Luna

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- Luna, eu entendo sua situação! e de verdade, não tem ninguém nessa agência que queira mais do que eu que você volte para a nossa equipe. - Roger diz para mim sentado em sua cadeira do escritório. - quando você estava conosco, não tinha nenhum agente melhor do que você. as vezes você prendia 10 criminosos em uma semana, sozinha! e envolvidos todos com coisas sujas.

- então, por que eu não posso voltar? - pergunto indignada, franzindo meu cenho.

- porque você acabou de sair de um come de 12 meses? literalmente 1 ano em coma. - ele me olha sarcástico.

- Roger, eu vou enlouquecer se passar mais um dia em casa sem fazer nada. - digo passando a mão pelo meu rosto nervosa.

- não faz nem uma semana que você acordou do seu coma, Luna. - ele me diz bufando.

estou tentando convencer Roger a me deixar voltar a trabalhar na agência, o que está sendo bem complicado de conseguir, e sinceramente acho que nem vou.

- meus médicos falaram que é bom eu fazer coisas que eu costumava fazer antes do coma. - digo como se fosse óbvio.

- sim, como fazer academia, ver filmes que você gosta, ler um livro, conversar com pessoas conhecidas, visitar seus parentes, comer suas comidas favoritas. - ele diz em um tom calmo. - e não perseguir bandidos, atirar nos outros, correr quase 3km para recuperar a bolsa de uma idosa, igual você fez, se expor ao perigo não é a solução. - seu tom é mais eufórico agora.

- Roger, eu posso fazer isso. - digo confiante.

- eu sei que pode, mas não agora. - ele me olha sério. - eu quase te perdi a um ano atrás, porque você teimou comigo, e foi numa chamada em que não era para você ir, e acabou daquele jeito. sabe como eu me senti durante todos esses meses te vendo numa cama sem conseguir nem se mexer? se eu tivesse brigado com você, e não deixado você ir, você não teria ficado em coma.

- não foi sua culpa. - eu sinto pena dele.

- uma parcela foi sim, e eu vou carregar isso comigo para o resto da minha vida, tem noção de que você poderia nunca ter acordado disso, Luna? - ele me olha nervoso. - eu não sabia nem como olhar nos olhos da sua mãe e do seu noivo, de tanta vergonha.

- para! nada disso foi culpa sua, eu sou uma pessoa impulsiva, e quando eu coloco alguma coisa na minha cabeça eu faço, disso eu me lembro. - afirmo. - eu não preciso voltar para as ruas agora, me dá um serviço aqui na agência mesmo.

- como assim? - ele se interessa.

- me deixa alguns casos, eu resolvo, e passo para um equipe ir fazer a prisão. - explico melhor.

- eu gostei disso. - ele abre um leve sorriso.

- claro, assim eu praticamente volto a minha rotina, e quem sabe até me ajude com a memória. - sorrio para Roger que analisa minha frase.

- beleza. - ele se ajeita na cadeira. - vamos fazer isso então.

comemoro por dentro e nós nos levantamos, saindo de sua sala.

- com quem eu vou trabalhar? - pergunto ao homem do meu lado, que caminha em direção a sala geral de agentes.

- pessoal, gostaria de comunicar vocês de que a Luna está reintegrada na nossa agência, e vai trabalhar com Vincent e Vana nos casos! claro que ela não exercerá sua função nas ruas, mas ajudará com todo o resto. - Roger diz em um tom alto para que todos escutem. - peço o maior respeito pela nossa agente, pois ela já fez muito por nós.

- obrigada por esse voto de confiança, Roger. - agradeço ao homem do meu lado e ele me lança uma piscadela.

- vá conversar com seus agentes, tem vários casos atrasados, sem corpo mole na minha agência. - ele aponta para mim e volta a caminhar para a sua sala.

MINHA RUÍNA - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora