45: Fora de Ordem!

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Anos Atrás/ Gael Narrando...

Eu tinha seis anos quando por uma brincadeira acabei pagando caro. Era de manhãzinha, o sol brilhava no céu como nunca antes. Corrir pelas escadas com um aviãozinho que acabará de fazer sozinho depois de tantas tentativas que fracassei.
O aviãozinho subia, e descia pelo ar da minha casa. Era minha primeira viagem com ele. Joguei-o, e o mesmo voou caindo no chão de frente para uma porta larga. Me lembrei que papai trabalhava lá dentro. Aproximei o ouvido na porta, e ouço gritos. Alguém estava discutindo lá dentro!

- VOCÊ É UM EGOISTA SENHOR LOMBARDO! UM EGOÍSTA! Gritava alguém.

De repente esse alguém abrir a porta, e eu entro com tudo caindo no chão.

Papai me olhou furioso antes de se despedir do tal homem que anteriormente ele estava discutindo. Me coloquei de pé, e me afastei da porta.

- Entra! Ordenou com a cara fechada.

Fechei a porta, e entrei amedrontado. Pude sentir minhas pernas bambas batendo uma na outra de tanto medo. Passei pelo corredor da morte, entre as prateleiras antes de ser arrastado para apressar os passos.
Papai amarrou minhas mãos com uma espécie de corda. Apertou bem forte, e pediu que eu ficasse de joelhos de costas para ele.

- O quê vai fazer, papai? Pergunto na inocência.
- Você sabe o quê acontece com crianças mal criadas? Puxou o cinto da sua calça.
- Não! Respondi baixinho.
- Você sabe? Alterou a voz.
- Eu não sei! Respondi quase chorando.
- Muito bom! Foi tudo o que disse antes de acertar o cinto em mim.

A corda passou pelas minhas costas deixando fortes dores, e uma adencia quase insuportável.

- ...Crianças mal criadas merecem apanhar! Disse, e continuou me acertando em cheio.

Chorei como um bebê, afinal eu ainda era um bebê por ser pequeno, magrelo, e chorão. Não sei quantas cintadas ele me deu, só sei que naquele dia eu apaguei completamente.

[...]

Abrir os olhos lentamente, e vi minha mãe debruçada sobre a cama dormindo. Olhei para o teto, e uma sensação de dor me atingiu fortemente.
Era minhas costas feridas rosando no lençol me deixando desconfortável.

Queria chama-la, e perguntar porquê ela não me salvou antes, No entanto sentir mais pena dela do que de mim mesmo quando notei seu rosto banhado em lágrimas que se acumularam no lençou como uma pequena poça.
Me preparei para me levantar da cama, assim que ia saindo dela acabei com o pé preso no lençol, e caindo de cara no chão. A dor foi insuportável quando atingir um lado da minha costa machucada. Chorei alto, e mamãe acordou na hora.

- Filho! Filho! Veio me socorrer. - ...Por quê você caiu? Era pra ter ficado na cama! Está muito ferido! Me colocou na cama enquanto tinha uma mistura de sentimentos estampados no rosto.
- Por...Por quê papai fez aquilo comigo? Estou assustado! Digo ainda choramingando.
- Desculpa filho! Fui eu que errei! Sinto muito! Sinto muito mesmo! Me abraçou, e choramos muito.

O fato é que desde então ela sempre se conformou em levar a culpa. Sinto muito! Desculpa! Eu errei! Fui culpada! Eu passei a ouvir isso sempre, E todas as vezes essas palavras me quebravam muito mais do que as pancadas que eu levava do meu pai. Pois a responsabilizada era sempre ela, De fato dona Helena nunca falou a verdade pra mim, ela pareceria mentir na minha cara. Eu queria ouvir coisas como; "Seu pai é bruto cruel que não se importa com os seus sentimentos", ou algo como; "Vou falar com o seu pai pra ele nunca mais encostar em você". Eu queria mais do que tudo ouvir coisas como estas da minha mãe. Mas não ela continuou conivente com tudo que eu passei, e mesmo assim ignorou o verdadeiro culpado, e se assumiu como uma. É por isso que eu o odeio!

Gisele Narrando...

Saí do quarto de Gael após ter uma discussão sobre a amiguinha dele. Sentir raiva por simplesmente ele não me dá razão, e ficar do lado dela. Era irritante! Muito irritante!

Desci as escadas, e fui em direção á cozinha, peguei um copo de vidro, e coloquei um pouco de água que estava dentro da jarra. Bebi rapidamente querendo afogar aquela zanga toda.

- Filha! O quê aconteceu? Tia Helena pergunta, Pois a mesma estava na cozinha, só eu que ainda não tinha reparado na sua presença pálida.
- Brigamos de novo! Digo chateada.
- Vem! Vamos conversar em um lugar calmo! Ela me arrastou para seu quarto que ficava na parte de baixo.

Assim que entrei senti um certo desamparo em relação ao seu quarto rústico, marcado pela cor cinza misturada com uma cor gelo. Me sentei na beirada da sua cama, e comecei a confessar os meus mais sinceros pensamentos!

- Eu estou com raiva! Com muita raiva do Gael, porquê eu estou morrendo de ciúme dele! Me sinto envergonhada ao revelar aquilo para ela. - ...Por quê ele tem que colocar aquela mulherzinha vulgar aqui?! Em um dos quartos?! Sabe o quanto eu odeio isso?! Me indigno ao falar de Jade.
- Ele não expulsou ela? Perguntou se sentando.
- Você acha mesmo?! Ele preferiu ficar com ela, a amiguinha dele! Passo a mão na cabeça. - ...Eu nem sei o que diabos eu sinto! Eu acho que odeio ele, Mas que ódio é esse? Estou longe da minha irmã, sinto saudade de nossas saídas á noite! Sinto falta do que me parece familiar! As lágrimas escorrem do meu rosto, e logo eu trato de limpar.

Eu nem sei o que diabos eu sinto! Eu acho que odeio ele, Mas que ódio é esse? Estou longe da minha irmã, sinto saudade de nossas saídas á noite! Sinto falta do que me parece familiar! As lágrimas escorrem do meu rosto, e logo eu trato de limpar

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- ...Eu nem sei porquê estou tão emocionada hoje! Tudo me enfraquece! Eu não gosto dessa sensação! Digo querendo apenas alguém que pudesse ouvir meus desabafos.
- Você apenas se acostumou a cobrir a ferida, mas elas não desaparecem facilmente. Você precisa superar o passado para poder seguir em frente, minha filha! Disse Helena colocando uma mão no meu ombro me reconfortando.

Era verdade tudo o que ela dizia, O mundo continuava girando, e girando. E mesmo assim eu não conseguia seguir em frente. Eu não seguia em frente!

- Como faz isso?! Seguir em frente! Como faz?! Perguntei o que se passava na minha cabeça.
- Pra seguir em frente você precisa deixar o passado pra trás! Deu meio sorriso.

Tia Helena estava sendo naquele momento a mãe que eu nunca tive. A abracei de lado, e ela me recebeu em seus braços.

 A abracei de lado, e ela me recebeu em seus braços

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- ...Oh, minha princesa! Não precisa ficar mal, se não eu fico triste! Disse com voz dengosa! Me sentir uma bebê!

...

Publicado no dia 24 de Maio!

Fiz um momentinho de Gisele, e Helena!!! O quê estão achando do relacionamento delas duas???🌻🤍🔥

VENDIDA AO COWBOY · 2 LIVROOnde histórias criam vida. Descubra agora