"Eu sei que você não me trouxe aqui para me afogar
Então por que estou a 10 palmos e de cabeça para baixo?
Apenas sobreviver se tornou meu propósito
Porque estou tão acostumado a viver debaixo da superfície"
(Storm - Lifehouse)
Os olhos dele a analisavam atentamente, como se a lessem por dentro. Hermione se irritou.
- Pare de tentar me decifrar e me foda logo de uma vez! - ordenou.
Ele não obedeceu. Continuou segurando- a sem se mover, as pernas dela em volta da sua cintura.
Imaginou que ele se intimidaria e broxaria com a agressividade dela. Uma vez, leu um artigo trouxa que contava que estupradores perdiam o interesse nas vítimas se elas demonstrassem interesse por eles. Mas não era o caso. Ele não a forçaria. Só a estava tocando, depois de tanto tempo, porque ela permitiu. Todas aquelas noites dormindo no colchão do quarto dele e ele nunca fez nada, sequer se aproximou...
Como entendê-lo? Não dava para colocá-lo numa caixinha, num rótulo. Ele não era comparável com nada e nem com ninguém.
Não sabia o que fazer para ele parar. Queria que ele parasse de olhar para ela, de se interessar doentiamente por ela, de saber seus gostos, suas preferências, seus segredos!
Queria que ele ficasse decepcionado, que ficasse ressentido. Que a largasse ali e fosse para dentro da casa, arrependido por ter desejado por tanto tempo uma Hermione doce e meiga que ela lutava para não ser mais.
Ela riria muito dele quando desistisse, o chamaria de broxa e depois pediria para ele acabar logo com o constrangimento, deixando-a livre para voltar para casa.
Mas ali, no calor tropical, a pele quente dele causando-lhe arrepios, ela o desejou desesperadamente. Não admitiria nunca, nunca, nunca! Poderia ser só um sintoma da síndrome de estocolmo, mas sentia que aquela era a maior transgressão da vida dela. A forma libertina como se expressou. O sangue dele escorrendo do lábio... estava excitada como nunca imaginou que poderia estar.
Ela o desejou como se ele fosse um fruto proibido. Não podia desejá-lo! Não podia premiar um maluco doentio com o seu interesse! Não! Era errado! Era vergonhoso! Ele tinha que ser punido! Tinha que perder o jogo!
Tinha que ser preso por sequestro e cárcere privado!
Cuspiu na cara dele. Sabia que tinha se enfurecido da outra vez. Esperou sua reação de nojo, de repulsa.
Esperou que batesse nela, que a empurrasse para longe.
Esperou que a rejeitasse de uma vez por todas!
Mas ele não reagiu e não recuou. Seus olhos se escureceram de desejo.
- Vou te dar a opção de escolher. Sem julgamentos. Não espere que eu me comporte como um cavalheiro se não for o que você realmente deseja, porque eu não sou um cavalheiro. Mas eu posso ser um príncipe se você quiser. E eu acho que quer! Então, escolha direito! Seja honesta com você mesma! Lembrando que quem quis esse acordo foi vo-cê. Se não quiser continuar, paramos por aqui. Você não está sendo obrigada a nada!
Hermione se irritou. Era impossível manipulá-lo! Ele recuperara o controle.
- Você quer que eu te leve para a cama, faça um feitiço de aquecimento para você se secar e fique muito tempo te beijando e fazendo preliminares antes de penetrar? Se for necessário, faço um feitiço de lubrificação. Você quer que eu faça isso com cuidado e bem devagar para você não sentir dor? Pra mim tá ótimo assim. Seria a realização de um sonho. Foi assim mesmo que planejei que seria. Mas... pelo que estou vendo, você está tentando parecer o que não é, não está? Essa versão da Hermione devassa eu não conhecia... Então, vou te dar uma segunda opção: sexo bruto. Violento. Sem limites. Sem palavra de segurança. Aqui mesmo, na areia da praia, sem conforto nenhum. Ou, quem sabe, opção 3. Desfazemos o acordo. Você volta para os livros e apenas me faz companhia até eu conseguir libertar você. Mas só quando eu quiser. Sem prazo. Escolhe.
Ele tinha virado o jogo. Percebeu o que ela estava tentando fazer. É claro que ela sempre sonhou em ter uma primeira vez romântica e doce, sem dor, sem desconforto. É claro que queria uma cama quentinha, ainda mais porque estava ficando muito tarde e a água estava cada vez mais fria.
Mas, nos sonhos dela, não havia sequestro. Não! Ela se apaixonaria naturalmente. Ele seria gentil, educado. De preferência, um grifinório, mas também poderia ser um Corvinal. Ele levaria flores, sapinhos de chocolate, pequenos mimos cheios de significado. Fariam um jantar a luz de velas. Seria tudo muito bonito.
- Vou entender o seu silêncio como opção 1. Excelente escolha! Venha, Granger. É patético você tentar fingir que é uma vadia. Pode ser que um dia seja, mas hoje não é. Não faça isso com a menina romântica que ainda existe em você! Não a massacre! Eu quero que seja bom pra você! Vou te carregar lá para dentro e te garanto que você vai gostar, que vai se sentir bem. E, se quiser, fazemos apenas sexo doce durante todo este mês. Eu gosto. Não quero que você sinta dor. Só quero que você esteja comigo...
Ela se irritou. Não, não daria isso a ele!
Que direito ele tinha de falar assim com ela? De escolher por ela?
Não!!!!!!!!
Ele não era um príncipe! Ele era um ogro!
Não, não seria doce, nem romântico, como se fosse um namorado, um amigo, alguém especial na vida dela.
Como se estivessem num relacionamento sadio e normal
Não!
Ele era tóxico!
Ele a tinha sequestrado!
O acordo era dela! As regras eram dela!
Ela não queria conforto e prazer, queria liberdade!
Queria o controle da vida dela de volta!
Ele teria o corpo, sim, mas não haveria mais nada além disso!
- Eu quero sexo bruto! - respondeu, decidida.
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Obsessão doentia
FanfictionVoldemort está morto, mas a guerra não acabou. Vários comensais da morte fugiram de Askaban e o mundo mágico não voltou a ter paz. Alguns heróis de guerra, como Luna e Neville, desapareceram. Hermione Granger voltou para terminar seu último ano em...