♡ Capítulo 11 ♡ Esdrúxulo (s.m.)

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Começa a anoitecer quando Wooyoung volta ao bordel após passar algumas horas em sua casa refletindo sobre tudo o que aconteceu nos últimos dias. Assim que adentra a sala do camarim, percebe que os outros dançarinos ainda não chegaram, o lugar está silencioso e calmo.

Aproveita o tempo sozinho para agilizar sua maquiagem. Entre uma pincelada e outra, lembra do momento em que passou com San naquela manhã. Os beijos e os toques ainda tão vívidos em sua mente, e é como se o cheiro do homem tivesse impregnado em seu corpo. Desejou tanto isso e o momento foi tão especial, que o trauma dos dias anteriores passou a ser apenas uma vaga lembrança. Isso de forma alguma ameniza a raiva e o desejo de vingança, mas faz as coisas serem menos dolorosas.

Depois de tudo, pode descansar nos braços de San enquanto analisava a sua expressão tranquila. Ele parecia tão calmo, os olhos brilhando como se houvesse milhões de estrelas lá dentro em meio a escuridão, e os lábios formando sorrisos espontâneos que ele mesmo não conseguia controlar. Era a visão dos céus, que ele jamais queria esquecer.

O seu coração palpita só de pensar em vê-lo novamente depois disso. Provavelmente as coisas estarão normais entre eles, ainda mais depois das conversas tão intimistas que tiveram. Mas ainda assim, não pode evitar a ansiedade que alfineta o seu peito, com medo do que possa acontecer, até porque, San não costuma ser a pessoa mais previsível.

— Woo... — A voz doce e embargada o desperta de seus pensamentos, virando-se imediatamente, percebendo a presença de Hari e Yeosang. — Meu Deus... eu estava tão preocupada.

Antes que possa responder, ela o puxa para um abraço apertado, derramando algumas lágrimas em seus ombros.

— Você está chorando? — Questiona confuso.

— Há dois dias. — Yeosang complementa colocando a bolsa sobre uma penteadeira próxima e se aproximando em seguida. — Não deveria sumir sem dar notícias.

— Achei que você não voltaria mais! — Hari se afasta apertando as bochechas de Wooyoung para olhá-lo melhor. O rímel escorrido dos olhos e o nariz vermelho evidenciam o choro.

— Calma, eu estou bem! — Ri afastando as mãos da mulher do seu rosto. — Não precisavam ficar tão preocupados.

— Nós nos preocupamos porque você é nosso amigo! — Afirma Yeosang.

Por um momento sente um quentinho inundar seu coração. Nunca teve pessoas a quem pudesse chamar de amigos, ou que se preocupassem tanto com ele, e jamais imaginou que os encontraria em um bordel.

— O que o idiota do Mingi fez com você? Por favor, me diga que o San responsabilizará ele. — Continua Hari completamente agitada.

— Pode ficar tranquila, conversei com San e nós vamos resolver isso.

— Foi por causa dessa conversa que seu pescoço ficou assim? — Yeosang toma liberdade para afastar o colarinho da sua camisa, deixando a mostra as marcas que San deixará nele.

— Para... não foi isso! — Afasta a mão intrometida, erguendo o colarinho para esconder as marcas.

Ainda que sejam amigos, isso parece ser intromissão demais para o seu gosto. Sentindo-se ligeiramente desconfortável.

— Quer enganar quem? Sei bem o que vocês faziam por trás do salão principal. — Yeosang cruza os braços acima do peito, certo de que expor o caso deles a Hari não será nada de mais.

— Como assim? O que eles faziam?

— Você só pode estar brincando. — Yeosang ri. — Nunca percebeu esses dois quase se comendo com os olhos? Sem contar que, eu não sei com você, mas pelo menos comigo, o San nunca fez um teste drive nos fundos do salão principal.

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