Luna

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abro meus olhos sentindo minha cabeça pesada e um enjôo.

- você acordou querida. - uma enfermeira sorri para mim. - como se sente?

- com enjôo. - digo e me ajeito na cama. - o que eu estou fazendo aqui? eu estava na escola.

- você desmaiou, veio de ambulância com seu irmão para cá! ele acabou de sair, foi comer algo na cantina. - ela preenche algo numa folha. - a boa notícia é que seus exames estão ótimos, sem problemas físicos, a má notícia é que provavelmente o desmaio ocorreu por alguma situação de estresse ou nervosismo.

- como assim? - pisco meus olhos algumas vezes olhando para a moça vestida de azul, num tom bem claro.

- você tem passado por algumas situações, inconvenientes? o seu desmaio tem envolvimento com ansiedade, apenas isso. - ela me olha simpática.

- mas eu não tenho ansiedade. - afirmo.

- você faz terapia? - ela me encara mais séria agora.

- não. - respondo nervosa.

- então, talvez devesse fazer, somente um profissional da área para responder isso. - ela sorri.

desvio meu olhar para minhas pernas que estão cobertas por um lençol fino.

- irei chamar seu médico para te dar alta. - ela me informa e sai do quarto.

tombo minha cabeça para trás no travesseiro e fecho os olhos, ainda confusa.

mas é claro!

eu fiquei nervosa com a Rebeca e o Vincent.

lembro que comecei a soar frio, tremer e então vi tudo preto, não me lembro de mais nada desde então.

- oi. - ouço a voz de meu irmão, ele está parado me olhando preocupado.

- oi. - sorrio simpática.

- como você se sente? - ele vem em minha direção.

- bem, quero ir para casa. - respondo.

- vou chamar o médico para irmos embora. - ele caminha até a porta mas para quando eu o chamo.

- não, a enfermeira já foi chamar ele. - aviso ao garoto. - papai sabe que estou aqui?

- ainda não, achei melhor não falar, acredito que ele iria se irritar em ter que vir aqui com você. - ele me olha com pena.

- é melhor nem contar, do jeito que ele é, vai surtar dizendo que eu só dou trabalho. - dou uma leve risada chateada.

- ta todo mundo no grupo perguntando como você está. - Nico diz olhando para o celular. - deixa eu tirar uma foto sua e mandar para eles.

ele aponta seu celular na minha direção e eu cubro o rosto, em um gesto involuntário.

- fala sério, tirar uma foto minha nesse estado? - pergunto indignada, vendo o mais velho dar risada olhando a foto.

- irmão é para isso. - ele revira os olhos.

- bom dia, Luna, como se sente? - um médico entra no quarto sorrindo.

- bem. - sorrio de volta.

- ganhou um leve susto, não é? - o mais velho brinca. - dei uma olhada nos seus exames, está tudo certo com você, foi apenas estresse e ansiedade. indico que cuide um pouco mais com situações chatinhas, para que isso não ocorra novamente.

- vou poder ir para casa agora? - pergunto.

- vai sim, já assinei sua alta. - ele me olha contente e eu sorrio.

MINHA RUÍNA - VINNIE HACKEROnde histórias criam vida. Descubra agora