Esse meu ódio é o veneno que eu tomo querendo que o outro morra

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"Durante muito tempo construí uma história

Em cima de um castelo destruído

E pra fugir dessa realidade dura

Eu já encontrei mais de mil motivos

Esse meu ódio é

Meu ódio é

O veneno que eu tomo

Querendo que o outro morra"

(Luxúria - ÓDIO)

- Você é boa. - zombou ele. - Manipulou Pansy direitinho. Sabia que nunca tínhamos brigado antes? Mas ela queria acabar com a nossa amizade por sua causa. Me conta, Granger... qual  é o segredo do seu encanto? 

Hermione se cobriu novamente com o cobertor:

- Se chegar mais perto, vou cuspir de novo! - ameaçou.

Ele conjurou um colchão perto da parede.

- Saia da minha cama! A-go-ra!

Ela se levantou na hora, arrastando o cobertor e o travesseiro. Ele ia mandar devolver, mas ela os abraçava tanto que deixou pra lá. Esperou ela perguntar alguma coisa, mas Hermione se manteve calada, olhando fixamente para o teto. 

- Granger, você não faz ideia do porquê está aqui, não é? 

Ela não respondeu.

- Quando Voldemort foi morto, tentei falar com você. Queria proteção do Ministério para a minha mãe. Você sabe muito bem que ela mentiu que Harry estava morto e isso fez toda a diferença na guerra! E o que ela ganhou em troca? Hein? Você e os outros heróis de guerra não quiseram ajudá-la! Ela voltou para a mansão e eu saí do país, mas quando o bando de Greyback fugiu de Askaban, eles tomaram a mansão. Nenhum auror apareceu para ajudar. Os pais dos meus amigos também foram pegos e Greyback os torturou por meses. Matou todos, um por um. Meu pai morreu porque se recusou a dizer onde eu estava, Granger.

Hermione viu os olhos dele se encherem de lágrimas.

- Quando consegui voltar, era tarde. Minha mãe estava sendo ameaçada. Falei para Greyback que faria qualquer coisa que ele quisesse se a poupasse, mas no fim ele a matou mesmo assim. Quando ela morreu, o pouco que havia de bom em mim morreu com ela. Não sei de onde tirei forças, mas matei todos eles. O bando inteiro. E depois ajudei meus amigos a fugirem e viemos para cá. Não vou te dizer em que lugar estamos.

Hermione não se atreveu a interrompê-lo.

- Enquanto todos esses horrores nos aconteciam, você e seus amigos comemoravam o fim da guerra. Você com certeza ficou estudando na biblioteca de Hogwarts para ser a primeira da turma, não é mesmo? Como se a guerra não tivesse acontecido, como se as coisas pudessem voltar a ser como antes!!! Meus amigos querem recomeçar a vida longe da Inglaterra. Mas eu... eu queria me vingar. Por isso fui atrás de você. 

- E Neville? Luna? Carlinhos? O que aconteceu com eles? - ela perguntou baixinho.

Ele se enfureceu:

- Você não se importa com a nossa dor, Granger! Pra você, não somos gente! Só os seus amigos são seres humanos, não é? - Malfoy gritou.

Ela se encolheu no colchão.

- Foi Greyback quem os raptou. Ele planejava pedir um resgate em dinheiro. Não deu tempo. Morreu antes. Os 3 sobreviveram, mas fugiram. Eles ficaram com medo de voltar, sei lá o motivo, mas logo estarão nos braços dos heróis novamente. Não se preocupe! Vocês nunca pagam o preço por nada! Mas você vai pagar, não vai, Granger?

- Malfoy, não sou responsável pelo que te aconteceu. Não trabalho no Ministério. Não sou auror. lamento a morte de seus pais e de todos os outros. Mas o que você ganha se vingando de mim? 

Ele não respondeu. Levantou-se, pegou um frasco de poção no armário e levou até ela. 

- Beba! É poção sono sem sonhos. Não quero mais ouvir a sua voz irritante hoje. Se não beber por bem, vou enfiar direto na sua garganta!

Mesmo desconfiada, ela pegou a caneca e tomou. Fechou os olhos e sentiu alívio quando o sono veio.

Malfoy deitou-se na cama e ficou vendo-a dormir. Não havia dito toda a verdade para ela. Limpou agressivamente uma lágrima teimosa. 




Obsessão doentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora