Entrelaçados em fogo e sangue: a união de Daemon e Daenerys

Capítulo 5: Sombras do Passado, Alianças do Presente

Daemon estava sentado em seu quarto, envolto pelo silêncio que parecia pesar sobre ele como uma âncora. As palavras de Daenerys ecoavam em sua mente, trazendo uma mistura de emoções que o deixavam perturbado. A notícia da extinção dos dragões, uma linhagem ancestral tão gloriosa, trouxe-lhe um profundo sentimento de tristeza e uma sensação de culpa que o consumia por dentro.

Ele pensava em sua família, em Rhaenyra, sua esposa, e nos filhos. Três deles eram do primeiro casamento de Rhaenyra, mas Daemon os considerava como seus próprios filhos. Antes de partir para o futuro, os dois filhos mais velhos de Rhaenyra já haviam falecido, e a dor pela perda de Jace e Luke Velaryon ainda ecoava em seu coração.

Agora, ele se via preocupado com o destino dos outros quatro filhos, Aegon, Viserys e as gêmeas que tivera com Laena Velaryon antes de se casar com Rhaenyra. Como seria a vida deles crescerem em meio a uma pós-guerra, sem a presença de sua família e com a sombra do passado pairando sobre eles?

A angústia de não estar presente para proteger e guiar seus filhos o consumia, cada pensamento deles enchendo-o com um sentimento de culpa e impotência. Ele desejava estar lá para ajudá-los a enfrentar os desafios que estavam por vir, mas sabia que estava longe demais para fazer qualquer coisa.

Enquanto a noite avançava e o sono finalmente começava a envolvê-lo, Daemon se encontrou perdido em um mar de preocupações e arrependimentos. Mesmo nos confins dos sonhos, a sombra da culpa o seguia, lembrando-o de que sua ausência tinha consequências que ele nunca poderia escapar.

No pesadelo, Daemon se viu em uma colina, cercado por uma paisagem desoladora. O chão à sua frente não era mais de terra, mas sim de cinzas, com milhares de dragões mortos espalhados pelo campo. Alguns desses dragões ele não reconhecia, mas outros eram familiares, como Caraxes e Syrax, o que só aumentou sua angústia ao presenciar a cena.

Enquanto ele absorvia a visão dos dragões caídos, percebeu a presença de figuras ao seu redor. No entanto, ele se sentia invisível, como se não pudesse interagir com o que acontecia à sua volta. Um homem sem rosto, com cabelos negros e a coroa do Conquistador, estava à frente, acompanhado por um dragão desconhecido para Daemon.

Atrás deles, dois soldados vestidos com verde traziam consigo uma criança de cabelos platinados, semelhantes aos seus próprios, e sua esposa, Rhaenyra.

A confusão tomou conta de Daemon ao ver sua família sendo levada à presença do homem sem rosto, que ele reconheceu como Aegon. Mas algo estava errado: o homem não tinha os cabelos platinados característicos de sua família Targaryen. Antes que ele pudesse processar completamente a situação, ouviu as palavras de Rhaenyra dirigidas ao rei, embora não conseguisse entender o conteúdo. O que se seguiu foi ainda mais aterrorizante: o dragão do homem sem rosto atacou Rhaenyra, dilacerando-a diante dos seus olhos, deixando apenas uma perna direita.

No momento em que o dragão atacou Rhaenyra, Daemon sentiu como se o mundo tivesse desabado ao seu redor. Um grito de agonia escapou de seus lábios, ecoando pela paisagem desolada enquanto ele testemunhava horrorizado a cena diante de seus olhos. Seu coração se apertou com uma dor lancinante, e ele mal conseguia respirar diante do choque e da angústia que o dominavam.

Ele desejava desesperadamente intervir, correr para proteger Rhaenyra, mas estava paralisado, incapaz de fazer qualquer coisa além de observar impotente enquanto ela enfrentava seu destino cruel. Cada golpe do dragão era como uma facada em seu próprio coração, e ele sentia como se estivesse sendo dilacerado por dentro.

Quando o ataque finalmente cessou e apenas um fragmento do que um dia fora sua amada esposa permaneceu, Daemon se viu tomado por uma mistura avassaladora de dor, raiva e desespero. Lágrimas escorreram por seu rosto, misturando-se com a chuva de cinzas que parecia cair do céu, enquanto ele se ajoelhava no chão, soluçando de maneira descontrolada.