Lance Criminoso

061

Índia.

Observar Anna Luiza de longe era a única coisa que eu podia fazer depois de tantas palavras que eu falei pra ela naquela noite e nessas últimas semanas.

Já tava pra fazer 4 semanas que os dois assumiram essa gravidez e mesmo eu não tendo apoiado a tal relação deles, as conversas que o Diogo e a Carol tiveram comigo amenizaram muito do meu pensamento negativo.

Ver o Diogo do lado deles me surpreendeu e ele ter falado pra mim com brilho nos olhos que tava com orgulho do Felipe e que agora sim poderia olhar pro céu e falar pro Kaique que criou o nosso menino do jeito certo pra ser um homem de responsa, me fez chorar a madrugada inteira.

Só Deus sabe como eu queria ter participado da criação dos meus bebês, o tanto que isso me quebra não tem como descrever.

Eu tava sentada no sofá quando a Anna e a Yasmin apareceram na porta da sala entrando com a cachorrinha da Yasmin no colo.

Yasmin: bença madrinha.

Índia: Deus te abençoa Minzinha.

Sorri pra ela e pra Anna que também sorriu fraco, depois de todos esses dias esse gesto foi o mais próximo que a gente teve.

Olhei pra ela de cima a baixo vendo que ela tava com um shorts jeans azul escuro e um cropped azul marinho mostrando a barriga que mesmo não tendo mudado muito já dava pra ver uma pequena voltinha e perceber que ela tinha tirado o piercing do umbigo.

Nos braços dela tinha uma sacola com marca infantil e minha curiosidade bateu forte pra ver qual tinha sido a primeira comprinha mais fiquei quieta vendo as duas subindo as escadas.

Meu celular vibrou e deu pra ver mensagem do Diogo falando pra eu colar lá na principal que tava dando b.o com o Felipe.

Levantei tropeçando a calcei minha havaianas enquanto puxava a chave da moto e ia voando pra boca.

Índia: que que pega?

Vilão: os verme vão subir sexta feira, querem o Terror.

Olhei pro meu filho que tava quieto fumando um baseado encostado na parede com o olhar perdido.

Fiel: as foto do Rodrigo chegaram por lá e a sua com o Vilão também, qualquer um que eles pegar aqui não vai ser nem pra prender e sim pra matar.

Eles tão querendo vingar o desgraçado do Rodrigo.

Índia: puta merda e agora?

Terror: quero mais é que subam porra, é bala nesses carai tudo.

Vilão: cê é pai agora Felipe, se orienta.

Terror: tô bem ligado nisso e sei bem o que fazer, mais se eles me quer quero mais é que tenham cara pra vir buscar, aqui em cima, porque é aquelas né quem procura acha.

Balancei a cabeça negando ainda encarando o Felipe e quanto mais tempo eu ficava observando ele mais eu conseguia ver o Kaique nele.

Farias: eles não podem é ficar sabendo que a Luiza ta grávida de você.

Vilão: ta maluco po, nem brinca com essas parada.

Terror: tem que ficar bem longe da boca do povo.

Índia: esconder que vai ser foda, morador daqui parece sei lá.

Fiel: juro por tudo que eu não abri a boca pra ninguém ainda.

Vilão: nem vai carai, ta maluco, ninguém vai e pros que sabem da família já avisem lá que não é pra falar nada, cê da teu jeito de falar com a Luiza.

Apontou pro Felipe que suspirou passando a mão na nuca, marca fiel do nervosismo dele.

Farias: prende ela em cativeiro Terror.

Terror: ela não mora comigo, ainda.

Falou todo no deboche olhando pra cara do Diogo.

Vilão: calma ae né Felipe, já meteu um menino na barriga e agora quer tirar minha filha de casa? segura um pouco po.

Terror: tô de boa seu Vilão.

Fiquei quietinha só vendo os papo deles, maturidade que o Diogo criou superou até a minha.