Luna

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vejo Vincent voltar seu olhar vazio para o garoto com o lábio sangrando, e então eu tenho a certeza de que ele só irá parar quando ver o garoto no chão desmaiado.

estamos no meio do jogo de basquete, nossa escola contra a escola rival, Vincent e um outro garoto estavam se provocando desde o início do jogo, mas Vinnie derrubou o garoto no chão, que não gostou nada, ai o garoto levantou e deu um soco no rosto do Vincent.

Vinnie acerta um cruzado na face do garoto que logo cai no chão, o loiro não espera, e parte para cima, desferindo mais e mais socos no garoto, que até então tenta se defender.

o juiz apita e corre em direção a briga, junto dos jogadores.

o pessoal da arquibancada toda levanta para conseguir ter uma visão melhor de toda a briga e sinto um frio na minha barriga, um leve nervosismo.

acho que Vincent será expulso depois dessa.

ouço alguns gritos dos garotos e das líderes de torcida que estão do outro lado da quadra, posso ver os amigos de Vincent tentar separar a briga puxando o loiro para longe, o que parece bem difícil, pela força do garoto.

- Vincent, para! por mim. - Rebecca grita entrando no meio da multidão.

meu deus.

o garoto ignora ela, e continua agredindo o seu rival que agora eu já nem consigo mais enxergar, não sei se está desmaiado ou não.

- Senhor Hacker! pare imediatamente. - grita o diretor da escola entrando no meio da briga também.

que confusão.

sei que Vinnie não está machucado, pois consigo ver de relance e entre as pessoas seu rosto.

finalmente conseguem separar o garoto da briga e puxam ele para longe.

ele tem apenas um corte no lábio, que ganhou quando levou o primeiro soco do garoto.

o pessoal fica em volta do garoto que está caído no chão e vejo uma poça de sangue ao redor dele, credo.

viro meu rosto em outra direção para não ter que ver aquela situação e começam a gritar uns com os outros sobre quem foi o culpado, ou sobre se afastar do garoto desmaiado.

encaro Vincent que logo me olha sério.

o garoto parece feliz, de ter batido no adversário, mas sinceramente achei ridículo, cresci com o meu pai sendo violento, ver uma pessoa que está no meu ciclo de amizades agindo desse jeito, não me deixa nada contente, porque um dia pode ser eu no chão.

não dizendo que Vincent me machucaria nesse nível, mas a agressividade das pessoas me assusta, e eu não sei o limite delas.

lanço um olhar de desapontamento para o garoto que parece confuso e saio da quadra, caminhando pelos corredores em direção a saída da escola.

como não haverá mais jogo por hoje, não tenho mais o que fazer aqui na escola.

- rata, espera. - escuto a voz grossa de Vinnie me chamar e então viro de cara fechada por o garoto ter me chamado de "rata".

- fala, Vincent. - digo sem paciência observando o rosto soado do garoto, e o sangue que estava na sua boca, descendo até seu queixo.

- por que você já está indo? - ele franze o cenho.

- não tenho mais nada para ver aqui. - ergo meus ombros.

- como assim? - ele pergunta sério.

- você conseguiu acabar com um jogo de basquete em 5 minutos. - digo como se fosse óbvio.

MINHA RUÍNA - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora