♡ Capítulo 13 ♡ Pusilanimidade (s.f.)

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Se sentir traído é algo estranho, como se a pessoa que você ama estivesse te apunhalando pelas costas com frieza, te vendo sangrar lentamente, mas sem reação alguma para estancar o viscoso vermelho. Nada além de um olhar arrependido (ou não) que pede silenciosamente por perdão.

San tem exatamente esse olhar enquanto vê Wooyoung sangrar. Duas mentes brigando silenciosamente. Confusas.

Wooyoung estremece por dentro e sente as veias pulsando ferozmente, são reações que ele não pode controlar. Não consegue nem sequer olhar para Seonghwa jogado no chão como um pano velho, os olhos estão unicamente voltados a San, questionando a ele o que acabou de acontecer.

Consegue imaginar todas as suas falas seguintes, desde o pedido de perdão, até a explicação de que não teve culpa pelo ocorrido. Mas com seu coração recém acelerado pelas palavras de amor ditas por ele, como poderá simplesmente ignorar o que acaba de acontecer a sua frente. Algo que poderia ter sido evitado se ele não agisse como um tolo se tratando de Seonghwa, que sempre foi obcecado por San, forjando uma personalidade doce e gentil, e ele caiu como um idiota durante todo esse tempo.

Sabe que esse foi mais um dos planos sujos de Seonghwa, e isso ficando ainda mais evidente com o sorriso estampado no seu rosto, malicioso e cruel. Dará esse gostinho de vitória para ele, porque nada poderá fazê-lo esquecer daquela cena nesse momento. Está fixo em sua memória, reprisando diversas e diversas vezes.

Recua dois passos, sem tirar os olhos de San, que assim que percebe seu distanciamento, dá dois passos em sua direção.

— Wooyoung... — Chama com a voz baixa.

No instante em que seu nome é dito, Seonghwa se põe em pé.

— Sinto muito por você precisar ver isso, Wooyoung. O Sr. Choi e eu... bom, só estávamos relembrando os velhos tempos! — Sorri com ingenuidade.

— E o que tenho a ver com isso? — Wooyoung o observa com desdém.

— Achei que ia querer saber agora que está transando com ele! Se bem que... isso não é motivo suficiente para ele precisar te dar justificativa do que faz. — Seonghwa ri enquanto desliza os dedos pelas laterais da mesa despretensiosamente.

Wooyoung engole em seco se sentindo exposto e vulnerável.

— Espera... não me diga que ele disse que te ama. — Gargalha. — E você acreditou mesmo nisso? Eles dizem isso para todos para conseguirem o que querem.

— Já chega Seonghwa! — San diz entre dentes.

— Cala a boca San! — Wooyoung o repreende alto passando pelo homem e indo em direção a Seonghwa.

Para diante dele, provavelmente o mais perto que já esteve do rapaz esguio. Analisa seu rosto com atenção, Seonghwa tem traços faciais marcantes, alongados e com uma sutil delicadeza, isso faz dele um homem bonito, talvez o mais bonito que já vira, mas a aparência física não é o suficiente quando a personalidade é das piores.

O magro e alto o observa de cima com desdém, as pupilas dilatadas carregando raiva e inveja, esperando ansiosamente as palavras que Wooyoung está prestes a dizer.

— Eu até poderia me abalar com o que você diz, mas nenhuma das suas palavras vale algo para mim porque somos muito diferentes, Seonghwa... você não passa de um acompanhante de luxo egocêntrico, óbvio que todos te desejam, você não é feio. — O analisa de cima a baixo, deixando um riso escapar antes de continuar. — Mas eles poderiam amar alguém tão vazio? — Suspira, com o sorriso ainda evidente — E estar nessa posição agora, precisando implorar por um beijo e passando tanta humilhação por algo que eu consigo sem esforço algum, bom... acho que já prova o quão medíocre é. Pena é o único sentimento que consegue arrancar de mim por você!

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