Capítulo 11: Perdidos Sem Uma Rainha

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Daemon estava sentado na escadaria da sala do trono, com a cabeça baixa e os braços apoiados nos joelhos, em uma posição de derrota visível. O burburinho constante na sala ao seu redor parecia distante, como se viesse de outro mundo. Os conselheiros de Daenerys discutiam fervorosamente sobre os próximos passos a serem tomados, mas Daemon mal os ouvia. Seu foco estava inteiramente em sua própria tormenta interior.

Enquanto os segundos se arrastavam, Daemon contava mentalmente até três, uma contagem que parecia ecoar em sua mente como um lembrete doloroso dos dias que se passaram desde que Daenerys partira. Cada número carregava o peso da solidão e da incerteza, revivendo a sensação de vazio que o assombrava desde que ela partira.

Enquanto sua mente mergulhava nas profundezas sombrias de suas memórias, Daemon revivia o momento em que perdeu sua amada esposa, Rhaenyra, a dor dilacerante da perda cortando-o como uma lâmina afiada. Agora, com a ausência de Daenerys, ele sentia o mesmo vazio ameaçador se instalando em seu peito, uma sensação de desamparo e desespero que o consumia lentamente.

Daemon começou a contar novamente, como fizera milhares de vezes antes, numa tentativa desesperada de domar os sentimentos turbulentos que rugiam dentro de si. Cada número era um esforço para manter seus impulsos mais primitivos sob controle, como se estivesse tentando conter um dragão ferozmente acorrentado, pronto para se libertar e incendiar tudo ao seu redor com chamas vorazes.

Enquanto os números se sucediam em sua mente, Daemon sentia a pressão crescer dentro dele, como se estivesse à beira de um precipício perigoso. A raiva borbulhava sob a superfície, ameaçando romper as frágeis correntes que a mantinham contida. Cada batida do coração era um lembrete do poder selvagem que ele guardava dentro de si, um poder que poderia ser tanto uma bênção quanto uma maldição.

Com cada contagem, Daemon lutava para encontrar uma saída para o labirinto de emoções conflitantes que o consumia. Ele sabia que precisava encontrar uma maneira de canalizar essa energia destrutiva antes que fosse tarde demais. Com um esforço supremo de vontade, ele continuou a contar, sua mente focada em controlar o furacão que rugia dentro de si antes que ele consumisse tudo à sua volta.

"Um...", murmurou ele para si mesmo, recordando vividamente o calor do embate com seu sobrinho Aemond na guerra, o estresse do confronto ainda ecoando em seus músculos tensos.

"Dois...", continuou ele, evocando a imagem de Daenerys, a mulher cujo olhar e voz tinham o poder de acalmar até mesmo a tempestade mais furiosa em sua alma. Ele se lembrou de suas conversas íntimas, das risadas compartilhadas e dos momentos de ternura que pareciam tão distantes agora.

"E três...", murmurou finalmente, sua voz mais firme agora, reafirmando sua determinação. O número três o trouxe de volta à realidade nua e crua: um trono vazio diante dele, a ausência angustiante de Daenerys pesando em seu coração como uma pedra.

Com um olhar determinado, Daemon sentiu um turbilhão de emoções tumultuando dentro de si, uma mistura fervente de frustração e raiva que ameaçava consumi-lo por completo. Cada batida de seu coração era como um tambor ressoando a crescente tempestade dentro de sua alma.

Erguendo-se lentamente, Daemon emanava uma aura de perigo palpável, sua expressão animal fazendo com que qualquer um que o encarasse sentisse um calafrio de medo percorrer sua espinha. Como uma fera despertando de seu sono, ele se libertou das correntes da civilidade, abraçando seu lado mais sombrio sem reservas. O controle meticuloso que antes mantinha sobre si mesmo foi descartado, substituído por uma determinação inabalável.

Ele não mais se contentaria em lutar contra seus instintos selvagens; ao invés disso, abraçaria sua natureza mais primitiva e deixaria que ela guiasse seu caminho. Com passos firmes e decididos, ele deixou para trás a sala do trono, sua mente fixada em um único propósito. Sabia exatamente para onde dirigir sua ira e frustração, e não hesitaria em fazer o que fosse necessário para alcançar seu objetivo.

Entrelaçados em fogo e sangue: a união de Daemon e Daenerys Onde histórias criam vida. Descubra agora