MINHA RUÍNA - VINNIE HACKER

Luna

termino de colocar meu salto e vejo a porta do quarto se abrindo, revelando Vincent.

de novo.

mais uma vez, eu estou no quarto desse garoto que me odeia.

não sei como parei aqui, só sei que preciso parar com isso.

o garoto nem me olha direito e se deita na cama.

- te busco na sexta ou você pede um carro? - ele pergunta seco.

- não sei se vou conseguir vir aqui. - digo inventando uma mentira.

- por que? - ele me olha agora.

- tenho compromisso com meu pai. - minto.

- tanto faz. - ele se ajeita na cama.

- meu carro chegou, estou indo. - digo e então saio do quarto, sem esperar por um tchau ou alguma resposta.

desço as escadas em pulinhos rápidos, indo em direção a saída da casa imensa.

sorrio para a moça que trabalha aqui, e ela retribui o gesto.

um moço abre a porta da frente para mim e eu saio, vendo o jardim.

o portão automático se abre, mas não tenho idéia de quem abriu para mim, apenas saio, vendo meu Uber parado do outro lado da rua.

caminho até o carro e adentro.

- boa noite. - cumprimento gentil.

- boa noite. - o homem me cumprimenta de volta e inicia a rota que está em seu gps.

acho melhor eu explicar o que rolou nesses últimos meses, não é?

bom, depois daquele dia eu realmente parei de andar com o pessoal da escola, foquei nos meus estudos, no vôlei e na minha amizade exclusiva com o Bryce.

mas certo dia meu irmão encheu muito meu saco para eu ir numa festa que teria na casa de Chase.

obviamente pelo meu afastamento com eles, neguei, mas de verdade, esse garoto me incomodou muito.

e eu também preferi ir porque meu pai chegou muito bêbado em casa e começou a ficar muito agressivo comigo, então escutei meu irmão, e fui.

nessa festa estavam todos, incluindo Vincent.

eu bebi de mais, muito mesmo, e acredito que não tinha apenas álcool nos meus copos, mas sinceramente não me lembro de muita coisa daquela noite.

apenas, que eu voltei para casa com Vincent.

e nós transamos.

o garoto estava tão bêbado que no dia seguinte não se lembrava de nada, e eu, apenas me lembrava de alguns momentos.

prometemos nunca contar isso a ninguém, e fingir que nunca aconteceu.

mas aconteceu de novo.

fui em uma festa beneficente dos pais do Bryce, e a família de Vincent estava lá.

eu tomei uns vinhos a mais, e nós transamos mais uma vez.

então, concordamos que nos veríamos de vez em quando apenas para transar.

eu sei, nojento.

tenho que me valorizar.

mas sinceramente, não quero um anel, apenas sexo casual.

e vamos combinar, Vincent é muito bom na cama.

ninguém sabe de nós, a gente nem se olha na escola, fingimos que não existimos.