Terror.
Sentei no sofá olhando pra mulher que tava parada na minha frente, analisei cada tatuagem daquele gibi humano e suspirei.
Índia: você já deve saber o que eu vim falar com você, desculpa Felipe, me desculpa por ter perdido tudo e não saber me encaixar direito agora, eu tô tentando filho mais puta que pariu, não é fácil colocar na cabeça que meus dois filhos tão juntos e esperando por um neto meu.
Passei a mão na nuca enquanto tirava meu beck do bolso e acendi olhando pra ela.
India: eu amo você e amo a Anna também, eu nunca vou saber como vocês foram quando eram crianças e muito menos no início da adolescência mas pelo menos agora que eu to tendo a chance de tar com vocês eu não quero perder tudo por nada.
Terror: o que a gente menos queria também era que você reagisse assim sobre nós, depois de finalmente nois ter a oportunidade de ter você aqui.
India: a Luiza me perdoou e você Felipe? me desculpa por favor.
Olhei pra ela levantando e parei na frente dela.
Terror: desculpo dona Índia.
Abracei ela que respirou aliviada antes de meter um tapa nas minha costas me soltando.
India: agora deixa eu te perguntar, cadê o pedido de namoro? a aliança?
Terror: e eu namoro por acaso?
Perguntei no deboche e ela me olhou séria me fazendo rir.
Terror: relaxe mãe.
Índia: relaxa? Felipe você tirou a Luiza de casa, o mínimo que você pode fazer agora que vai ter um filho com ela é fazer tudo direitinho, começando por uma aliança.
Terror: tenho cara de quem faz tudo direitinho?
Índia: se tem cara ou não to nem ai, não quero minha filha sendo tratada como qualquer uma.
Terror: já falei com a Yasmin faz tempo, ela vai descer pro asfalto com a tia Carol amanhã e vai atrás dessa parada pra mim.
Índia: bom mesmo, faz alguma merda pra você ver se o Diogo não te arrebenta.
Terror: ta doida mãe? viajando mais que eu.
Índia: e para de fumar essa coisa que faz mal.
Arrancou meu baseado da minha mão e levou pra dela tragando e soltando a fumaça na minha cara.
Terror: não te entendi.
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Cheguei na minha nova casinha e sorri de lado sentindo que o cheiro da comida da Luiza tava chegando aqui no portão.
Tirei minha kenner deixando no tapete pra não sujar o chão, agora eu moro com uma maluca e sei bem como ela é com essas parada de limpeza.
Luiza é doidona nisso dês de criança, limpava a casa inteirinha por vontade própria mesmo com o pai tentando contratar alguém pra limpar lá e dó eu tinha de quem sujava o chão dela.
Levava umas rodada na cabeça.
Terror: fala aí minha princesa.
Anna: que amor é esse? que que você quer?
Terror: te comer.
Ela me olhou estressada e eu sorri.
Terror: brincando, quero nada não, sempre te tratei bem sua porra.
Anna: agora ta normal.
Terror: você gosta é de ser esculachada, nunca vi isso menina esquisita.
Anna: nada haver, é porque é você que ta falando coisa bonitinha dai da até medo.
Terror: aí Luiza na moral para de ser assim.
Anna: assim como Terrorzinho? eoem.
Terror: que é isso?
Cheguei perto vendo as batatas fritas em cima da mesa e peguei comendo umas cinco.
Anna: saí caralho.
Bateu com o pano em mim e eu resmunguei andando pra sala me jogando no sofá vendo uma caixa no chão.
Terror: que é isso?
Anna: larga mão de ser curioso parece criança.
Terror: que que é?
Anna: uma cadeirinha de balanço, vó comprou e deixou aí pro bebê.
Terror: eita porra tenho que ir lá ver ela, tempão que eu to sumido.
Anna: ela reclamou mesmo, falou que você é um neto ingrato diferente de mim que vou lá direto pedir bença, aprende comigo.
Jogou beijo no ar e eu mandei dedo pra ela.
Terror: eu trabalho né gata.
Anna: traficando até eu trabalharia.
Terror: as ideia errada.
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Lance Criminoso
RandomVidigal, Rio de Janeiro. Tempo vai nos afastar mas também vai nos encontrar, eu tô esperando cê voltar, vivendo a vida sem um amanhã. Agatha e Meucci • I d a s e v i n d a s @nyxzy_