The Night We Met || Charles Leclerc

05

I said, young people fall in love
With the wrong people sometimes
— Moral of the Story
Ashe

Arabella version

Não sou eu que vou correr mas já sinto o nervosismo tomar conta do meu corpo por conta da corrida que está prestes a começar. Me aproximo da garagem da Mercedes e vejo Russel encarando Max com um olhar mortal, me fazendo me aproximar dele.

— Pare de arrumar briga — falo fazendo o mesmo me olhar — A corrida nem começou

— A culpa não é minha se ele fica me encarando com aquela cara feia dele — ele diz voltando a encarar Max me fazendo revirar os olhos

— Você não tá em condição de julgar ninguém — diz Lewis parando ao meu lado

— Sou bonito diferente dele — diz Russel dando um sorriso convencido

— Se juntem, vou tirar uma foto — falo pegando a câmera pendurada em meu pescoço

Eles se juntam para uma foto e sorriem. Miro a câmera e tiro a foto. Me afasto e vou para a garagem da Ferrari onde vejo Carlos sentado em uma cadeira.

— Onde tá o Charles? — pergunto olhando em volta

— Não sei, ele não apareceu até agora — ele responde enquanto ajeita sua postura na cadeira — Estou nervoso

— Não precisa ficar assim, sabe que é um bom piloto — falo sorrindo enquanto olho o mesmo

— Não sei — ele diz enquanto encara o chão — Perto do Hamilton...

— Pare de se comparar — falo encarando o mesmo séria — Vocês dois são pilotos muito bons

Ele fica quieto e continua encarando o chão. Levanto meu olhar e vejo Charles sair de dentro de sua sala, um tanto estranho.

— Leclerc! — chamo o mesmo que me olha de um jeito estranho — Foto!

Levanto a câmera em minha mão e ele se aproxima de nós, de um jeito estranho. Carlos e ele se juntam para uma foto. Carlos dá um sorriso mais normal, já Charles dá pra ver seu sorriso forçado de longe. Tiro a foto e Charles saí apressado me fazendo encarar ele se distanciar.

— O que deu nele? — pergunto desviando meu olhar para Carlos que encara o carro parado na garagem

— Deve ser o nervosismo da corrida — diz Carlos se aproximando de seu quarto

Minha gente, mas o que tá dando com esse povo que tão tudo estranho? Olho para o lado e vejo Arthur sentado em uma cadeira mexendo no celular. Sem que o mesmo veja miro minha câmera e tiro uma foto dele distraído. Quando ele vê o flash levanta a cabeça e olha para mim, me fazendo sorrir.

— O que você tanto faz nesse celular? — pergunto sorrindo enquanto me aproximo do mesmo

— A nada, só olhando algumas coisas — ele diz voltando a atenção ao celular

— Veio apoiar seu irmão? — pergunto e ele me olha novamente

— É, minha mãe me obrigou — ele diz enquanto me olha

Franzo a testa pela frase do mesmo e levanto meu olhar vendo os pilotos começando a entrar nos carros, o que indica que daqui a pouco começa a corrida. Eles dão partidas nos carros e começam a volta de apresentação. Tiro algumas fotos do pessoal que trabalha lá e da torcida também, quando os carros voltam param e começa a contagem regressiva. Quando as luzes ligam eles aceleram os carros e começam a corrida. Sinto meu coração acelerar por conta do nervosismo, não gosto muito disso porque tenho medo de se machucarem, mas ao mesmo tempo eu amo.

Depois de um tempo escuto um dos funcionários da Ferrari soltar um suspiro, e alguns outros fecharem a cara. Franzo a testa e Arthur para ao meu lado enquanto encara o pessoal da Ferrari.

— O que deu? — pergunto olhando para Arthur que continua olhando para o pessoal

— Charles foi empurrado pra fora da pista e bateu em uma parede — ele responde em um tom normal e até calmo demais

— E você está tão calmo, é do seu irmão que estão falando — falo fazendo o mesmo me olhar

— Se Charles tivesse se machucado já teriam falado — ele diz e sai de perto de mim

Desvio meu olhar ao ver Charles chegando perto da garagem, me aproximo do mesmo e o encaro.

— Você está bem? — pergunto fazendo ele parar e me olhar

— Eu pareço bem? — ele devolveu a pergunta ainda me encarando

— Não...

— Ótimo — ele diz e volta a caminhar me deixando pra trás

— A culpa não foi minha de você ter batido na parede — falo fazendo ele parar e se virar para mim

— É, você tem razão — ele diz me encarando — Mas você é tão chata que me tira a paciência

— E você fala como se fosse muito legal — falo encarando o mesmo de volta

— Por favor, não me rebaixe ao seu nível

Franzo a testa e encaro o mesmo se virar e se afastar. Ninguém fala com ele ao entrar na garagem, apenas encaram ele com um olhar de pena. George para ao meu lado e encara Charles se afastando.

— O que deu nele? — ele pergunta tirando o capacete

— Empurraram ele pra fora da pista — respondo e solto um suspiro em seguida

Franzo a testa e encaro o mesmo ao meu lado que me encara de volta e levanta uma sobrancelha.

— O que você tá fazendo aqui? Tinha que estar na pista

— É, eu estava — ele diz e dá um sorriso de lado — Até o Verstappen me fazer bater contra uma parede, mas ele vai ouvir umas depois que sair daquele carro

Deixo uma risada escapar pela raiva e o tom debochado do mesmo e encaro ele.

— Você vai acabar sendo expulso assim — falo sorrindo

— Ele se irrita fácil, então provavelmente ele vai me agredir primeiro — ele diz sorrindo, o que me faz rir de novo

— Ele já empurrou o Sebastian, e não aconteceu nada — falo fazendo o mesmo me olhar

— Eu vejo ele no tribunal então — ele diz sorrindo

•    •    •

Quando a corrida terminou peguei minhas coisas, pendurei minha câmera no pescoço e saí da garagem da Ferrari. Meu olhar vai para o Paddock vazio e meio escuro, o que me faz sorrir ao ver a lua no céu. Olho para os lados vendo se tem alguém perto de mim e vou para o Paddock. Me aproximo da beirada e miro minha câmera para a lua crescente e brilhante, onde começo a tirar fotos. Desde pequena sempre gostei de olhar para a lua e sempre fui apaixonada por ela. Quando meu pai enchia meu saco eu me sentava na cama com os olhos cobertos de lágrimas e falava com a lua, como se ela estivesse ouvindo, e ela estava. Não me respondia mas sei que me escutava. Não sou ateu, bem pelo contrário, sempre acreditei em Deus. Mas normalmente quando eu rezava, rezava pra lua.