capítulo dezesseis. ✭

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- ok, eu vou falar pra ela. - aeri comentou baixo na mesa enquanto tomávamos café da manhã.

- ai sim, hein. quero saber o final dessa história. - jennie falou, tocando no ombro da outra.

- eu também quero. amanhã quero as duas de mãos dadas como dois pombinhos apaixonados. - falei e aeri revirou os olhos, jogando um papel em mim.

- sim, com certeza. amanhã mesmo vamos nos casar. - falou bufando - isso é, se ela quiser.

continuamos conversando por um bom tempo, até a sirene tocar, avisando-nos que era a hora de irmos para as celas. peguei o café da manhã de minjeong e resolvi esperar as garotas para irmos juntas até o corredor do medo.

eu tinha que conversar com minjeong sobre as coisas que ficavam rodeando minha cabeça. sei que era um assunto pesado para se tocar logo na parte da manhã, mas não tinha outra opção. eu queria saber dessas coisas o mais rápido possível para poder ajudá-la.

entrei rapidamente no quarto de minjeong, assustando a mesma, que deu um pulo enquanto saia do banheiro.

- meu Deus! - colocou a mão no peito, encostando-se na parede, o que me fez sorrir.

a garota tinha os cabelos molhados e usava roupas leves.
hoje estava um dia mais quente. ela respirou fundo e olhou para mim, perguntando silenciosamente o que diabos era aquilo.

- desculpe. - falei ainda sorrindo - gosto de assustar as pessoas.

- alguém já te falou o quão você é idiota? - perguntou e eu dei de ombros.

- muitas pessoas. - comentei andando em sua direção e entregando-lhe sua refeição - aqui.

- então terá mais uma. você é muito idiota. - falou e eu sorri largamente enquanto fechava os olhos - obrigada. - ela pegou a marmita de minhas mãos e saiu da porta do banheiro, sentando-se ao chão no centro do quarto.

fui até ela e sentei-me em sua frente, vendo-a descascar uma banana devagar.

- certo. vamos conversar. com seriedade. - falei e ela olhou para mim, mordendo a banana.

- uhum. - resmungou.

- tenho algumas perguntas para fazer, ok? - ela deu de ombros - não quero ser intrometida.

- você já é intrometida. - revirei os olhos - o que? você nem percebe.

- desculpe por isso. - ela sorriu, mordendo a fruta novamente - ok. primeiro... você tem alguma outra habilidade? - perguntei e ela negou.

- não que eu saiba.

- beleza. eu ouvi dizer que quando você chegou aqui matou várias pessoas, é verdade? - ela assentiu - você lembra-se disso?

- sim. - mordeu a banana novamente. ela não parecia estar incomodada com a conversa.

- quantos anos você tinha? você os matou com a telecinese, não é?

- quinze. sim. - sorriu, estalando os dedos - em um estalar de dedos.

- antes disso você ficava aonde? - ela olhou para o teto com uma cara pensativa.

- em um lugar bem pior.

- ok. algo sobre esse lugar que queira me contar? - ela colocou a casca da fruta dentro do pote, pegando um iogurte e abrindo o mesmo.

- era horrível. - falou, bebendo o iogurte. ok, ela não estava confortável para falar sobre aquilo.

- certo... sabe, às vezes eu sentia um desconforto quando estava em sua presença... - mudei de assunto - você sabe que isso acontecia? - ela assentiu.

Monster | WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora