Luna

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adentro o colégio nervosa, sentindo minhas bochechas queimaram, não sei se pelo frio ou pela vergonha de não conhecer ninguém, a não ser o garoto ao meu lado, meu irmão.

caminhamos pelos corredores enquanto recebemos olhares curiosos e até intimidadores.

meu irmão parece bem confortável com a situação, sua postura está normal e caminha como se estivesse em casa, feliz por tantas garotas observarem ele.

já eu não, sinto que a qualquer instante vou tropeçar em meus próprios pés e cair aqui mesmo na frente de todos.

- acho que essa é a nossa sala. - digo baixo ao meu irmão.

paramos em frente a uma porta que dizia ser a sala de biologia.

meu irmão e eu somos gêmeos, embora eu provavelmente não tenha herdado metade do charme quanto ele.

ele é mais velho que eu apenas 5 minutos, mas isso é o bastante para ele usar de argumento em nossas discussões de quem pode mais.

- e se a gente matar aula? - ele diz sarcástico me fazendo rir.

- não é uma idéia tão ruim. - digo brincando e recebo um esbarrão em minhas costas, me fazendo virar para quem tinha feito isso.

vejo uma garota loira dos olhos verdes, alta e magra parada me encarando de cima a baixo.

- você não sabe que é falta de educação ficar parada de frente para uma porta, impedindo a passagem das pessoas? - ela diz rígida.

- me desculpe. - peço tímida e abaixo a cabeça.

- falta de educação mesmo é esbarrar nas pessoas achando que está em casa, você poderia ter pedido licença, ninguém tem olhos atrás da cabeça para adivinhar que tem alguém vindo. - meu irmão me protege e eu balanço a cabeça em negação.

a garota olha para meu irmão surpresa e da um leve sorriso.

ta brincando comigo?

- e você quem é? - ela se aproxima do meu irmão que parece confuso.

- me chamo Nicolas, mas todos me chamam de nico.

- me chamo Alisson, mas pode me chamar de ali. - ela sorri para ele, ela é bem bonita. - posso apresentar a escola para você se você quiser.

por que ela é gentil com ele e comigo foi uma vaca?

- acho que pode ser. - ele diz e ela sorri.

- vocês são novos aqui não é mesmo? de onde vieram? - ela pergunta.

- viemos da Polônia. - respondo simpática.

- Polônia? adoro esse país, é lindo. - ela sorri e olha para o meu irmão. - e por que se mudaram.

engulo seco já que o assunto é bem delicado para mim.

- nossa mãe faleceu, então, eu e minha família decidimos nos mudar para outro lugar e começar uma nova vida. - meu irmão a responde.

- eu sinto muito. - ela diz sem graça, a garota me olha simpática.- me desculpe por ter sido arrogante, não estou num bom dia.

- sem problemas. - digo gentil.

o nome da garota é chamado e ela segura a mão de meu irmão, o levando junto para dentro da sala.

cade meu irmão super protetor, que ia me ajudar no primeiro dia de aula?

quando penso em entrar na sala, alguma coisa colide com a minha cabeça com muita força.

- ai. - resmungo e abaixo minha cabeça segurando onde estava doendo.

MINHA RUÍNA - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora