus braços e eu a apertei ainda mais contra mim, enquanto acompanhava o som das batidas de seu coração, não importava quão difícil seria, tinha de haver um jeito de manter á relação sem que ninguém soubesse, até que conseguisse roubar aquele noivado para mim, teria que ganhar um pouco mais de tempo para conseguir fazer aquilo e para convencer meu pai. Tirei o cabelo do rosto dela devagar, pelos Deuses como era linda, ela virava a cabeça dos machos por onde quer que passasse; eles a temiam tanto quanto a desejavam, quase não conseguia formar um pensamento lógico quando percebi que ela não usava nada por baixo daquele vestido, e quando a deixei completamente nua... A mãe sabia que eu certamente poderia passar o resto de minha vida miserável olhando cada centímetro daquele corpo estonteante e irresistível, aqueles que diziam que á perfeição não existia é porque jamais viram ela nua, e a depender de mim, jamais veriam. Ficava louco de irritação só de imaginar aquilo, já era extremamente difícil manter o controle com á quantidade absurda de machos que babavam por ela, e alguns deles... eu ainda mataria. Não era atoa que ela dormia tão profundamente, eu a tinha enchido de beijos antes que pudesse recusar meu convite para que dormisse comigo, e acabamos pegando fogo novamente, começamos fazendo amor e terminamos com sexo intenso e selvagen depois de gozarmos inúmeras vezes, nós incendiavamos juntos, eramos um só, feitos de uma só carne, eu era insaciável quando se tratava dela, mas sabia que Dayre estava exausta principalmente depois de se passarem tantas horas em meu domínio, só precisei abraçar ela por trás e acarissiar seu cabelo para que ela caisse no sono, e apesar de eu também está cansado, não consegui pregar os olhos, não com o medo que eu tinha de acordar e ela não está mais ali.

Dayrie se moveu um pouco e seus olhos se abriram preguiçosamente, graças á pouca iluminação, aquele ambar estava mais puxado para tons terrosos, que me lembravam sempre de como era estar em casa, seus olhos eram feitos de uma mistura de cores que se mesclavam entre si assim como o outono, eles se moldavam ao ambiente e á iluminação, podendo ser fácilmente confundido com o verde e dourado em ambientes claros ou que estivessem na mesma paleta de cor, para quem olhasse bem, veria á mistura de todos aqueles tons com o marrom, exatamente iguais aos diversos bosques e vales férteis da outonal, e de forma sutil quase impercetível, havia uma linha fina circular de azul, que para mim representava os riachos de jade que brotavam da propia terra do outono, e se espalhavam enfeitando e banhando toda á minha corte, nunca tinha visto um ambar tão diverso, tão lindo. Ela carregava à minha terra. O meu lar. Em seus olhos... Dayrie piscou algumas vezes enquanto me observava, mas sua expressão suave ficou distante, e o seu brilho sumiu "Eu preciso ir" ela murmurou fazendo menção de se levantar, mas eu a abracei forte já com meu coração se partindo.

- Não precisa ser assim. - Falei de volta para ela, e foi desespero o que eu senti. Quando o calor que havia entre nós virou gelo.

- Não sei como é você com seus acordos Vanserra, mas eu costumo cumprir com os meus. - Dayrie se desvencilhou e saiu da cama, pegando o vestido que estava no chão e o usou rápidamente.

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