♡ Capítulo 3 ♡ Volúpia (s.f.)

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O braço de San enlaçando sua cintura faz a cabeça de Wooyoung se perder por uns segundos, não sabendo exatamente o que fazer, afinal, nunca ficará tão próximo assim de alguém. O fervor de suas bochechas entrega a sua inexperiência e timidez, o que arranca um sorriso do outro, que se sente convencido de que terá mais alguém aos seus pés, sem saber que na verdade, ele é quem está prestes a rastejar pelo mais novo.

Entendendo finalmente que esse já é o teste e precisa fazer algo, o rapaz lembra das palavras ditas por Hari alguns minutos antes, ele tenta seguir seu conselho sabendo que o melhor é deixar a timidez de lado. É evidente que para essa ocasião manter a pose do garoto inocente e ingênuo não é a melhor alternativa. Com o olhar baixo fitando os braços do dono onde suas mãos ainda descansam, uma chave parece girar em sua mente, inundando seus pensamentos com tudo o que precisa fazer para convencer o Sr. Choi de que é bom o suficiente.

Pensa no dinheiro Wooyoung. Pensa que esse não é você, e sim apenas um personagem que te salvará de um problemão! As palavras de afirmação e encorajamento se embolam em sua mente para evitar que os comandos da sua cabeça mudem para uma fuga desajeitada.

— Bom... — Começa deslizando sutilmente uma das mãos que está no braço do outro até o seu pescoço. — Se não fosse para dar o meu melhor, eu nem estaria aqui, Sr. Choi!

As pontas dos dedos gélidos se encontram com a pele quente do pescoço, onde ele traça uma linha provocando um calafrio no corpo de San, que se mantém firme na tentativa de não demonstrar nem sequer um sinal de fraqueza.

— Hm... vejo que alguém já está pronto! — Apertando ainda mais a sua cintura, San faz com que seus corpos fiquem ainda mais próximos.

— E você? Será que está pronto? — O sorriso se formando no canto dos lábios denuncia a provocação de Woohyung.

— Isso foi uma ameaça? — Questiona também sorrindo. — Alguém inexperiente que fica corado com tanta facilidade tem o direito de me ameaçar dessa forma? — Os olhos correm ligeiramente para os lábios do menor propositalmente.

San revida a provocação, mas tem completa ciência de qual é o limite para tudo isso, então ainda que Wooyoung tenha lábios extremamente convidativos, e seja muito gostoso, assim como todos os acompanhantes do seu bordel, as regras criadas por si não o permitem a ter relações sexuais ou ao menos beijar os dançarinos. Do seu ponto de vista é uma pena, mas sem essa regra, sabe-se lá o que já teria feito com cada um deles.

— O senhor realmente não sabe do que sou capaz, não é mesmo? — A mão que antes estava no pescoço agora desliza lentamente pelo tronco, e o toque o faz sentir o corpo com músculos definidos por baixo do fino tecido da camisa preta. — Eu não me importo com quantos testes fez ou o número de pessoas que fodeu nessa sala, mas saiba que depois dessa noite, você irá me implorar para que eu trabalhe aqui!

Olhando no fundo, de seus olhos, Wooyoung chega a parecer convincente quando sua mão para no início da calça do outro, agarrando a fivela do cinto e nisso, ele aproveita para aproximar ainda mais os seus corpos, o que inevitavelmente faz seus rostos ficarem igualmente próximos. Ele não tem convicção alguma do que está dizendo, não passa de um grande blefe, e talvez esteja apenas matando tempo até pensar em algo que de fato possa agradar o dono do bordel, mas sabe que seu teatrinho foi convincente quando os olhos de San encontram seus lábios e se perdem ali.

— Me acompanhe, Sr. Choi! — Se afastando lentamente até se desvencilhar completamente dos braços de San, ele apanha sua mão e o guia pelo escritório até o sofá, fazendo com que ele se acomode ali.

San aceita a ordem indireta do rapaz sem hesitar, apenas questionando a si quais serão seus próximos passos. Do seu ponto de vista, é intrigante que Wooyoung tenha mudado tão repentinamente, parecendo muito mais confiante. Isso aumenta a sua curiosidade e o faz questionar até que altura dessa noite ele conseguirá manter o teatrinho.

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